Capítulo 6

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Bem mais tarde comecei a me arrumar. Coloquei um vestido bem grudado no corpo de oncinha, uma sandália bem alta preta e minha bolsa da Channel. Fiz uma make bem top e sinceramente? Eu estava linda! Meia noite e meia, a Lu passou. Me despedi dos meus pais, peguei minha id falsa, peguei dinheiro e fui. Chegamos lá e tava cheio de gente bonita. A Lu me apresentou o amigo dela, era gato mesmo. Todas queriam ficar com ele, todas morrendo de inveja de mim. Uns dos gatos mais cobiçados da noite paulistana ali comigo e eu não conseguia tirar o Felipe da cabeça. Nem por um segundo. E de repente, quem não entra na boate? Ele, o Felipe! E eu estava beijando outro. Quando eu vi o meu jogador entrando, meu coração começou a bater forte. Eu queria que ele me visse nos braços de outro, pra morrer de ciúme (nem que seja um pouquinho), eu não queria que ele me visse nos braços de outro. Queria que ele visse que eu sou só dele, não queria que ele ficasse chateado e achasse que eu não queria mais saber dele. Inventei uma desculpa pro Luís (o gato que eu tava pegando) e corri pro banheiro com a Clara.

  — Amiga, você viu quem tá aqui? O Felipe. Não quero que ele me veja com o Luís, ele vai achar ruim.

— O Felipe não é seu! Vocês não tem nada! Desencana! Você não pode e não deve se importar com o que ele pensa ou diz.

Estava pronta pra voltar pros braços do Luís. Mas... e o choro? E olhos inchados e vermelhos?

— Não acredito que você está chorando, amiga. Sophia, tô te achando muito amarrada no Felipe. Vai lá falar com ele então.

— Ele não quer falar comigo Clara. Nunca vou ter coragem de falar com ele. E se ele me der um fora aqui, no meio de todo mundo?

— Ele não vai fazer isso. Mas se fizer, beleza, tira o time de campo.

Chorei mais um pouco no ombro dela antes de sair do banheiro.

— Amiga, eu só quero passar por ele. Só uma troca de olhares, bem rápida. 

— Não faz isso Sophia! Fala com ele, diz o que você tá sentindo, diz a verdade.

— Tá louca? Não vou conseguir nunca. Não insiste Clara.

Fui andando toda tremendo, coração a mil. Procurei meu lindo e logo achei. Frio na barriga intenso. Felipe mexia mesmo comigo. Fui firme na direção dele. Pronta pra olhar, falar oi e seguir caminho. Clara, louca pra me fazer mudar de ideia.

  — Eu não vou conseguir dizer nada pra ele, Clara. Não insiste!

— Se você não disse nada, eu digo.

— Não faz isso!

— Faço! — Respondeu firme.

Andamos mais um pouco e finalmente o olhar do Felipe encontrou o meu. Ele sorriu com os olhos. Retribui com os olhos felizes e um pouco marejados. Mas aguentei firme, não chorei. Quando passei por ele, paramos frente a frente.

  — Oi Felipe, tudo bem? 

  — Tudo e você?

— Tudo ótimo, maravilhoso!

— Que bom que tá tudo bem com você. —  Ele respondeu seco.

— Fê, a gente precisa conversar.

— Não, nada de conversar, Sophia, por favor! Eu não to preparado nem pra conversar, nem pra começar alguma coisa agora. Quero ficar sozinho um tempo, preciso de um tempo pra mim. — Que grosso! Quem ele pensa que pensa que é? Quem deu pra ele o direito de falar comigo desse jeito? —Desculpa, desculpa, eu to nervoso. Além de todo esse rolo, briguei com a minha mãe, ando irritado, mal humorado, tenho sido um péssimo filho. Desculpa. A gente se vê.

Disse isso, virou as costas e saiu. Eu virei pra Clara já chorando.

  — Posso saber por que ele não quis ficar comigo?

— Porque a vida não é como a gente quer.

— Vamos embora?

— Vamos.

Avisamos a Lu que íamos embora e pegamos um táxi. Cheguei em casa aos prantos, só escovei os dentes e dormi. 

 



Engravidei do JogadorOnde histórias criam vida. Descubra agora