Capítulo 5
- Juliana você não vai levantar? já passou das 11:00 horas.
- Mãe me deixa matar a saudade da minha linda cama. Ela riu
- Já deu pra matar, espero a senhorita para o almoço em meia hora.
- ok ok.
Quando ela saiu pude finalmente pensar sobre tudo que havia acontecido, me sentia tão confusa. Estava com muita raiva do Guilherme, mas não tirava aquele beijo da cabeça. E tinha o Fernando que foi tão atencioso comigo e nosso beijo foi tão casual que acabou me fazendo bem. Antes de enlouquecer com meus próprios pensamentos resolvi me levantar.
Meu tio partiu ainda cedo, segundo mamãe, e então almoçamos os três. E claro durante toda a refeição o assunto foi nossa viagem, minha mãe me enchendo de perguntas querendo saber com detalhes tudo que eu havia feito e contei tudo pra ela com entusiasmo, quer dizer, poupei-a dos meus dramas e contei tudo superficialmente.
Já era quase noite quando a Nessa chegou lá em casa e finalmente consegui contar a ela tudo que aconteceu, mas ao contrário de mamãe, contei tudo nos mínimos detalhes.
- Não imaginei que essa sua viagem ia ser tão interessante.
- Sabe que nem eu.
- se eu estivésse lá essa Débora ia se arrepender, ela pode se considerar uma bitch sortuda.
- tão valente a senhora. Caímos na gargalhada.
- Mas agora sério, o que eu devo fazer? digo em relação ao Fê e ao Guilherme?
- Como assim o que deve fazer? esquecer amiga. Isso é coisa de verão e todo mundo sabe que no fim do verão acabam.
- Você tem razão, voltei pra casa vou esquecer tudo isso.
- É assim que se fala.
Capítulo 6
'' Era noite e eu estava caminhando, minha cabeça estava a mil precisava sair um pouco pra pensar na vida.. E então depois de caminhar um pouco me deparo com Guilherme, como estava lindo, se não fosse loucura diria que estava flutuando de tão leve e angelical que parecia. Ele se aproximou de mim e tocou-me as mãos, estávamos quase nos beijando quando escuto um barulho, mas não conseguia entender o que era, me parecia distante. Porém foi se aproximando até sentir alguém me puxando para cada vez mais longe e ouvía ele chamando meu nome...''
- Julie, Julie
- Estou te ouvindo
- que bom que está, levanta logo dessa cama ou vai chegar atrasada na escola. Era o fim do meu sonho, ou pesadelo talvez.
- certo mãe, já estou indo.
***
Os meses foram se passando e os sonhos que acabaram se tornando constantes foram gradativamente diminuindo, durante esse tempo falei algumas vezes com o Fernando pelas redes sociais, mas eu evitava falar do nosso beijo, não que eu não tivesse gostado mais eu não queria fazer planos, no fundo não sabia o que fazer e essa era minha maneira de lidar com tudo.
Capítulo 7
Certo dia, checando alguns convites do messenger, salientando que na época ainda era bastante usado, vi um convite de um tal Gui e algo mais que me falha a memória e juro não me passou na cabeça que seria ele, já fazia bastante tempo e bem seria no mínimo inesperado ele me adicionar.
Acabou que era ele mesmo, lembro da primeira conversa ele perguntando se eu ainda lembrava dele, eu já tinha superado o ocorrido e a conversa fluiu.
Falávamos sobre tudo, as conversas eram sempre descontraídas e bem humoradas, mesmo não morando perto compartilhávamos da rotina um do outro. Eu falava sobre os garotos e ele me falava das garotas dele, vez enquando lembrávamos do nosso ''ocorrido'' e por incrível que pareça ríamos. Outras vezes soltávamos indiretas sutis, algo como: ''Seria legal estar contigo agora'' ou ''Essa noite escutei aquela música e lembrei de você''.
As vezes ele me ligava á noite, estava sempre indo a algum lugar e se dividia em falar comigo e comprimentar as pessoas na rua, a impressão que eu tinha era que ele de uma maneira simples espalhava alegria naquela pequena cidade. Ok, pode parecer exagero mas era exatamente assim que ele me fazia sentir.
Ficamos assim por meses, até o contato se tornar cada vez menor e não lembro ao certo como ou porquê mas simplesmente cessou. Nessa época ele estava ''ficando'' com uma menina, talvez tenha sido por isso. E eu estava balançada por um garoto da minha escola, quem sabe foi por isso. Ou por tudo isso junto. Lembro de não ter sentido falta no início.
Capítulo 8
Já havia passado dois anos desde a viagem áquela terrinha que de alguma forma havia mudado algo em mim. E o contato com o Guilherme de fato já não existia há algum tempo. Eu havia seguido minha vida, obviamente ele seguiu a dele...
Eram as primeiras semanas do ano e como costume da maioria de nós brasileiros não havia outro assunto que não fosse: CARNAVAL. Todos falando de suas viagens, ora planejando como seria, ora lamentando ser apenas quatro dias.
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O tempo que não perdoa .
RomanceDizem que o amor enfrenta todas as barreiras, que o tempo cura tudo. Essas afirmações são o ponto alto do romance entre Julie e Guilherme, uma trama simples que te fará questionar se isso realmente acontece na vida real. Espero que gostem!bjs