Capítulo 5

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24 de dezembro de 2015, quinta-feira.

Acordei tão feliz, estou radiante, dá para competir com o sol.

Desci para tomar café da manhã com Camille, não encontrei com o Davi. Noite passada ele me deu o número dele, mas eu não ia mandar mensagem para ele, afinal, nem namorada dele eu sou. Não tem a mínima possibilidade de um futuro juntos, ele morando lá em São Paulo e eu aqui no Rio.

Assim que terminei meu café da manhã ele me mandou uma mensagem. Não esperava mensagem dele, achei até que era minha mãe, porque ela estava preocupada comigo, acho que é a primeira vez que viajo com uma amiga, então todo dia a noite ela me manda uma mensagem. Por isso estranhei meu celular está apitando a essa hora do dia.
Na mensagem dele estava escrito:

Bom dia! Estou um pouco ocupado agora de manhã. Tarde livre, se você não for fazer nada com a sua amiga, a gente podia fazer alguma coisa. Beijos

- Camille?

- Oi.

- Você se importa se eu não passar a tarde com você?

- Não, pode ficar tranquila. Posso até imaginar, vai sair com Davi. Acertei?

Dei um sorriso tímido para minha amiga.

- Sim, acho que sim. Ele está ocupado agora de manhã, mas me disse que a tarde deve estar livre.

- Fico feliz que vocês estejam se dando bem. Se o Carlos não estiver ocupado hoje a tarde eu vou ficar com ele. Vai aproveitar.

- Obrigada amiga.

- Você não tem que agradecer nada.

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Depois do almoço me encontrei com Davi, passamos a tarde toda juntos, passeando pela cidade. Ele não ia mais ter que jantar com o empresário que está fazendo negócios com ele, já fecharam o contrato.
Então ele iria jantar comigo.
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- Então você é engenheiro?

- Sou, me formei tem menos de um ano. Sempre gostei da construção civil, deve ser porque fui criado visitando obra.

Davi deu de ombro ao dizer isso. Estávamos eu, Camille, Carlos e Davi sentados à mesa na nossa ceia de natal. Os pais do Carlos vieram rápido falar com a gente e foram resolver algumas coisas na cozinha. Foi aí que o Carlos perguntou sobre a profissão do Davi.

Passamos um bom tempo conversando os quatro, um pouco sobre tudo.

- Estou com tanto sono, acho que vou subir. - Camille disse

- Tudo bem, eu também vou indo. Te acompanho até lá em cima. - Carlos foi logo se prontificando.

- Vocês vão vir?

- Agora não Camille, já subo.

- Ok. Boa noite Davi! Boa noite Helena!

- Boa noite! - falei junto com o Davi

Depois que eles saíram fomos de mão dadas andando até a praia.

Ali deitados olhando para o brilho das estrelas me senti tão bem. Nosso silêncio falava mais do que muitas palavras.
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Quando cheguei na porta do meu quarto de mãos dadas com o Davi, lembrei que minha chave tinha ficado no quarto e Camille pegava no sono com muita facilidade e o mundo podia acabar, acontecer a 3ª Guerra Mundial que ela não iria nem perceber. Até tentei, bati na porta e nada.

- Estou sem chave.

- Vamos lá embaixo, às vezes eles tem chave extra.

Não tinha mais ninguém lá embaixo que pudesse nos ajudar, fiquei completamente perdida. Como eu ia dormir? Será que eu teria algum problema grande se dormisse no hall da pousada?

- Dorme no meu quarto.

- Oi?

Minha voz saiu desesperada.

- Eu durmo no chão. No hall que você não vai dormir.

Será que eu falei em voz alta os meus pensamentos?

Não sei, sei que estou no quarto, sem roupa para trocar e fazendo o menino dormir no chão, tudo bem que ele não é mais nenhum menino.

Davi arrumou a cama dele no chão, me emprestou uma calça de moletom, que ficou grande em mim vale lembrar e uma camisa dele simples de algodão. Claro que eu devia estar uma coisa horrorosa, não que eu ligasse para essas coisas, mas sei lá, era estranho usar as roupas dele, com o cheiro dele.

Achei que ele já estava dormindo então fui quieta até a cama.

- Você ficou muito bem com essa roupa.

Dei uma risada

- Ah é, ficou muito boa.

Foi a vez dele de rir

- Boa noite!

Acabamos falando juntos.

Deitei na cama e logo peguei no sono, era evidente que eu estava mal por fazê-lo dormir no chão, pedi para trocar mas ele não quis.

No meio da madrugada eu acordei com um pesadelo, olhei para o lado e ele dormia igual a um anjo.

Sai da cama, peguei o travesseiro e a coberta e deitei do lado dele no chão e o abracei. Meio sonolento ele passou os braços por mim e ficamos deitados abraçados, dava para escutar a batida do coração dele, aquele ritmo tirou qualquer indício de pesadelo e me fez dormir maravilhosamente.

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