Aioria, Falken e Natasha quase não acreditaram quando Flik contou o que ocorreu na noite anterior. Novamente, tentaram de todas as formas explicar o que havia acontecido. Inventando hipóteses e soluções plausíveis, mas simplesmente não conseguiram derrubar a pior das respostas.
- Não tem como discordar que esse é um lugar bem sinistro. – disse Aioria – Por mais que tentemos negar coisas esquisitas acontecem.
- Tem razão. Pois acho que Flik não é o único que está vendo ou escutando coisas. – disse Falken – Desde que chegamos ouvi diversos fragmentos de conversa sugerindo que esse lugar é mesmo mal-assombrado.
- Verdade – concordou Aioria. – Eu até escutei Judite comentando assustada ontem que também ouviu gemidos a noite.
- E Gardet reclamando do barulho de batidas na madrugada. – disse Falken.
- Será que aquilo que você estava seguindo era mesmo um espírito? – perguntou Natasha temerosa.
- Espero que não. – respondeu Flik – Poderia até ser outras coisas, quem sabe um vampiro ou alguém com a capacidade de ficar invisível. Eu a segui até aquele aposento e acho que não havia como se esconder.
Então, depois do café-da-manhã os quatro aproveitaram o tempo livre antes da primeira aula e subiram até o terceiro andar. Flik mostrou qual era a sala.
- Mas não tem nada aqui – disse Falken examinando o aposento quase vazio, com a luz do sol calcinante entrando e esquentando o assoalho.
Natasha caminhou até a cômoda e pegou o quadro com a foto das duas irmãs e examinou.
- Quem será que são?
Flik que estava mais afastado aproximou lentamente e disse:
- Talvez eu esteja errado, mas... – e hesitou - Mas acho que são as duas filhas do Sr. Sulliver.
Natasha o fitou.
- As filhas do Sr. Sulliver? – disse pensativa - É, seria bem provável.
- Até que eram bem bonitas – comentou Aioria apanhando o quadro das mãos de Natasha.
- Pelo jeito você estava certo – disse Falken depois que examinou a janela – Não sei como alguém poderia fugir daqui.
Quando Flik foi para primeira aula ainda estava pensativo, porém fez seus pensamentos serem varridos de sua cabeça, pois essa era uma das aulas que mais esperava. Aula de Arte Mágica.
A aula de magia ocorria em uma sala perto do campo. Havia muitas carteiras em frente ao quadro negro. Diversos símbolos e pentagramas expostos em cartazes e papeis pela sala. Armários e baús estavam encostados no fundo.
As expectativas de Natasha que Eyrea seria a professora logo se confirmaram. A professora entrou na sala com diversos livros no braço, com o cabelo louro descendo até a cintura.
Assim que colocou os livros na mesa começou a dar uma bronca em todos, dizendo como a arte mágica não era brincadeira.
- E muitas coisas podem ser feitas se souber administrar essa arte como deve ser feita – disse com as mãos na mesa e olhando a turma. – Pode invocar o elemento do fogo, pode controlar o poder da água, pode movimentar objetos, controlar o formato de muitas coisas e elementos da natureza. – e dizendo isso juntou as mãos e começou a dizer diversas palavras que Flik não entendeu. Suas mãos faziam formatos em sequências complicados e Flik reparou que havia duas tiras em sua mão com letras ilegíveis para o garoto.
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Torre Kavária
Fantasy... O prelúdio dos afogados O início da grande tormenta... ... Enquanto minha esperança não morrer Eu continuarei a caminhar... Poções, magia, técnicas de combate e estratégias de guerra são apenas algumas das habilidades que Flik Lindsteper deve ad...