Capítulo IV

11 1 0
                                    

Um dia depois...

Após ir a faculdade na sexta-feira, fui a minha casa juntamente a Rafa, precisava pegar minhas coisas, pois passaria o final de semana inteiro na casa da menina feliz.
- Meu Deus... - disse Rafa.
- O que foi? - perguntei.
- Vou ter que dar suas aulas de direção de madrugada.
- Por que? - perguntei.
- Não estou afim de ver ninguém morto na rua.
Ri.
- Idiota, vou ser uma ótima motorista.
- Enquanto você não aprende, é melhor concluirmos a sobrevivência de outros seres vivos.
A fuzilei com os olhos e nós rimos. Vinte minutos se passaram e eu peguei tudo que devia, eu acho. Saí de casa e tranquei a porta, fomos andando até a casa dela, precisava caminhar, iria engordar se continuasse comendo daquele jeito e não fazendo exercícios. Entramos e não havia ninguém.
- Minha mãe está trabalhando. - ela afirmou.
- Vamos fazer o que? - perguntei.
- Podemos jogar uno.
- Adoro uno! - sorri.
Ela pegou as cartas, eu embaralhei enquanto ela pegava suco para nós duas, quando ela voltou, as cartas já estavam distribuídas.
- Quem vê acha que tu é organizada! - riu.
- Idiota! - ri.
- Vamos jogar diferente? - disse Rafa.
- Como assim? - perguntei.
- Quem perder tem que fazer o que a outra mandar por cinco minutos.
- Tudo bem!
Era pouco tempo, mas já tinha em mãos o que fazer com ela, e além disso, eu sou muito boa jogando uno!
Após cinco rodadas, infelizmente, a vencedora foi a Rafa.
- Droga! Só porque ia fazer você comer minhoca! - ri.
- Mas o que eu tenho pra você fazer não é doloroso!
- Não? - perguntei.
Se não era doloroso, o que seria então?
- É MUITO DOLOROSO!
- Rafa, o que você vai fazer eu fazer? - perguntei.
- Escove os dentes com muita pasta! - sorriu.
Ela me acompanhou até o banheiro, e fiz o que ela mandou, não sabia o que iria acontecer, mas é melhor obedecer.
- Meus dentes estão refrescados! - ri.
Ela riu.
- Agora, venha comigo!
Segui ela e fomos até a cozinha, ela pegou uma garrafa de água gelada, e colocou um pouco de água em um copo.
- NÃO! - disse saindo correndo.
- Volta! - disse Rafa.
Infelizmente sou uma péssima corredora, e ela conseguiu me pegar quando estávamos ainda dentro da cozinha.
- NÃO! POR FAVOR!
- Você vai ter que beber!
Choraminguei, mas nada adiantou.
- Outra coisa por favor! - implorei.
Já escovaram os dentes e depois beberam água gelada? É uma das piores coisas que existem!
- Tá bom... - concordou Rafa. 
- Obrigada! - abracei ela.
- Mas...
- Mas o que? - a soltei.
- Você está me devendo uma!
- Tudo bem! - sorri.
- Podemos assistir séries, comer salada de frutas, beber refri, jogar twister, jogar banco imobiliário, tenho muitos jogos.
- Apoio jogar uma partida de twister e depois assistir séries comendo salada de frutas!
- Claro, tudo que a majestade desejar!
- Idiota! - ri.
Ela também riu. Entramos no quarto dela a procura do twister. Reviramos o quarto todo, mas nada de twister, então, resolvemos deixar para lá, e assistirmos série comendo salada de frutas. Fomos a cozinha, ela pegou as frutas na geladeira, e eu, dois copos.
Cortamos banana, maçã, melancia, laranja, abacaxi, etc... Jogamos quase uma caixinha de leite condensado nos copos, e fomos até a sala para assistirmos séries.
- Já assistiu Teen Wolf? - Ela perguntou.
- Não. É de lobisomem?
- Sim, como você sabe?
- Wolf, lobo.
Ela riu.
- Verdade! - ela disse rindo.
