Capítulo 4
Só posso dizer que já amo esta cidade, meu primeiro pensamento ao despertar. E o segundo era o quanto eu precisava falar com a Nessa, não falava com ela desde que havia vindo para cá e estava sentindo falta da minha melhor amiga. Depois do café-da-manhã e de um bom banho, procurei meu pai pra me dizer como eu fazia para ligar pra Vanessa. Isso mesmo, perguntar como ligar, porque aparentemente a cidadezinha que eu já amava não pegava celular, quer dizer, até pegava mas não todas as operadoras e isso incluía a minha, por sorte a operadora do meu pai havia cobertura e pude finalmente ligar.
- Sério amiga? Tenho a leve impressão que eu deveria ter ido contigo. Era Nessa depois de compartilhar com ela minhas mais novas ''aventuras''.
- Não fica ai mesmo, deixa de inveja. Nós duas rimos, nada se compara ao tratamento de duas melhores amigas.
Fiquei de dar notícias e desliguei. O resto da manhã fui as lojas da cidade com mamãe, que apesar de serem poucas eram de bom gosto. A tarde fiquei lendo um dos livros que eu havia trazido para passar o tempo, na verdade eu tentei, ficava imaginando como seria encontrar Gilherme mais tarde e como seria.
A noite para minha alegria chegou e como de costume fomos a praça, Sarinha foi me buscar em casa e já na praça encontramos com as meninas de sempre, com exceção de uma loira de olhos verdes que parecia bem simpática, parecia, se chamava Débora.
Não lembro bem como foi tudo, mas tudo começou quando a tal Débora estava falando com a Lucie sobre um menino que a Sarinha havia sido afim e gabando-se por ele estar afim dela, eu ouvi tudo e fui contar a Sarinha. Quando me dei conta as duas estavam discutindo, a vadia estava negando tudo dizendo que eu havia entendido mal e só sei que no fim só ficou o ódio mortal entre eu e aquela loira. E para piorar a noite não encontrei com o Guilherme. Voltei para casa decepcionada e desejando não ter saído de casa aquela noite. Rezei para que o outro dia fosse melhor.
Já na outra noite na praça, juntamente com as meninas, para me vingar de Sarinha pelo acontecido na outra noite com o Guilherme começamos a falar com vários meninos propondo uma conversa com ela, o que mais tarde nos demos conta que talvez tenhamos exagerado. Mas nesse meio tempo, quando íamos falar com um deles dei de cara com Guilherme, ele me olhou e não sabia se ia até ele ou esperava ele vir, na dúvida não saí do lugar e ele veio até mim. Nos comprimentamos, e com um sorriso torto ele me dá a bomba:
- então.. é.. sabe, eu adorei mesmo aquele dia e ficaria feliz em repeti-lo mas é que eu tô namorando.
- como é? perguntei incrédula com o que acabara de ouvir.
- pois é, comecei hoje. Ela já ia começar com um discurso de que foi inesperado e todo esse blá blá blá mas eu o interrompi. Com a expressão mais falsa do mundo sorri e disse:
- Tudo bem, a gente se vê por ai. Saí antes que transparecesse a minha raiva, tive vontade bater nele, mas me controlei na frente das meninas também. Afinal, só Sarinha sabia do nosso beijo e não queria que as outras me enchessem de perguntas. Quando voltei a encontrar com ela, me chamou no canto e disse que precisava me contar algo.
- O Guilherme tá namorando. Falou achando que eu não soubesse
- Ele me contou, acompanhado de '' adorei o nosso beijo'' e toda essa historinha.
- Te contou? mas ele falou com quem era?
- não, eu conheço?
- se você conhece? ele tá namorando com a vaca da Débora.
- o quê? Falei quase gritando ainda digerindo a informação
- A prima dela que me contou, disse que há um tempo ele tava afim dela e até quis um relacionamento mas ela nunca quis, não sei como mas ela ficou sabendo que vocês ficaram, e pra infernizar ela procurou ele, disse que se ele ainda gostasse dela aceitaria agora o pedido de namoro, ele caiu feito um patinho.
- Ah mais que se dane amiga, eu vou embora amanhã mesmo e não verei esse desgraçado tão cedo. Vem vamos voltar para onde estão os outros que eu quero aproveitar meu último dia aqui.
Deixando um pouco de lado os fatos recentes, eu realmente fui aproveitar minha última noite, quando estávamos junto com as meninas era difícil ficar sério, ríamos por tudo, e naquela noite em especial quando contamos a Sarinha sobre os as conversas e encontros que marcamos com vários garotos em nome dela. Já estava bem tarde, e para variar fiz amizade com um amigo de Jorge, que pela hora se ofereceu para me deixar em casa. Tinha a mesma idade que eu, Fernando não era nenhum galã mas não era de se jogar fora, sua simpatia sem dúvidas era sua maior qualidade. Já perto da minha casa, percebi que ele estava me olhando diferente, ele me olhou nos olhos e parou. Por reflexo parei também, e então nos beijamos. Conversamos e trocamos beijos por alguns longos minutos, me despedi e entrei. E logo cedo dei a adeus a essa pequena cidade, mas que me rendeu grandes recordações.
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O tempo que não perdoa .
Roman d'amourDizem que o amor enfrenta todas as barreiras, que o tempo cura tudo. Essas afirmações são o ponto alto do romance entre Julie e Guilherme, uma trama simples que te fará questionar se isso realmente acontece na vida real. Espero que gostem!bjs