Capítulo III

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Acordei com meu celular despertando no mesmo horário de sempre, e como sempre, estava com sono. Não queria ir a faculdade, mas minha mãe estava pagando, e dinheiro não cai do céu. Fiz o que sempre faço de manhã para ir a faculdade. Antes de sair, óbvio que peguei a mochila, celular, fone e minhas chaves e saí a caminho do mesmo ponto de ônibus, e lá estava a Rafa, novamente brisando.
- Bom dia! - disse sorrindo e a comprimentando com um beijo em sua bochecha.
- Bom dia! - sorriu sonolenta.
O ônibus chegou, entramos.
Hoje foi diferente, no caminho, fomos caladas, segundo ela, ela estava morrendo de sono, tanto que ela dormiu no meu ombro.
Quando estávamos quase chegando, peguei uns fios de cabelos meus, e esfreguei o nariz da Rafa. Ela rapidamente deu um tapa no próprio nariz.
Gargalhei.
- Gênia! - disse, rindo, quase chorando.
- Ai, para, to com sono. - disse ela.
Ela piscava de dois em dois segundos, piscadas longas, e um olho de cada vez.
- Por que não faltou hoje? - perguntei.
- Porque dinheiro não cai do céu.
Ri ao lembrar do meu pensamento de manhã.
Descemos do ônibus e entramos na faculdade, fomos até a sala e me sentei. Percebi que estava sentindo falta de algo, mas não sabia o que era. A professora logo entrou na sala.
Já sei do que estou sentindo falta: o Chris! Ele não veio? Que coisa não?
Ri dos meus pensamentos, quando do nada alguém aparece na porta dizendo:
- Professora, eu me atrasei, desculpa - estava ofegante - posso entrar?
- Entre Christian, sente-se!
Ele entrou e se sentou atrás de mim.
- Bom dia! - ele disse ao se sentar.
- Bom dia! - eu disse.
- Bom... - bocejou - ...dia! - disse Rafa.
- Nossa, isso sim é sono. - disse Chris.
- Realmente. - disse Rafa.
Todos nós rimos e a professora pediu silêncio para começarmos a aula, e assim fizemos.
Quatro horas se passaram, a faculdade também.
Voltamos para casa, dessa vez Rafa estava conosco, vou apresentar a minha nova amiga a minha mãe.
- É aqui! - disse apontando para a minha casa.
- Gostei! - disse Rafa.
- Tchau Chris! - eu disse sorrindo.
- Tchau rainha! - sorriu.
- Tchau Chris! - disse Rafa.
- Tchau Rafa! - sorriu.
Nos despedimos com beijos nas bochechas, peguei minhas chaves que estavam no bolso e abri a porta, entramos.
- MÃE? - as vezes ela vem para almoçar.
- MANHEEEEE!! - ri - acho que ela não está.
- Também acho! - riu.
- Vamos comer pipoca com nutella e assistir "O Impossível"?
- Vamos! Nunca assisti, mas deve ser bom.
- É muito bom, muito triste também! - sorri.
- Nossa, que deprimente.
Ri, fomos até a cozinha para preparar as comidas. Dez minutos depois, tudo estava pronto, decidimos chamar o Chris, para assistirmos nós três. Fomos até a casa dele e tocamos a campainha, a mãe dele atendeu a porta.
- Olá Nefertari! - disse Dona Cláudia.
- Oi Dona Cláudia, o Chris está?
- Sim, e por favor, me chame de Cláudia, ou Tia!
- Tudo bem Tia Cláudia! - sorri.
Ela retribuiu o sorriso e chamou o Chris, ele veio até nós, SEM CAMISA!
- Digam. - disse Chris.
- Vamos lá em casa assistir filme? - perguntei.
- Segundo a Nefertari o filme é triste. - disse Rafa.
- Só assistir filme? - sorriu maliciosamente.
- É! - sorri e dei um tapa em seu braço.
- Vai ir? - perguntou Rafa.
- Vou sim, só me deixem por uma camisa.
- O.k. - afirmei.
Ele subiu as escadas, fiquei fissurada nas costas dele, sim, sou fissurada em costas, é uma parte do corpo tão bonita, lisa, que de certa forma, sexy.
- Tem uma baba aí! - disse Rafa.
Passei meu dedo indicador no canto da boca, e depois fui perceber a "piada" dela.
- Idiota! - sorri.
- Você gosta dele?
- Não, só acho ele gato e... Gostoso e... Engraçado... e... Legal... e...
- Sim, você gosta dele! - me interrompeu.
- É acho que sim. - afirmei.
- Acho que eu vou embora.
- Porque?
- Não to muito bem.
- Você não vai, você vai ficar aqui, comigo - a abracei.
- Tá bom então né.
Chris chegou, fomos para a minha casa, pegamos os potes de pipoca com nutella, pegamos refrigerante para nós três e fomos até a sala. Coloquei o filme e me sentei no sofá no meio dos dois.
Na metade do filme, eles dormiram, me levantei lentamente e fui até o banheiro, peguei a pasta de dente e voltei para a sala, passei um pouco de pasta na mão do Chris e um pouco na mão da Rafa, peguei um fio de cabelo dela, um fio do meu cabelo, passei no nariz de cada um, no mesmo instante eles passaram a mão que estava com pasta no nariz. E eu me joguei no chão e comecei a rir.
- AAAI! ISSO ARDE! - gritou Rafa.
Ela saiu correndo para o banheiro.
- AAAAII! - também foi ao banheiro.
Eu fiquei ali, apenas rindo, alguns minutos se passaram e eles vieram correndo em minha direção com um balde de água.
- NÃO! VAI MOLHAR A SALA TODA! - gritei me levantando.
Saí correndo para fora de casa, quando do nada alguém me segura pela cintura e me joga no chão, mas a pessoa acaba caindo em cima de mim.
Sorri e empurrei a Rafa, e saí correndo, novamente ela conseguiu me jogar no chão, dessa vez eu a segurei e ela caiu do meu lado, Chris chega e joga o balde de água em nós duas.
- Infelizes! - eu disse.
- Ninguém mandou querer brincar. - disse Chris.
Me levantei com a ajuda de Chris, então, ajudei a Rafa que ainda estava no chão. Olhei para Rafa, ela olhou para mim e nós duas abraçamos o Chris, fazendo com que ele também ficasse encharcado.
- A, que droga! - Chris disse sorrindo.
- Ainda bem que está calor! - disse Rafa.
- Verdade! - afirmei.
Nos soltamos e eu e a Rafa fomos a minha casa, Chris foi para a sua para tomar banho, entramos em casa.
- Sua blusa está transparente. - disse Rafa.
- Nossa - disse olhando para meu sutiã preto de renda que estava a mostra - É que essa camisa é transparente.
- Deu um calor agora. - disse Rafa se abanando.
- Vai tomar banho, não pode voltar para casa molhada assim.
- Realmente, mas acho melhor você ir primeiro.
- Tem certeza?
- Absoluta!
- O.k. vou indo.
Subi as escadas e fui até meu quarto, separei uma roupa qualquer, peguei uma toalha e fui ao banheiro para tomar o banho. Após alguns poucos minutos, meu banho estava terminado, coloquei a roupa e desci. Rafa estava deitada no chão, morrendo de sono.
- Rafa, vai tomar banho antes que você fique doente.
- Vou mesmo - ela se levantou - mas e a roupa?
- Eu te empresto uma, vai logo.
- Tá bom então.
Ela subiu as escadas, fui junto a ela, peguei uma toalha e uma roupa minha para ela, ela pegou e foi ao banheiro.
Deitei na minha cama e enquanto esperava ela, acabei dormindo.
Acordei com alguém me chamando.
- Nefertari?... Nefertari?
- Oi? - disse sonolenta.
- Vou ir embora. - disse Rafa.
- Minha mãe já chegou?
- Enquanto eu tomava banho, ouvi alguém entrar aqui e perguntar por você.
- Deve ter sido ela, ela deve estar lá em baixo.
- Então, vamos conhece-la! - Sorriu.
Sorri de volta e me levantei, esfreguei meus olhos e antes de descer, lavei meu rosto. Precisava despertar, ainda estava com sono. Descemos e minha mãe estava no sofá, assistindo desenho.
- Nefertari, ainda bem que você acordou, acabou de começar O incrível mundo de Gumball!
- Que ótimo! Mas perai, mãe essa é a Rafaela, e Rafa, essa é minha mãe! - disse apresentando-as.
Elas se cumprimentaram.
- O.k. agora já vou. - disse Rafa.
- Vou concordar só porque já está tarde! - disse.
- Quer que eu levo você? - minha mãe perguntou.
- Não, não preci...
- Precisa sim - a interrompi - já está escuro e é perigoso.
- Tá bom então! - concordou Rafa.
Rafa pegou sua mochila, sua roupa ainda estava molhada estendida no varal, peguei uma sacola e coloquei a roupa dela dentro, fomos até a rua e minha mãe já havia retirado o carro da garagem, entramos no carro e minha mãe deu a partida.
- Mãe, já está mais que na hora de você me ensinar a dirigir.
- Já mesmo, mas ultimamente estou sem tempo - minha mãe disse.
- Domingo de manhã? Da pra tu me ensinar? - perguntei.
- Filha, esse final de semana vou ter que viajar a trabalho.
- Tudo bem mãe.
- Você poderia ficar na minha casa - disse Rafa - eu posso te ensinar a dirigir.
- Você sabe dirigir? - perguntei.
Ela não tinha cara de quem sabia dirigir, na verdade ela tem cara de doida.
- Dirijo, fiz auto-escola, estão esperando eu fazer 18 para me entregarem a carta.
- A, o.k. então, tudo bem né mãe?
- Claro! - afirmou minha mãe.
- Qual o nome da sua rua? - minha mãe perguntou para a Rafa.
Rafa deu seu endereço a minha mãe, minha mãe seguiu o caminho e após dez minutos já estávamos na casa de Rafa.
- Tchau Rafa! - sorri.
- Tchau Rafa! - disse minha mãe.
- Tchau gente! - sorriu.
Esperamos ela entrar na casa dela e fomos embora.
- Porque ela estava com as suas roupas? - minha mãe perguntou.
Após eu explicar toda a brincadeira que aconteceu em casa...
- A bom, achei que vocês tinham coisado.
- AI MÃE CREDO! - ri.
- Ué, pode acontecer com todo mundo.
Eu ainda estava gargalhando.
- Mas eu não - ri.
- Vai saber - riu.
Chegamos em casa, após alguns curtos segundos, subi até meu quarto e me deitei, estava trocando mensagens com o Chris e com o Rick, até que adormeci.
Acordei, no mesmo horário de sempre, mas estranhei, sonhei que estava beijando a Rafa, acho que palavras de mãe acontecem, mas ainda bem que foi um sonho, não sei porque, mas não consigo me imaginar beijando uma garota.
Me arrumei e fui a faculdade.
A aula foi normal como sempre, um dos professores disse que semana que vem teríamos que apresentar uma peça pequena, que durará 20 minutos, teria que ter no mínimo três participantes, as falas serão grandes, e para os iniciantes seria um pouco difícil de se decorar. Eu já havia feito apresentações antes, mas será difícil, não sei porque mas não me sinto confiante. Nós teríamos que criar a peça, sim, nós, achei difícil, mas gostei da ideia, a peça seria apresentada por mim, Chris, Rafa e Lucas.
Lucas é um menino que entrou hoje na faculdade e já é nosso amigo.
Cheguei em casa e fui almoçar. Nós quatro combinamos de criarmos a peça hoje na casa da Rafa, às três da tarde iríamos todos nos encontrar na frente da faculdade, Chris e Lucas não sabiam aonde era a casa da Rafa.
Após eu almoçar, dei uma mini-faxina em casa, a minha mãe trabalhava o dia todo, eu tinha que ter consciência de que ela já estava fazendo muito por mim.
Olhei no relógio do meu celular e eram duas e meia da tarde, troquei de roupa, coloquei uma que eu ficasse bem a vontade, mas não muito fajuta, um macaquinho jeans claro e uma regata preta, deixei uma alça do macaquinho caída, coloquei meu chinelo e peguei meu celular e minhas chaves. Saí de casa trancando a porta e indo em direcção a casa do Chris, pela primeira vez, ele não estava sem camisa.
- Olá! - disse ele.
- Oi! - respondi sorrindo.
Nos comprimentamos com beijos na bochacha e fomos a caminho da faculdade.
- Você ta bonita hoje!
- Obrigada! - sorri.
Senti minhas bochechas corarem.
- Denada! - devolveu o sorriso.
Fomos o caminho todo conversando, sobre coisas aleatórias.
Chegamos na faculdade e vimos a Rafa lá, a nossa espera.
- Tava quase virando múmia - disse ela.
Olhei no relógio do meu celular e mostrei a ela.
- Agora são três em ponto, você que é desesperada. - sorri
Ela sorriu.
- Tá, e o Lucas? - perguntou Chris.
- Peraí - olhei no meu bolso - iiih, no meu bolso ele não tá.
Rafa riu, e Chris me fuzilou com os olhos e logo após, riu.
- Boba! - disse rindo.
Lucas chegou e nos comprimentou.
- Achei que tinha desmaiado no meio do caminho - disse Chris.
- Parei para comprar milk shake, viado.
- Aaa, e não trouxe pra nós? - perguntei o fuzilando com os olhos.
- Ia derreter. - disse Lucas.
- Mas Milk Shake não é sorvete derretido? - perguntou Rafa.
- Ai meu Deus! - disse Chris rindo.
Lucas também ria.
- Não sua anta! - ri - É sorvete batido! - continuava rindo.
Todos ríamos, até a Rafa. Após alguns minutos, de muita risada, conversa e brincadeiras bobas, chegamos a casa da Rafa.
- Nossa, que casarão! - disse Lucas.
- É mesmo! - disse Chris.
- Concordo! - eu disse.
- Digamos que meu pai é rico. - disse Rafa.
- Acho que já imaginava. - eu disse.
Entramos e logo a mãe da Rafa estava sentada no sofá.
- Mãe, esses são meus amigos Lucas, Christian e Nefertari. Pessoas, essa é minha mãe Thaís.
- Oi pessoas! - disse Dona Thaís sorrindo.
- Prazer Dona Thaís! - disse sorrindo.
- Igualmente! - disseram os meninos juntos.
- Podem me chamar de Tia! - sorriu.
- O.k.! - concordei.
- Mãe, vamos fazer trabalho para a faculdade. - disse Rafa.
- Tudo bem filha.
Acompanhamos a Rafa até o seu quarto, a casa era grande, poderia me perder ali, teria que acampar nas plantas.  Chegamos em seu quarto e eu já me joguei na cama.
- Normalmente as pessoas costumam chegar aqui, pedir licença, se sentar em uma CADEIRA. - disse Rafa.
- E quem te disse que eu sou normal? - ri.
Todos riram.
- É, percebi. - disse Rafa.
Enquanto decidíamos a peça, tomávamos coca-cola.
Não estávamos escrevendo as falas, e sim, decidindo qual seria a história da peça.
- Gosto da idéia de colocarmos um traficante na história. - disse Lucas.
- Só se for tu! - disse olhando para ele.
Ele riu.
- Mas vai ser legal - riu - nós podemos fazer tipo, uma menina rica, que certo dia vai em um baile no morro com sua melhor amiga, escondida de seu pai, aí ela conhece um rapaz do morro, ele se finge de rico, mas na verdade trabalha em um quiosque na praia, depois ela vai ser sequestrada pelo irmão desse rapaz...
- Criativo - o interrompi - Se não fosse um filme eu até faria.
- Todo mundo já viu esse filme! - disse Chris rindo.
- Chatos. - disse Lucas.
Rimos.
- Poderíamos fazer uma história de amor, que um menino era usuário e um dia conheceu alguém, e por esse alguém, ele mudou. - eu disse.
- Nossa. - disse Chris.
- Adorei, vai ser essa! - disse Rafa.
- Também gostei! - disse Lucas.
- Vai ser essa então? - perguntei.
- Vai! - disseram os três juntos.
- PEGA NO VERDEEEE!!! - gritei.
Todos olharam em volta a procura de algo com a cor verde.
- AQUIIIIII!!! - disse Rafa correndo e segurando em um enfeite.
- Merda! - disse Chris sorrindo.
- Droga! - disse Lucas.
Eu estava rindo juntamente a Rafa.
- Chupem bobões! - disse Rafa.
Eles riram.
- Tá, agora... Quais serão as falas? - eu disse.
- Sei lá, não sou criativo. - disse Chris.
- Vai ser, ou se não, não poderá ser ator. - disse Rafa.
- Pra ser ator precisa de criatividade? - perguntou Lucas.
- Claro suas antas, sem criatividade, não da para criar uma peça. - disse a Rafa.
- Vamos fazer assim, amanhã vamos todos invadir a casa do Chris, e criamos as falas, hoje não to muito afim de estudar. - eu disse.
- Eu apoio! - disse Rafa.
Chris e Lucas fizeram sinal positivo com a cabeça, ficamos o dia inteiro assistindo séries, comendo batata-frita e tomando coca-cola. Foi divertido, até o momento da idéia do Lucas.
- Vamos brincar de verdade e desafio? - perguntou Lucas.
- Bora! - disse Chris.
- A, não. - eu disse.
Homens só brincam de verdade e desafio, quando querem ficar com alguém, e eu, não queria ficar com ninguém.
- Vamos Nefertari, por favor! - disse Rafa.
Peraí, acho que a Rafa ta querendo o Lucas.
- Vou brincar só porque estou pressentindo algo.
Rafa foi até a cozinha a procura de uma garrafa, logo ela chegou no quarto com a garrafa. Formamos uma roda e começamos a brincar.
- Verdade ou desafio? - perguntou Rafa, ao Chris.
- Verdade. - afirmou Chris.
- É verdade que você sente tesão assistindo Mama Brusqueta?
- NÃO! - gargalhou.
Todos rimos.
- Ai meu Deus! - gargalhei.
Giraram a garrafa.
- Verdade ou desafio? - perguntei para Rafa.
- Desafio. - disse Rafa.
Olhei com um sorriso de canto de boca para o Lucas.
- Desafio você dar pelo menos um selinho no Lucas. - sorri.
- Não! - disse Rafa.
- Por que? - perguntei.
- Porque eu não quero. - disse Rafa.
- Você vai ter que levar penalidade. - disse Chris.
- Qual a penalidade? - ela perguntou.
- Dois minutos de cosquinhas. - eu disse.
- Tudo menos isso! - ela disse.
- Então beijem! - sorri.
- AAAA, CHATOOOS!!! - disse Rafa.
Ela se virou para o lado e deu um selinho muito rápido em Lucas, quase suas bocas não encostaram.
- A, gente, direito né? - disse Chris.
- Ai meu Deus! - disse Rafa.
Ela se virou novamente e deu um selinho nele, demorado.
- Agora sim. - falei.
- Gira essa garrafa logo. - ela disse.
Não entendi o porque dela ficar brava, ele é um gato, loiro de olhos escuros, gente, a sei lá.
Giramos a garrafa.
- Verdade ou desafio? - perguntou o Lucas para o Chris.
- Desafio. - disse Chris.
- Desafio você BEIJAR - disse quase gritando - BEIJAR, a Nefertari.
Ele me olhou e sorriu, não resisti e tive que sorrir de volta.
- Mas tem que ser aqui, na frente de todo mundo? - perguntei.
Não gosto de beijar as pessoas em público, é meio vergonhoso.
- Se quiserem podem se encostar ali na parede e se pegar. - disse Lucas.
Ele encostou na parede e me pegou pela cintura me preensando em seu corpo, fui obrigada a ficar na ponta dos pés pois ele era maior que eu, entrelacei meus braços ao seu pescoço e ele me beijou. Estava aproveitando cada segundo daquele beijo, pois eu estava gostando dele, e provavelmente iria demorar para outro beijo acontecer.
Após alguns segundos nos separamos com um selinho.
Involuntariamente um sorriso apareceu em meu rosto, e outro, no rosto do novo vizinho gato, que beija muito bem.
- Não quero mais brincar. - disse Rafa.
- Agora que eu to começando a gostar da brincadeira! - disse Chris.
- Quero dormir. - disse Rafa.
- A Rafa, pelo menos me da outro beijo. - disse Lucas.
- Ai meu Deus! - eu disse.
- Ele ta se declarando! - disse Chris.
- Não vou dar beijo em ninguém! - disse Rafa.
- Gente, se ela não quer, não forcem. - eu disse.
- O.k. vou embora então gente. - disse Lucas.
- Também vou! - disse Chris.
- Tchau Rafa! - eu disse.
- Nefertari, fica, por favor? - ela disse.
- Tá bom, posso ir mais tarde. - eu disse.
Acho que ela gosta do Chris, ela parecia triste após aquele beijo.
Eles se despediram de nós e saíram, ela se deitou e eu deitei do lado dela.
- O que foi? - perguntei.
Nos conhecíamos a pouco tempo, mas mesmo assim ela era minha amiga, eu tenho um dom de dar conselhos para as pessoas, ajuda-las, e gosto de apoiar as pessoas, é bom, me sinto bem.
- Você não vai me entender, é uma coisa que poucos entendem, e que odeiam seres assim.
- O que é? Se quiser contar, vou dar meu máximo para poder te ajudar.
- Acho melhor não, mas, só me abraça?
Não respondi, apenas a abracei, não sabia o que era, mas, queria ajuda-la.
- Você também gosta do Chris? - perguntei.
Caso fosse isso, evitaria ficar muito próxima dele enquanto ela estivesse conosco.
- Não. - senti algo molhado pingar em meu peito, já que estávamos deitadas.
- Não fica assim, seja o que for, vai ficar melhor.
Continuamos abraçadas, até que ela adormeceu nos meus braços. Esperei alguns minutos, e lentamente tirei-a dos meus braços levantando e indo para minha casa.

O Problemático Do Meu VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora