Entregando-Me

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Capítulo bônus, posso ouvir um aleluia?

O livro está chegando ao final. Teremos mais alguns capítulos, e depois Victoria e Benjamin se despedem de nós. Eu fico triste, mas muito feliz. Eu aprendi muito desde que comecei a escrever "Entregando-Me." Nem nos meus maiores sonhos, eu pensei que veria tantas pessoas gostando da minha história. Eu pensei "são tantas histórias no Wattpad, a minha será apenas mais uma", mas vocês me mostraram o contrário, eu só tenho a agradecer. Muito obrigada, meus leitores.

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Eu abro os olhos, e vejo Mia sentada ao meu lado na cama segurando uma bandeja de café da manhã.

— Ok. Quem morreu? — eu pergunto me sentando.

— Ninguém, por enquanto. — ela sorri, mas eu sei que está triste.

— O que aconteceu Mia? — eu a encaro, e ela não responde. Ela leva seu olhar para o travesseiro ao meu lado, e me olha novamente. Eu sigo seu olhar e encontro uma carta sobre o travesseiro.

Não, não, por favor...

Eu suplico mentalmente, e pego a carta ainda fechada. Eu a abro e vejo que ali está a letra de Benjamin. Eu olho pra carta, e volto a olhar pra Mia, ela continua me encarando.

— Eu preciso de você aqui. — eu aviso, mas sabendo que esse aviso foi pra mim.

Ela faz que sim com a cabeça, coloca a bandeja na cabeceira e se senta ao meu lado. Eu abro a carta, e começo a ler.

Minha menina,
Eu sou um covarde. Despedir-me de você seria o certo a fazer, mas então nós morreríamos mais um pouco, e eu não estou de acordo em vê-la sofrer mais. Hoje eu a vi dormir em meus braços depois de um longo tempo, e me apaixonei mais um pouco.

Eu tento segurar as lágrimas, mas são muitas. Algumas caem na carta, fazendo com que as letras se molhem. Mia pega a carta da minha mão, e volta a ler.

Estou indo embora, mas eu sempre vou escolher você. Não importa onde estarei. China, México, Grécia. Não importa com quem estarei, ou como estarei. Pobre, rico, famoso, ou sendo um ator fracassado. Eu escolho você.
Você comeu minha paz, e minha guerra.

Quando a última palavra sai de sua boca, eu sinto meu coração ser esmagado. 

Dói. 

Dói muito.

Eu me jogo nos braços de Mia, e ela me abraça. Eu choro, soluço, mas a dor não vai embora. Ela se intensifica mais. É como se o meu choro, fosse à força que ela precisava pra se alargar em mim.

— Você vai ficar bem, eu te conheço. — minha irmã fala. — Chora tudo o que você tem que chorar, depois você vai tomar um banho e vamos visitar os pais.

Eu choro por mais algum tempo, até que a dor vai cedendo, dando lugar para outro sentimento. Raiva.

Eu levanto bruscamente, e Mia se assusta.

— Como ele pode fazer isso? — eu grito, andando pelo quarto. — Ele estava ocupado demais pra se despedir de mim? O que custava ele dizer apenas um tchau, hein? Você tem razão, Benjamin. Você é um c-o-v-a-r-d-e. — eu grito mais alto.

— Vicki, fica calma. — minha irmã levante, e vem andando até mim. — Por favor, tente entender ele...

— Entendê-lo? — eu pergunto totalmente incrédula. — Como eu posso tentar entendê-lo, Mia? Ele veio aqui me procurar. Ele veio se despedir, e no final o que aconteceu? Nós ficamos juntos, e ele não... — eu começo a soluçar novamente. Mia me abraça mais uma vez, e eu me afasto segurando as lagrimas.