Capítulo 3

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         Eram apenas 19 horas e Chanyeol já se sentia eufórico. Os dedos se remexiam inquietos no balcão da cozinha, até agora apenas havia remexido a comida no prato, a salada havia sido apenas beliscada enquanto a carne havia sido devorada apenas laterais com pequenos cortes. o estômago do moreno estava vazio desde que chegara em casa mas mesmo assim parecia que estava totalmente saciado com o frio que se abrigava ali. As cenas do dia anterior não paravam de se repetir em sua mente, havia encontrado o ruivo mais uma vez, o que para o amante de literatura já fora tirar a sorte grande, e como se já não bastasse agora ele teria um encontro com o dono de muitos pensamentos e causa da sua insônia. Chanyeol tinha um sério problema de ansiedade, suas mãos suavam, o batimento cardíaco acelerava ou até mesmo só desregulava. Mas se havia algo que tinha mexido com toda rotina desde o primeiro olhar, fora Minseok. O moreno, que sempre se acostumou a seguir horários, agora não conseguia acordar cedo um dia se quer. Sempre ia dormir tarde pela ansiedade do dia de sábado chegar, especificamente as 19 horas . Ficava até duas da manhã vendo TV e quando dormia sempre perdia o primeiro ônibus por ter acordado tarde. Agora que finalmente a sexta havia chegado ele sentia que podia explodir se permanecesse parado daquele modo. E como sempre sua solução foram os livros. Olhava sua estante, cheia de capas e pastas, das mais antigas até as versões mais atualizadas, passou o olho rapidamente parando em seu favorito, um de poesias. Sempre tivera um fraco por poesias, se lembrava de quando tinha 12 anos e fugiu da aula de Educação Física pra se esconder na biblioteca, naquele dia ele leu 3 livros de poesias até que o horário de ir para casa chegasse e ele guardasse os livros para novamente, no dia seguinte fazer tudo novamente.

       Nem havia se dado conta de quanto tempo havia ficado lendo e sorrindo com tantas memórias que se escondiam naquelas páginas, quando olhou em seu relógio de pulso, os ponteiros marcavam quase meia noite. Largou o livro em cima da escrivaninha e caminhou a passos largo até o quarto, tirou seus óculos de leitura e o suéter que usava por cima da camisa social substituiu a calça por uma de moletom cinza e a camisa social fora despejada no cesto da lavanderia. Sentou-se na cama olhando a janela que havia ao lado e pode ver o céu estrelado e a Lua brilhando. Bocejou esfregando os olhos e se deitou, trouxe o cobertor até o meio do abdômen e levou a mão a nuca apoiando ali, fitava o teto, mas o que realmente vinha ao seus pensamentos era um certo ruivo de bochechas rosadas, seus olhos se fecharam idealizando a imagem em sua mente. Os cabelos reluzentes contra a janela do ônibus e o sorriso doce ao que os olhares se encontraram, e nos lábios de Chanyeol um sorriso brotou e no embalo dele, adormeceu tranquilamente.

                                                                                                ***

       Os olhos se abriram lentamente ao quer pode sentir a claridade contra suas pálpebras, se remexeu na cama soltando um murmúrio baixo, mas logo se levantou, sentando-se na cama e esticando os braços e bocejando preguiçosamente, olhou no relógio ao lado e se deu conta de que já se passavam das dez, surpreso levantou-se indo ao banheiro e lavando o rosto, escovou os dentes e caminhou pelo corredor até a cozinha. Ligou a cafeteira e como costume abriu a geladeira só pra constatar que nada ali iria fazer parte do seu desjejum. Caminhou a porta da frente pra verificar a correspondência e ao longe pode ouvir um assobio, rio soprado e voltou para dentro do apartamento, a vizinha do 108 sempre ficava de olho em Chanyeol acontecesse o que fosse. A cafeteira apitou e logo o moreno enchia sua xícara com o liquido preto. Sentou - se no balcão para ler seu jornal e por um momento se pegou viajando pelos pensamentos novamente, as letras do jornal nem lhe chamavam atenção. Apenas passavam os olhos, mas sua mente estava longe. E novamente o ruivo tomou conta de tudo. E parecia que todos os dias seria a mesma situação, nada mais o fazia sorrir tanto quanto pensar em Minseok. E ele podia fazer isso a tarde toda, ter o menor em seus pensamentos era fascinante, poder reviver cada momento em que se viram e relembrar cada detalhe do rosto, desde a pele pálida e o contorno da boca, até mesmo a pequena pinta que havia no final do pescoço. Chanyeol nunca fora detalhista, mas com aquele baixinho de bochechas fartas havia algo diferente, cada mínimo detalhe o fazia se interessa mais ainda.

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