Ela selecionou o primeiro episódio da primeira temporada de Teen Wolf, e ficamos assistindo, comendo salada de frutas. A tarde se passou, e ficamos assistindo Teen Wolf o dia inteiro. Ás seis da tarde, ela queria ir na saída de uma escola que tinha perto da casa dela, segundo ela, haviam muitos conhecidos dela, e então, sem muitas escolhas, acabei aceitando e indo com ela. Eu estava com um macaquinho jeans preto e uma camisa branca baby look e de chinelo, achei que estava bom, já que era só para ir na porta de uma escola. Saímos da casa dela e fomos a caminho da tal escola. O caminho todo ela foi falando de uma tal de Gabriella, ela dizia que a tal era muito legal, e vários elogios do tipo. Chegamos e a porta ainda não estava aberta, mas ficamos do outro lado da rua, a espera da tal Gabriella e de outras pessoas que a Rafa conhecia.
Após exactos dez minutos, o portão abriu, e várias pessoas estavam saindo, muitas meninas pararam para comprimentar a Rafa, e a mesma me apresentou para todas. Nathalie, uma das meninas, me comprimentou com um beijo quase na boca.
- Opa! - ri.
Ela riu. Imagino que ela seja lésbica, pelo modo com que se aproximava de mim, mas não a destratava, muito pelo contrário, a tratava super bem, não tenho preconceito nenhum.
Após cinco minutos mais ou menos, uma menina veio comprimentar a Rafa.
- Oi Rafa! - sorriu.
- Oi Gabi! - sorriu.
Elas se comprimentaram com beijos na bochecha.
- Gabi, essa é Nefertari, minha aprendiz de direcção e amiga. Nefertari essa é a Gabriella que te falei.
- Olá! - disse ela.
- Oi!
Não fui muito com a cara dela, então decidi ficar conversando com a Nathalie mesmo, ela sim tem cara de boa pessoa!
- Não gosto dela. - disse Nathalie.
- É, também não fui muito com a cara dela não. -  concordei.
- Você namora? - ela perguntou.
- Não!
Ela sorriu e olhou para baixo. Um grupo de meninos veio comprimentar a Rafa.
- Gente, essa é a Nefertari. Nefertari esses são Guilherme, Caio, Iago, Miguel, Matheus e Dylan - disse apontando para cada um dos meninos.
Comprimentei todos. Miguel, Matheus e Dylan, são gatos, tenho que adimitir, principalmente o Dylan. Loiro dos olhos azuis, meu Deus!
- Você é muito gata! - disse Dylan.
Eu ri.
- Obrigada, eu acho.
- Nefertari, vamos? - perguntou Rafa.
Cheguei perto dela.
- Agora que está ficando interessante? - disse sussurrando no seu ouvido.
- Sim! - sussurrou de volta.
- Já vão ir? - perguntou Nathalie.
- Já! - disse Rafa.
- Me passa seu número antes? - perguntou Dylan.
- Claro! - sorri.
Ele tirou o celular do bolso e me entregou, eu salvei meu número e o entreguei de volta.
- E pra mim? - pediu Nathalie.
Rafa pegou na minha mão e me puxou, levando-me embora.
- PEGA COM O DYLAN! - virei-me para frente.
- DEPOIS TE LIGO GATA! - gritou Dylan.
Sorri andando a caminho da casa da Rafa.
- Você não deveria se meter com o Dylan! - ela disse.
- Entendi! Você gosta dele!
- Não Nefertari, é que, ele está envolvido com muitas merdas por aí!
- Eita, não sabia!
- Pois é, agora sabe, toma cuidado!
- Tudo bem.
Chegamos na casa dela e a mãe dela já havia chegado enquanto estávamos fora.
- Oi Ester! - comprimentei a mãe da Rafa.
- Oi Nefertari, tudo bem?
- Tudo sim e com você?
- Ótima! - sorriu.
Devolvi o sorriso e Rafa queria beber, segundo ela tinha 51 na geladeira, eu não bebo, mas já que estava na casa da Rafa, poderia beber um pouquinho. Ela pegou dois copos e misturou Red Bull com 51. Subi juntamente a Rafa para seu quarto, estávamos bebendo, mas estávamos seguras.
Eram sete da noite, e fomos assistir ao pôr do sol. No quintal dos fundos da casa dela, havia uma piscina.
- Por que você nunca me disse que tinha piscina? - perguntei.
- Porque esqueci, - riu - vamos nadar?
- Não trouxe bikini.
- Eu te empresto um que eu não uso. Acho que serve, nossos peitos são quase do mesmo tamanho!
- Você com essa teta desse tamanho! - ri.
- A SUA É QUASE DO MESMO TAMANHO DAS MINHAS TÁ?
