Capítulo 3
Na manhã seguinte acordei por volta das 10, seria muito clichê dizer que passei a noite pensando nele? mas é a verdade. Não parava de pensar no que aconteceu e mais ainda no que não aconteceu, porque que a Sarinha tinha de aparecer logo nessa hora. As meninas ligaram, iam todos pra casa do Jorge, um dos meninos que conversavam com o Guilherme na noite anterior, e que era o namorado da Alice uma das minhas novas amigas, os pais dele haviam saído pelo fim de semana e então passaríamos o dia na piscina e a noite assistiríamos um filme, mas o Guilherme também ia estar lá e eu não sabia o que ia fazer quando encontrasse com ele.
Nos escontramos no local marcado e fomos rapidamente pra casa do Jorge, como a cidade era pequena e consequentemente tudo era perto fomos a pé mesmo, pro meu azar, já que elas começaram a me encher de perguntas.. Queriam saber todos os detalhes, tudo o que aconteceu. Mas o que eu ia contar? não aconteceu nada, e falar disso só me deixava mais nervosa e pensando no que eu ia falar quando visse ele. A casa era bem grande, na entrada havia um jardim incrível digno de filmes, mais à frente estava a piscina e já devia ter uma 15 pessoas, algumas tomando banho, outras na borda e duas garotas tomando sol. Jorginho, como diria Alice, veio nos comprimentar:
- Oi amor! meninas que bom que vinheram, fiquem à vontade hoje a casa é de todos.
- Obrigada. respondemos em coro.
Olhei em volta e não vi o Guilherme, fiquei aliviada mas decepcionada também, fiquei tão preocupada na reação que ia ter ao vê-lo e nem me dei conta que talvez ele nem aparecesse. Nos trocamos e fomos pra borda da piscina, já passava das 13 hrs quando Alice me cutuca e me faz olhar na direção do portão, sim era ele entrando com um sorrisão no rosto e de mãos dadas com uma loira, linda por sinal. Desviei o olhar e continuei conversando e agindo como se nada tivesse acontecido; Enquanto todas as meninas me olhavam meio confusas percebi que Sarinha não tirava os olhos de um bonitão que tava do outro lado da piscina, e óbvio pensei logo em descontar o que ela havia feito eu passar na noite anterior. Levantei, olhei pra ela risonha e fui em direção ao garoto.
- Oi eu sou a Julie, e você é?
- Oi Julie, eu sou o Marcos. Falou meio sem jeito.
- Muito prazer Marcos, então minha amiga queria saber se você tem namorada..
- Não mais, quem é a sua amiga?
- Hum, é aquela ali de camiseta florida. Olhei pra trás e apontei mas nem sinal de Sarinha. Ele me olhou confuso.
- Ela deve ter ido pegar algo pra comer, eu já volto.
Corri em direção a casa, e saí procurando por Sarinha, procurei em todos os compartimentos de baixo e nada, resolvi subir talvez ela estivésse escondida lá por cima. Subi as escadas calmamente, comecei a procura pelo banheiro e depois fui pros quartos, no segundo que entrei dei de cara com Guilherme sentado na cama e olhando pro celular meio preocupado, fiquei paralisada, e de repente não conseguia pensar em nada. Já ia fechando a porta e falei:
- Desculpe, pensei que fosse a Sarinha.
- Ei espera, não sabia que você tava por aqui.
- Tem muita coisa que você não sabe sobre mim, aliás tem muita coisa que eu não sei sobre você também. Mais uma vez falando sem pensar.
- O quê? olhou-me com cara de espanto.
- Deixa pra lá, melhor eu descer.
- Calma, tá chateada com algo?
- Porque eu estaria chateada? só porque você tem namorada? não mesmo. Ele riu
- Eu não falei isso, e quem te falou que eu tenho namorada?
- Precisava falar? você entrar de mãos dadas com uma loira super linda não é suficiente?
- O quê? a Gabi? Ela é minha prima sua boba.
- Bom relacionamento esse seu e das suas primas. Primeiro elas nos interrompem, e agora você chega todo sorridente e de mãos dadas com ela. Falei em tom irônico. Ele levanta-se, me puxa antes que eu tenha tempo de fazer algo e me faz entrar no quarto novamente e então fecha a porta.
- Você pensa que tá fazendo o quê idiota?
- ué como você disse a gente foi interrompido, melhor terminar o que começamos não acha?
- Nós não começamos nada, e além disso não sou uma das suas priminhas.
- Ainda bem que não é, do contrário como eu ia te fazer minha?
- Faça-me rir, nunca vou ser sua.
- Você diz isso agora, quando provar do meu beijo vai implorar que eu te faça minha.
- Oh claro claro, porque meu sonho é ser de um carinha completamente idiota e convencido. Ele riu
- Viu querida, acho que finalmente concordamos em algo.
- babaca, depois dessa vou definitivamente descer. Cuidado garanhão, vai que suas priminhas um dia se juntam e resolvem se vingar de ti. Falei indo em direção à porta, mas antes que pudesse chegar ele me segura e empurra-me contra a parede, não violentamente, mas rápido o suficiente pra me pegar de surpresa.
- Me solta, tá ficando louco? Falei quase gritando
- Louco pra terminar o que começamos. Falou vindo cada vez mais pra próximo de mim.
- Não me diga? Sinto dizer que você vai morrer louco querido.
- Você não parecia ser tão valente ontem.
- Você também não parecia ser tão cafageste. Ele me soltou e voltou a sentar na cama.
- Olha, eu ser convencido às vezes..
- As vezes?
- Ok eu posso ser convencido, mas cafageste eu não sou.
- Não vou ficar aqui pra descobrir. Abri a porta e desci correndo antes que ele pudesse me segurar. Mas na verdade ele nem levantou da cama.
Depois que encontrei as meninas trocamos de roupa e nos juntamos aos outros na sala pra assistir ao filme, uma comédia que mais parecia um pornô, já estava quase na metade quando a pipoca da sala acabou e niguém queria ir na cozinha pegar mais, como eu não estava prestando muita atenção mesmo me ofereci. Todas as luzes estavam apagadas e só não estávamos totalmente no escuro devido a televisão, então fui iluminando com o celular. Chegando na cozinha coloquei o celular sobre o balcão e peguei a vasilha que estava com a pipoca, já estava voltando quando lembrei que havia deixado o celular no balcão, quando botei a mão no celular senti alguém abraçar-me por trás e beijar meus cabelos, quase gritei mas ao sentir o abraço estremeci por dentro, virei-me involuntariamente e ele me segurou pela cintura, pus as mãos na nuca dele e pude sentir sua respiração, quase que num sussurro ele disse:
- Desculpe o que eu fiz a tarde, agi como um idiota.
- Agiu mesmo, mas pra sua sorte eu sei perdoar.
- Então estou perdoado?
- Eu disse que sei perdoar, mas vai precisar mais que um ''desculpe'' pra isso.
- Então o que eu devo fazer pra você me perdoar?
- Você vai pensar em algo. Mal terminei de falar e pude sentir seus lábios nos meus, no começo bem devagar mas a medida que eu ia correspondendo íamos aumentando o ritmo, estávamos numa espécie de dança com os lábios, já estávamos quase sem fôlego mas nenhum dos dois pôde recuar, era mais que um desejo, era uma necessidade quase irracional.
Depois do beijo, meio sem jeito, sorri e voltei a sala sem dizer uma palavra. Meu coração ainda estava acelerado e eu realmente não conseguia acreditar no que havia acontecido. Ao chegar na sala percebi que todos me olhavam confusas e eu corei. Será que eles haviam visto o pequeno ocorrido na cozinha?
- Aqui está a pipoca, eu mesmo peguei. Era a voz de Guilherme chegando a sala e me fazendo lembrar o motivo de eu ter ido até a cozinha, não pude deixar de sorrir.
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O tempo que não perdoa .
RomanceDizem que o amor enfrenta todas as barreiras, que o tempo cura tudo. Essas afirmações são o ponto alto do romance entre Julie e Guilherme, uma trama simples que te fará questionar se isso realmente acontece na vida real. Espero que gostem!bjs