Pizza?

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Alana POV

  Acordei umas seis e meia num domingo ensolarado, comi mingau de aveia e tomei cappuccino de Alpino (que é uma delícia). Peguei minha bolsa e avisei ao meu pai que ia dar uma volta. Enquanto caminhava sem rumo, ouvia Confident da Demi Lovato no meu celular. Quando olhei em volta, vi que estava na praia. Me sentei na areia e fiquei vendo as ondas quebrarem, e fiquei pensando na vida.

  Eu decidi que iria tirar aquele dia só para mim. Ficar sozinha, sem preocupações. Por que afinal, as pessoas fazem coisas que incomodam as outras direta e indiretamente. Como alguém te fazer um mal julgamento quando você não esta bem, ou alguém comprar o ultimo bolo que você tanto precisava comer para se sentir bem. Então eu prefiro ficar sozinha.

  Vamos aos fatos. Comecei a pensar comigo mesma. Depois de quase um ano morando em uma casa enorme de três quartos (um deles era de hospedes, que luxo) depois da morte da minha mãe, meu pai descobriu um conjunto de casas parecidas em uma rua próxima, "menor e mais barata", e também era mais perto da escola. Ah... a escola. Parece que com a mudança de casas e o acidente com o Clifford, eu acabei fazendo um amigo improvável, e tenho suspeitas de que um garoto esta dando em cima de mim. Se fosse a vida de outra pessoa, eu diria que as coisas estariam começando a dar certo, mas como é a minha, o que me resta é me preparar pscicológicamente para o pior.

  Fiquei olhando para a praia, e quando percebi já era onze e meia, perto da hora do almoço. Me levantei e caminhei tranquilamente, agora tocando Like a Boy da Ciara.

- Vaza, pulguento! - Olhei na direção da voz e vi um homem chutando um cachorrinho enquanto uma criança chorava.

- Ei! - Me intrometi. - Isso não são modos de se tratar um cachorro!

- Esse animal me mordeu! E você não tem nada a ver com isso.

- Animal é você! - Gritei me aproximando do cachorrinho que chorava encolhido no chão. - Ele é um filhote!

- Ele tem u-um aninho-nho. - A menina soluçava.

- Se você se importa tanto assim com ele, então o leve embora antes que eu o chute de novo! - O homem berrou.

- Com prazer. - Disse e peguei o cachorrinho. - Você esta livre agora.

(...)

- Pai! - O chamei enquanto entrava em casa. - Temos um novo morador.

- Mas o que é isso? - Meu pai disse olhando o cachorro com um tom de reprovação. - Essa coisa não vai ficar aqui.

- Isso é o meu novo filhinho. E essa coisa vai ficar aqui sim. - Disse beijando a cabeça do cachorro. - Não discuti com um velho barrigudo pra não ficar com essa coisa linda.

- Você fez o que?

- Eu não ia deixar aquele homem mal-humorado bater nesse príncipe! - Exclamei.

- Sabe quem você me lembra? - Meu pai perguntou com um sorriso de canto. - Sua mãe.

  Minha mãe não podia ver um animalzinho perdido que já o levava para a casa, mas depois que ela se foi, meu pai deu nossa cadelinha para uma tia minha. Talvez seja por isso que eu não precisei me esforçar muito para ele me deixar ficar com o cachorrinho.

- Muito bem, precisamos de um nome para você. - Olhei para o cachorro, já no quarto. Ele era pequeno, e pela idade, não crescia mais, era largo e tinha pelos bem pequenos cor de caramelo.

- Falando sozinha, Becker? - Ouvi a voz do Michael.

- Ouvindo atrás da parede, Clifford? - Rimos. - Eu salvei um cachorro hoje, e não sei que nome dar pra ele.

Rejects (Original)Onde histórias criam vida. Descubra agora