Rimos. Voltamos ao quarto dela, peguei o bikini que ela havia dito. Fui ao banheiro para vesti-lo, enquanto ela se trocava no quarto. Era bonito, azul bebê, delicado, e coube certinho. Ela estava com um rosa, quase igual ao que ela havia me emprestado. Ficou me olhando de cima a baixo.
A olhei.
- Caramba. - ela disse.
- Eu também te comeria! - eu disse sorrindo.
Ela riu. Fomos até a piscina, chegando lá, a Rafa deixou o copo, que já não havia mais bebida em cima de uma mesinha e pulou fazendo a água espirrar em mim.
- TÁ GELADA! - disse me agonizando.
- Pula de uma vez que você nem sente! - disse Rafa.
- É muito funda? - perguntei.
Não sei nadar, vou entrar, me afogar e morrer. Exagerada? Acho que muito.
- É. Tem um metro e noventa.
- TÁ DOIDA? Vou morrer aí! - disse com medo.
- Quantos metros você tem?
- Não vou falar se não você vai rir. Sou muito baixinha.
- Fala logo, não vou rir.
- Um e sessenta e três.
- O QUE? - ela riu. Na verdade, riu muito.
- Não disse? - a fuzilei com os olhos.
- Eu tenho um e sessenta e oito.
- Só cinco centímetros a mais!
- Peraí. Você não sabe nadar?
- Não.
- Eu te ensino! - sorriu.
Nos conhecemos a pouco tempo, mas já tinha uma certa confiança nela, acho que ela não me afogaria de propósito.
- Tudo bem!
Eu bebi o que sobrou no copo, deixei o mesmo em cima da mesinha, entrei lentamente na piscina e fiquei segurando nas beiras, me apoiando.
- Sabe boiar? - perguntou.
- Não! - ri.
- Deita e relaxa, eu te seguro por baixo.
- Por favor, não me solta! - pedi.
- Nunca te soltaria! - sorriu.
Devolvi o sorriso. A obedeci, me deitando e relaxando, senti uma das mãos de Rafa em minhas costas, e outra em minhas pernas.
- Só não me estupre o.k.? - ri.
- Acho que é impossível! - ela disse rindo.
- Acho que estou meia bêbada.
- Agora fecha os olhos, respire fundo e relaxe.
A obedeci, fechei os olhos, respirei fundo, e relaxei. Após alguns curtos minutos, percebi que as mãos de Rafa não estavam mais em meu corpo. Não entrei em pânico e nem fiz nada, apenas continuei naquela posição, pois sabia que se fizesse algo, poderia afundar.
- Rafa me ajuda a sair daqui! - disse lentamente.
Ela se aproximou e foi me empurrando lentamente até a beira da piscina. Me apoiei novamente nas beiras da piscina.
- Agora, sabe flutuar?
- Não! - neguei.
- Só você balançar os pés para frente e para trás, e seus braços para cima e para baixo.
- O.k., mas me segura, quando eu pedir você me solta mas fica perto de mim.
- O.k.! - riu.
Ela me segurou pela cintura e me puxou lentamente para o meio da piscina. Estava fazendo o que ela havia me explicado, mas não me sentia segura ainda.
- Calma, não me solta! - exclamei.
Não estava com medo, me sentia segura com a Rafa, mas não posso ser boba para dar qualquer brecha para afundar.
- Só quando você mandar. - sorriu.
Após alguns segundos.
- Pode soltar, mas fica perto de mim! - pedi.
Ela me soltou mas continuou a minha frente.
- Estou bêbada, é mais fácil eu afundar. - ri.
Ela sorriu. Estava flutuando numa boa.
- O.k., já sei flutuar, agora me ajuda a chegar até a beira.
- Tudo bem madame! - disse Rafa.
Ela me ajudou. Fiquei com os braços apoiados, e minhas pernas se mechendo.
- Você está indo muito bem. Quando ensinei a Gabi a nadar, ela se afogou umas três vezes.
Ri.
- Não sei como não me afoguei ainda! - disse rindo.
- Vamos continuar nossa aula de natação? - perguntou Rafa.
- Vamos.
- Bom, essa é a parte mais difícil.
- Ferrou!
- Você... - riu - ... Você vai ter que movimentar seus braços assim...
Demonstrou.
- Suas pernas assim...
Demonstrou.
- E basicamente boiar de frente. Agora junte os três e nade!
