Capítulo 1 - O começo

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Em São Paulo, Daniel vai até a escola com Carla, eles são melhores amigos, mas Carla não o vê desse jeito. Daniel é muito discriminado por negro e nordestino, ele veio para São Paulo ainda quando criança, assim que seu pai fugiu, ele não queria ter o fardo que é um filho.

Ele é pernambucano, nasceu em Olinda e desde que chegou em Osasco, ele virou amigo de Carla. Ela tem 14 anos, assim como Daniel, mas o pai dela, Ricardo, não gosta da aproximação deles. Mesmo a mãe dela, Luana, acha normal.

Eles vão para uma escola pública, Daniel vai porque não tem escolhas, ele quase ía ter uma bolsa de estudos em uma escola particular, mas um professor furtou as respostas e ele não conseguiu, Carla vai por causa de Daniel.

No caminho para a escola:
- Vamos logo, Carla! Antes que a gente chegue atrasados, de novo! Força na bicicleta!
- Eu tô indo! Eu não tenho essa energia que você tem!
- É apenas uma ladeira...
- É apenas uma ladeira... de 15 metros!
- Vamos logo!
- Vai na frente, Daniel!
- Sem você, não. - Daniel falou com uma seriedade.
- Nossa...
- Vamos!
- Se não quer ir sozinho, vai ter que esperar! Bem que você podia me empurrar...
- Nem pense!
- Por favorzinho!
- Tá bem!
- Obrigadinho!

E assim fora até o topo da ladeira, demorou um pouco para chegar na escola, como Daniel disse, chegaram atrasados.
- De novo, atrasados! - Fernando, o professor de música deles, reclama toda terça-feira com eles.
- Desculpa... - Carla e Daniel em coro.
- Sentem logo. Bom... cadê os instrumentos de vocês dois?
- O meu violão tá aqui. - Daniel apo ta para seu violão.
- Onde tá sua flauta, Carla?
- Esqueci!
- Daniel? Trouxe dessa vez?
- Sim, ela sempre esquece, só não esquece a cabeça porque tá presa! - Fernando deixou escapar uma gargalhada.

Assim que a escola acabou, Daniel foi para um beco, era um beco escuro, estranho e fedorento, ele foi encontrar seu velho amigo, Elvis. Elvis é um mendigo que fica nesse beco, todo dia Daniel chega com uma comida diferente... bom, nem sempre.
- Oi, Sr. Elvis!
- Se não é meu grande amigo Daniel?
- Como vai?
- Muito bem, e você?
- Graças ao senhor!
- Ótimo! Trouxe algo para os trigêmeos? - Os trigêmeos são filhotes de cachorros jogados no beco, Elvis batizou eles de Tommy, Marvie e Presly.
- Sim, para o senhor é lasanha e para os trigêmeos é biscoito de morango.
- Ótimo! Tommy e Marvie tão dormindo, mas depois eu entrego para eles. Presly! Vem cá garota! - Presly, Tommy e Marvie são filhotes de labradores.
- Aqui, Presly, biscoitos! Eita, nem vi as horas, tenho que ir, Carla deve estar me esperando, tchau Elvis, até mais Presly!
- Tchau!

Enquanto Daniel fica com Elvis e os trigêmeos, Carla vai ver suas amigas, Milena e Christine. Elas têm umas idéias "nada recatadas".
- Vamos ver aquele rapaz negro?
- Vocês nem sabem o nome dele.
- Você também não.
- Porque eu nunca fui ver ele.
- Mas que ela fica muito com esse tal de Daniel, ele fica! - Carla ficou vermelha da cor de um tomate.
- Concordo, Milena!
- Carla! Cheguei! - Daniel aparece de bicicleta.
- Seu Romeu chegou, Julieta. - Milena implica com Carla.
- A-a-a g-gente é s-só a-a-amigos...
- Gaguejou!
- Carla?
- Já vou, Daniel! Vocês duas. Fiquem quietas. - Carla faz o sinal de "tô de olho".
- Nossas bocas são túmulos.
- Bom mesmo.

Carla foi o caminho inteiro calada, apenas ouvindo Daniel falar sobre os trigêmeos. Carla mora à umas casas de distância, mas deu para ouvir aquilo que veio da casa de Daniel. Era um tiro.
- O que foi isso? - Carla pergunta aterrorizada.
- Vamos lá ver!
- Mas e se algo acontecer com você?
- Se o senhor querer, nada vai acontecer. Vamos logo! - Daniel fala andando o mais rápido possível na bicicleta. Quando ele chegou, ele viu algo triste de ver...

Um Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora