Cap.XXIV- Maddie

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Treze dias.
312 horas.
18720 minutos.
1123200 segundos.
Que eu fiquei no meu quarto, sem sair, chorando novamente.

O motivo ainda me era confuso, afinal, eu estava chorando por que Zac estava com Suzan, ou por que eu gostava dele, de verdade?

Sinceramente eu não sei dizer.

Tudo bem, certo, eu amava o Zac, de alguma forma, e isto era uma das muitas coisas que eu não queria naquele momento.

Como é possível ainda se encantar com o sorriso de uma pessoa depois de ela dizer, com todas as palavras, praticamente na sua cara, que não ama você? Que te odeia? Como?!

Eu estava dividida, entre o meu lado que queria falar que nada havia acontecido, que o Zac viria falar comigo e explicar que não havia passado de um erro, e que ele me amava e me queria mais que tudo no mundo. E o outro, que sabia que ele tinha feito aquilo de propósito, para me fazer sofrer, afinal, ele me viu lá e sorriu maldosamente pra mim.

Ambos os lados só queriam chorar, e foi isso que eu fiz.

Agora quando estou deitada, pensando no porque de tudo isto estar acontecendo comigo, as lágrimas caem.

Lágrimas de ódio, de raiva pelo amor.

Como ele pode me destruir daquela forma? Eu sempre acreditara que o amor era algo bonito, e que quando eu me apaixonasse seria a melhor coisa que me aconteceria.

Justamente o contrário.

Eu devia ter lido mais, assim saberia oque era o amor. Ou ao menos saberia oque não era.

Comecei a ouvir Diana - One Direction tocar, e soube imediatamente que era Johny me ligando.

Ele estava me ligando desde aquela manhã, em que eu fiquei caída no chão chorando, e em seguida fui correndo para casa, sem suportar ficar mais um segundo naquele lugar. E então ele me ligou, eu não atendi, ele me ligou mais ou menos umas 20 vezes naquele mesmo dia, e quando desistiu de me ligar, me mandou sms:

Maddie, por que vc n veio pra aula hj?

Onde vc tah?

Vc tah bem?

Maddie, fala comigo pfvr...

Maddie, pq vc n atende minhas ligações?

Maddie, só me diga qualquer coisa e eu paro de te incomodar, pelo menos por hoje.

Eu respondi aquela última mensagem, mentindo que estava tudo bem e que ele não tinha que se preocupar. Johny ficou tão aliviado por eu ter dado sinal de vida, que apenas respondeu:

Okay,me ligue assim que puder, fique bem.

Eu consegui ficar algumas horas daquele primeiro dia sozinha, no meu quarto, em completo silêncio e com minhas lágrimas e lamentações. Eu não estava bem, e eu não estava com nenhuma previsão de melhora.

No dia seguinte ele continuou me ligando, e no outro, e no outro.
E aqui esta ele, me ligando novamente.

Uma parte de mim quer deixar a ligação cair, para que eu continue dentro do meu casulo, solitária e chorando.
Mais a outra decide atender aquele telefone, e tentar mudar a minha situação, e por alguma força sobrenatural do universo, eu escuto esta outra parte.

A música já está na metade, e quando escuto a última voz gritando, Diana, atendo.

- Alô?

Alô Maddie, sério ?

- Você sabe muito bem que sou eu Maddie.
A voz de Johny está impaciente e calma, e ao mesmo tempo aliviada, como se ele não acreditasse que eu havia atendido,mais mesmo assim se lembrando que devia estar bravo comigo, e eu não tiro sua razão.

- Desculpa Johnh, é só que... - me repreendo, eu não poderia contar aquilo a Johny... Poderia ?

- Fala, por favor Maddie, me fala. Eu tenho esperado dias para ouvir a sua voz, exatos 13 dias,312 horas,18720 minutos e 1123200 segundos, me contentando apenas com aquela última mensagem, onde você dizia que estava bem, mais eu não me convenci, e é por isso que eu liguei hoje, de novo, então por favor, me fala.

Suspirei fundo, certo, eu não tinha como fugir para sempre.

- Tudo bem, eu falo.
Um silêncio espantado se pôs em Johny, até ele dar algum sinal de vida, cauteloso e admirado:

- Mesmo? Para mim?

- Sim, é isso que você queria não é mesmo? - respondo, a voz em quase um sussuro.

- Sim... Estou ouvindo.
Inspirei fundo e comecei a falar, cada palavra doendo mais do que a outra:

- Bem... No mesmo dia em que você me deu o buquê de flores, eu recebi um bilhete do Zac, ele dizia no bilhete que queria me encontrar, para resolver as coisas... Eu inocentemente acreditei, não te contei nada porque ele disse para eu ir sozinha, e voce ia querer ir comigo de qualquer jeito, eu sei. Mais então, na manhã do dia seguinte,eu fui, feliz e triste, pensando no que fiz e que talvez ele me perdoasse, que era este o motivo dele ter me chamado para conversar... -sorri tristemente entre a fala, as lágrimas já estavam querendo cair, mais me controlei e continuei:

- Eu não podia estar mais enganada, ele me chamou com o pretesto da vingança. Quando o vi, ele estava se declarando para Suzan, e falou coisas horríveis a meu respeito, eu só não consigo ainda acreditar, que era ele... Ou eu nunca o conheci realmente, ou ele sempre foi daquele jeito. Ainda me lembro do seu sorriso perverso e de suas palavras, como se tivessem sido marcadas a fogo na minha mente e no meu coração. Como ele pode fazer aquilo?! Eu errei! Eu sei! Mais aquele não pode ser ele Johny, não pode... Não pode...

Neste momento as lágrimas que eu tanto tentava segurar, caíram revoltadas, e eu solucei ao telefone, enquanto ouvia apenas o silêncio da chamada, esperando que Johny falasse alguma coisa.

E então ele falou, uma única junção de palavras:

- Estou chegando.

E então desligou.

Ele poderia estar chegando em qualquer lugar.

Na minha casa.

Na casa de Zac.

Na geladeira dele.

Não tinha como saber,e a única coisa que fiz foi ficar ali.

Esperando.

Johny? Eu não sei ao certo.

O Garoto Que Não Sabia Amar [Sem Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora