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- A senhora é parente do senhor Carlos Barreto?- perguntou o médico.

- Sim! Sou Luíza, a namorada dele! Como ele está?- Indagou Luíza.

O médico baixou a cabeça, pensou um pouco, olhou nos olhos que não paravam de transbordar, respirou fundo e respondeu a jovem.

- Bom... Luíza. O seu namorado sofreu um grave acidente e teve que passar por uma cirurgia. Tudo que estava ao nosso alcance, conseguimos fazer. Ocorreu tudo bem na cirurgia. Mas...

- Mas o que doutor? Se ocorreu tudo bem, ele só está dormindo, não é?

- O estado de saúde do seu namorado é instável. Neste momento ele está em coma profundo. Não podemos fazer mais nada, só nos resta acompanhá-lo e rezar para que ele consiga sair do coma.

A cada palavra que o médico dizia, Luíza sentia um aperto forte no coração. Não sabia o que dizer, não havia nada que ela pudesse fazer. Sentia-se sem chão e impotente. A enfermeira a acomodou em um pequeno sofá, ao lado do jovem acidentado.

Com o tempo, os pais de Carlos chegaram e se juntaram a Luíza. Passaram praticamente a madrugada inteira chorando e orando pelo rapaz. No outro dia, o médico entrou na sala e foi falar com a jovem que estava com os olhos inchados, tanto por causa das lágrimas quanto pelo cansaço.

- Essa carta estava no bolso da calça de Carlos, no momento do acidente. Creio que seja para senhorita.

Entregou o pedaço de papel e saiu. Os pais de Carlos tinham ido tomar café, chamaram Luíza mas ela recusou. Com as mãos trêmulas quase não conseguia desdobrar o papel. Tentou acalmar-se e começou a ler devagar, sem perceber, estava lendo em voz alta.

Acasos ou SinaisWhere stories live. Discover now