Ela deu uma volta nadando na piscina.
- Tudo bem. Mas fica perto de mim, por favor!
- Vou estar! - sorriu.
Soltei da beirada e comecei a fazer tudo o que ela havia explicado, mas claro, ela não saía do meu lado.
Do nada, eu afundei.
- NEFERTARI! - gritou Rafa.
Pude ouvir o seu grito, e logo em seguida engoli água, fiquei desesperada a procura de oxigênio, mas estava em baixo d'água. Senti mãos em minha cintura e logo em seguida fui puxada para cima, e finelmente consegui respirar, mas lentamente, e minha vista estava se escurecendo.
- Nefertari, comigo, respira fundo. - disse Rafa.
Ela fazia massagem em meu peito e pude sentir a água que havia engolido subir, mas não queria sair. Pude sentir uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Percebi que Rafa estava chorando.
Ela tapou meu nariz e fez respiração boca a boca. Ela desencostou nossas bocas e a água subiu, fazendo com que eu a cospisse.
- Meu Deus, que susto você me deu! - disse Rafa.
Não disse nada, estava respirando lentamente para ver se o ar voltava.
- Nunca mais faça isso denovo! - disse Rafa limpando as lágrimas.
- Gente. - eu disse.
- O que foi? - perguntou Rafa.
- RAFAELA, EU VOU SAIR, VOLTO TARDE! - gritou Ester.
- ESTÁ BEM MÃE! - gritou Rafa.
- Eu beijei uma menina! - eu disse.
- Não foi tecnicamente um beijo - sorriu - meus beijos normalmente tem mais pegada, mão na bunda, mão na teta... - sorriu - ... quer que eu demonstre?
Peguei-a pela cintura e a coloquei sentada em cima de mim.
- Pode ser um beijo e um pouco mais? - pedi.
Ela sorriu e se aproximou de mim, ela beijou meu pescoço, e deu uma pequena mordida, um arrepio percorreu meu corpo, ela foi beijando do pescoço até a bochecha, e da bochecha até o canto da boca. Segurei pouco acima de sua cintura, e a forcei contra meu corpo. Nos beijamos. Um beijo aproveitador, apaixonante e com jeito de "quero muito mais que um beijo". Parei o beijo, a olhei nos olhos e disse:
- Você beija melhor que muito cara por aí! - sorri.
Ela sorriu, e continuou a me beijar. Ela pegou em minha mão e me puxou levando-me até seu quarto, me jogando na cama dela e me beijando. Parei o beijo.
- Vai molhar sua cama. - disse.
Estávamos na piscina, estávamos molhadas.
- Eu não ligo.
Ela voltou a me beijar.

No dia seguinte...

Acordei não sei que horas, só sei que estou com muita dor de cabeça e azía. Percebi que estava nua, mas o lençol cobria meu corpo. Senti alguém se mecher na mesma cama que eu, olhei para o lado e levei um susto. A Rafa também estava nua, e estava na mesma cama que eu.
GENTE? EU? A RAFA? NÓS DUAS? O QUEEEEEEE? COMO? NÃO LEMBRO DE NADA!
- Bom dia! - disse Rafa se espreguiçando.
- Bom dia, eu acho.
- Nossa amor, você está bem? - perguntou-me.
- Amor?
- Vai dizer que não gostou de ontem?
- Não... Quer dizer... Sim... Quer dizer... Não sei.
- Nefertari, você está bem?
- Mais ou menos, estou com dor de cabeça e azía, não lembro de nada...
- Como assim não lembra de nada? - me interrompeu - Nefertari, não significou nada para você? - parecia triste, brava, nervosa, tudo.
- Eu não sei Rafa, não lembro de nada, eu estava bêbada! Só lembro que bebemos um copo inteiro de Red Bull com 51, o resto não lembro de nada.
- Tá, tudo bem então, o.k... - uma lágrima desceu no rosto de Rafa - ... vou tomar um banho, preciso pensar.
Ela pegou outro lençol que estava no chão e se enrolou, pegou uma toalha e foi até o banheiro.
Eu e a Rafa ontem? Gente! Não podia ter acontecido isso. Descobri que ela é lésbica, e descobri que coisamos ontem. E, não quero nada com ela. Estava bêbada, não tinha noção do que estava fazendo. Será que vou perder a amizade da Rafa por isso? Não pode acontecer isso, a conheço a pouco tempo, mas já tenho um grande amor de amizade por ela. Fui até a porta do banheiro e encostei meu ouvido na mesma, pude ouvir que Rafa estava chorando, e se chingando de idiota, burra, imbecil etc...
