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      Luíza respondeu bem alto, "Sim!", como se fosse seu namorado que estivesse lhe perguntado pessoalmente. Ela não parava de se temer, quase não conseguia terminar de ler a carta e suas lágrimas caiam sobre todo o papel. Ela estava tão concentrada na carta, que não percebeu que Carlos abriu os olhos e a escutou do meio ao fim. Quando ela respondeu a pergunta que ele a fez pelo papel, ele quase sem forças para falar, mas ainda conseguiu dizer:

     - Amor? Não consegui envelhecer ao teu lado... Mas sempre estarei contigo... Quando sentir... Sua testa.. Serei eu.

     - Carlos? Amor? Como assim? Carlos!

    Luíza abraçava e implorava para que o rapaz acordasse, mas ele nada respondia. Rapidamente chegou uma equipe médica para tentar salvá-lo, mas já era tarde. Ao ouvir que seu namorado não havia resistido, um vazio enorme possuiu Luíza por completo.

     Após passar três longos dias de pura dor e sofrimento, foi feito o funeral de Carlos. Familiares e amigos velavam pelo rapaz. Luíza mal conseguia enxergar direito, no meio de tantas lágrimas. Estava fora de si, não conseguia ajustar seus pensamentos. Quando estavam enterrando o rapaz, ela correu em direção ao caixão, queria abracá-lo pela última vez. Mas antes de chegar até ele, parou. Sentiu em sua testa um calor forte e uma onda de paz e conforto passou a tomar conta dela por inteiro. Era Carlos. E naquele momento ela percebeu que nunca esteve e que nunca estará sozinha, porque ele sempre vai estar protegendo-a mesmo estando longe.

Acasos ou SinaisWhere stories live. Discover now