O aeroporto

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- Camila, acorde! - Dizia meu pai, enquanto abria as cortinas da minha janela de vidro, fazendo a forte luz do sol preencher o meu quarto azul claro.

- Só mais cinco minutinhos, pai! - Digo sonolenta.
Senti o fim da cama afundar, provavelmente meu pai sentou-se ali.

- Filha nos temos que ir buscar a sua irmã e o noivo dela no aeroporto. - Senti pelo seu tom de voz do meu pai que ele já estava perdendo a paciência.

Minha querida irmã mais nova, Natalie, chegava hoje de Los Angeles, trazendo na bagagem o seu noivo que ajudará meu pai na empresa.
Me sentei na cama e com a pior cara do mundo observei meu pai. Ele era bem bonito, tinha uns 39 anos, mas parecia ter bem menos, os cabelos como sempre penteados para trás e os olhos verdes (a única coisa que eu puxei a ele foi os olhos) vividos por trás do seu óculos de grau ray-bam o deixavam com um ar "intelectual".

- Por que Natalie não pode vim com o seu noivo? - Perguntei.

- Eu já lhe expliquei querida, Conrado ainda irá comprar o seu carro, e não custa nada irmos buscar sua irmã. - Ele falou dando fim a discussão. - Se arrume rápido! - Falou antes de fechar a porta.

Me levantei com a minha preguiça crônica e fui em direção ao banheiro. Eu mal conhecia esse Conrado, mas já odiava ele por está me fazendo acordar às 07:00 horas da manhã.
Abri a porta do banheiro e fui em direção ao espelho. Eu estava horrível, a linda maquiagem que eu ostentava ontem a noite estava acabada, as minhas olheras estavam terríveis e uma maldita dor de cabeça começou, "ótimo pra começar o dia". pensei. Lembranças da noite passada começou a se formar na minha cabeça. Lembro-me de estar ao lado de André, meu noivo e filho do sócio do meu pai, lembro-me da garrafa de tequila que eu virei depois de apostar com Kaio, que um dançarino da boate não era gay e perder, lembro-me também de André me pegar no colo e me trazer para casa. Resolvi que depois ligaria para Kaio e com certeza ele iria me contar o que aconteceu ontem a noite na boate indoor. Fui tomar banho antes que meu pai viesse. Quando terminei, de roupão mesmo fui fazer minha maquiagem, optei por uma make básica, fui até o meu closet e escolhi um vestido azul claro, soltinho e o meu tão amado all star vermelho. Desci para tomar café e também para pedir a Rosa, governanta da família, que eu já considerava ser minha mãe pois toda que minha mãe (que era estilista) ia trabalhar, ela cuidava de mim um remédio para a minha ressaca (quem não gostava muito de Rosa era Natalie). Quando cheguei na sala de jantar meu pai lia o jornal enquanto minha mãe estava muito interessada em alguma coisa em seu Ipad. Rosa apareceu.

- Olá, Cams. - Ela sempre me chamava assim, desde que eu me entedia por gente.

- Oi, Rosinha do meu coração! - Falei com um intusiasmo gigantesco.

Ela provavelmente percebeu do que eu precisava (ela tinha esse dom) que quando passou por mim me deu, escondido é claro um remédio para dor de cabeça, sorri pra ela. Eu já tinha 20 anos, porém meu pai não me deixava beber, nem quando eu estava acompanhada do meu noivo, e Rosa sempre me ajudava.
Me sentei na cadeira do lado meu pai e de frente pra minha mãe. Ela pareciam não ter visto que eu havia chegado.

- OLÁ FAMÍLIA!! - Gritei assustando a todos.

Rosa levou um susto e eu ouvi ela murmurar um "ave Maria" antes de ir pra cozinha. Meu pai e minha mãe me lançaram um olhar de repreensão.

- Você me assustou, Camila! - Falou a minha mãe largando o seu Ipad e colocando a mão no coração. Enquanto eu ria dela.

- Desculpe, mamãe. - Disse fazendo cara de inocente. Ela rio, pegou a sua colher e começou a comer sua salada de frutas.

Mamãe era muito bonita, eu sempre achei que ela combinava muito com o papai. Ela tinha 35 anos, seu cabelo era um tom de louro que eu amava, não tinha uma ruga sequer e era muito elegante. Além do mais ela era muito apegada a mim, os nossos gostos eram os mesmos e os nossos conhecidos diziam que eu era muito parecida com ela quando jovem.

A campainha tocou e eu me contorci toda para saber quem era. Joana a nossa nova empregada, saiu da cozinho e foi atender a porta. Segundos depois Kaio entrava todo saltitante.

- Oi, priminha querida! - Me comprimentou me dando um beijo.

- Oi, priminho lindo! - Comprimentei. Enquanto ele ia até meu pai, que o comprimentou seco.
Papai nunca aceitou a sexualidade de Kaio. Já mamãe o adorava, Kaio escolheu cursar a mesma faculdade que a tia. Moda. E achava a senhora Lívia um gênio da moda. Coisa que mamãe devia gosta, mas quem não gosta de ser idolatrada?

- O que teremos pra hoje? - Perguntou ele todo animado.

- Vamos buscar a enjoadinha da Natalie e o seu futuro marido - Falei.

- Não fale da sua irmã assim. - Ralhou meu pai em minha direção. Eu apenas dei de ombros e terminei de tomar o meu suco de laranja.

Papai sempre defendia Natalie, ele dizia que ela seria o nosso futuro por quê se dependesse de mim eu iria falir a empresa em poucos. Eu sempre fui popular, Natalie já era o meu oposto, era a nerd x9 da sala.

- Você vai conosco, querido? - Perguntou minha mãe.

- Claro, Tia Lívia. A senhora acha que eu perderia a oportunidade de dizer que a Natalie está fora de moda? - Ele falou piscando pra mim. Eu e Kaio sempre fomos próximos. Ele era o meu irmão.

Papai revirou os olhos e disse que ia chamar Bartolomeu, nosso motorista e mandou nos apressar.
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Espero que tenham gostado do primeiro capítulo. Queria avisar que as postagens serão todos os sábados. E por hoje é . Dêem estrelinhas e comentem se gostaram.

Bjs.

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