Eu sou muito trouxa mesmo, como eu pude fazer isso com a minha melhor amiga? Sou uma pessoa horrível. Preciso pensar. Me enrolei no lençol e fui até os fundos, me sentei em uma cadeira e fiquei observando o céu. Observar a imensidão azul me faz pensar nas coisas que acontecem. Além disso, me da resoluções para os meus problemas. Eu reconheço que fiz merda. Brinquei com o sentimento de uma pessoa, mesmo "não estando em mim". Não posso perder a amizade da Rafa. Quero chorar.
Quando choramos, não é porque somos fracos, mas sim porque passamos muito tempo sendo fortes!
Essa frase que peguei do google fez sentido. Eu, gosto de chorar, é bom de vez em quando você desabafar nas lágrimas.
Involuntariamente comecei a chorar. Mas chorar muito, soluçando. Preciso de um abraço de alguém!
Quando menos esperava senti mãos em minha cintura me forçando a levantar, e acabei levantando, me virei e era Rafa, ela me abraçou.
- Não quero perder sua amizade por causa de um rolo que tivemos. - disse Rafa.
- Você não sabe, o quão feliz eu estou por saber disso! Me perdoa?
- Está perdoada!
Ficamos ali, abraçadas, até que ela me mandou tomar um banho, já que iria matar pessoas, pelo menos iria ir para a cadeia cheirosa!
AI MEU DEUS, EU VOU DIRIGIR! VOU TOMAR UM BANHO DE CINCO SEGUNDOS!
Fui ao quarto da Rafa e peguei uma roupa meio termo, já que estava um vento gelado, mas o sol estava ameaçando sair e brilhar, mostrando as inimigas que ele brilha mais que elas. Fui ao banheiro levando minha toalha, e minha roupa.
Após o banho, coloquei a roupa que havia separado, uma calça jeans preta, uma camisa regata rosa meia aberta dos lados, e um tênis. Rafa havia me dito que podemos dirigir descalças, mas de chinelo é proibido. Desci as escadas e Rafa havia preparado meu café da manhã.
- Assim vou ficar mal acostumada! - sorri.
- É só hoje, para você achar que sou uma pessoa legal, e vir aqui mais vezes.
- Ata, entendi! - ri.
Me sentei na mesa e Rafa também. Tomamos o café e eu fui escovar os dentes. Peguei meu celular e desci as escadas.
- Não sei porque você demora dois anos só escovando os dentes! - disse Rafa.
- Preciso mante-los brancos e com bom hálito.
- O.k., agora, vamos logo! - sorriu.
Devolvi o sorriso e fomos até a garagem.
- Primeiro, me observa, depois, eu te ensino como funciona!
- Tudo bem! - sorri.
Estava anciosa, nervosa, doida para dirigir, mas não posso sair dirigindo e atropelando todo mundo, então, é melhor obedecer a professora Rafaela!
Colocamos o cinto.
- Primeiro de tudo você tem que ajeitar os espelhos. - disse Rafa.
- Entendi!
Ela ajeitou os espelhos e deu partida no carro.
Após a volta que damos com a Rafa no volante...
- Entendeu alguma coisa? - perguntou-me.
- É, mais ou menos. - ri.
Ela riu.
- Eu entendi que temos que usar o cinto se quisermos continuar vivendo, ajustar os espelhos para podermos ver atrás de nós... E acho que só.
- O.k., é... - pensou um pouco - ... agora, pega o volante.
Ela desceu do carro e eu passei para o outro banco, ela entrou e se sentou no banco do carona.
- Agora, inicie o processo de pilotagem. - disse Rafa.
- Nossa, que culta você não? - ri.
Ela riu.
- Vai logo Nefertari! - riu.
Coloquei o cinto, ajustei os espelhos, já que ela é mais alta que eu, os espelhos estavam errados para mim.
- Agora pisa na embreagem, coloca na primeira, vai soltando a embreagem devagarzinho e acelerando devagarzinho.
Fiz o que ela mandou e o carro saiu lentamente.
O dia se passou. E consegui aprender a dirigir nesse dia. Claro que faltou algumas coisas, mas amanhã ela disse que irá me ensinar.

O Problemático Do Meu VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora