Capítulo 2 - Adeus, futebol.

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Daniel e Carla saíram indo para a casa de Daniel, o que eles sempre percebem no caminho da casa de Carla para a de Daniel é como as classes sociais podem ser percebidas em 13 casas, cada classe diferente da outra.
Daniel chegou antes de Carla, quando ele chegou, ele viu o provável atirador fugindo ao sul. Ele pensou em seguir ele, mas era melhor ver em quem ele atirou, esse tiro podia ser fatal.
Ele entrou em sua casa, a vítima foi seu irmão, Edson, Daniel o viu caído no chão da cozinha, por sorte (ou talvez não) o tiro foi na coluna vertebral.
- Edson! O que aconteceu?
- Daniel... Ele já foi?...
- Quem era ele? - Daniel ficou aterrorizado.
- Era um capanga do agiota que estamos devendo.
- Consegue se levantar?
- Não... - Dessa vez, Edson ficou aterrorizado. - Minhas pernas! Não tô sentindo as minhas pernas! Eu nunca mais vou conseguir jogar futebol! - Edson era um ótimo meia, ele tinha conseguido uma bolsa de estudos na faculdade, mas agora...
- Ai meu Deus! - Carla chega nessa hora.
- Agora f*#%*.
- Que palavreado!
- Mas é verdade... O futebol me garantiu aquela bolsa de estudos, ele tinha me garantido um grande futuro, tinha...
- Daniel... acha que é verdade? - Carla comovida com o futuro de Edson ser o futebol.
- Infelizmente...
- O que acham me levar para o hospital? Isso tá doendo!
- Ops... foi mal!
Eles ligaram para o hospital, mas ninguém da família tem plano de saúde. O que dificulta bastante a cirurgia. Ele era um prodígio no futebol, para um capanga de agiota acabar com tudo.

No hospital:
- Onde está Edson? - Maria, mãe de Daniel e Edson, chegou do trabalho e não viu ninguém em casa, até ver o bilhete que Carla deixou.
- Está na sala de espera. - Carla com desânimo.
- Mãe, a senhora pediu dinheiro para agiotas?
- Eu precisava do dinheiro para pagar as contas. Você me perdoa?
- Eu sei que a senhora faz de tudo para nos colocar em um futuro melhor. - Carla fica comovida com a maturidade de Daniel em dizer aquilo, ela vivia em uma realidade muito diferente da realidade deles. Isso é uma das coisas que Carla adora em Daniel.

Depois disso, um médico apareceu para falar com Maria, ele tava com uma cara péssima. Eles falaram em particular, quando acabou, Maria saiu chorando com o que ouviu, Daniel e Carla já esperavam o pior.

- Mãe? O que aconteceu?
- Sra. Gomes, Edson vai voltar a jogar futebol?
- Não... - Maria falou com um peso de culpa. - A carreira dele no futebol... Acabou... Acabou tudo...
- Não tem um jeito de salvar a coluna vertebral?
- Apenas a cirurgia... Mas... É caro demais para mim... Vamos, ele vai ficar 4 semanas no hospital e seu pai deve estar preocupado, Carla.
- Mas... Edson adorava jogar futebol... Futebol é a vida dele. - Carla não se conforma com o que aconteceu.
- Vamos... Seu pai deve realmente estar preocupado... - Daniel segura na mão de Carla, quando ela o vê, ela vê uma cara de tristeza que ela nunca viu antes, era como se ele desistisse de tudo.
- T-tá bom...

Eles chegaram na rua deles. Ainda com cara de que alguém morreu. Daniel levou Carla até sua casa e foi embora sem nem sequer dizer adeus. Ele nunca deixou de dizer adeus ou boa noite para Carla, talvez seja porque aquela não era uma boa noite.
Na manhã seguinte, Carla foi sozinha a escola, Daniel nunca faltava. Nunca! Daniel nem saiu de casa para ver Carla. Carla então foi falar com Elvis, ver se ele sabe alguma coisa:
- Sr. Elvis! Está aqui?
- Tô sim. Cadê Daniel?
- Ele nem aqui passou?! - Carla num tom tão estranho que não dava para saber se era pergunta ou afirmação.
- Presly está até sentindo falta dele.
- Ai meu Deus! Que cachorro enorme!
- Ela é apenas uma labradora.
- Desculpa, ela é vacinada? - Elvis ficou ofendido com a pergunta dela, mas respondeu.
- Todos os trigêmeos são. Daniel sempre leva eles. - Elvis em um tom de arrogância.
- Desculpa pela pergunta.
- Tá desculpado.
- Ah, lembrei! Trouxe algo para vocês. Para o senhor, Caviar. Para Tommy, sopa de mariscos. Para Presly, Escargot. Para Marvie, Calzone.
- Essas comidas são chiques demais! Não tem uma bolacha ou fruta?
- Tenho. Aqui, morangos. - Carla viu que os trigêmeos estão acostumados com essas vidas, ele demoraram para comer as comidas chiques, mas os morangos eles comeram como se fosse a melhor comida do mundo.
- Que Muquifo! - Christine veio procurar Carla. - Tá fazendo caridade para esse homem pobre. - Christine falou a última palavra muito esnobe.
- Mais respeito com os mais velhos! - Carla pedindo educação.
- Pedir educação para essa gente da ralé? Ele é um favelado.
- Olhe aqui. O correto não é favela! É comunidade! - Elvis aumenta o tom de voz.
- Assédio! - Christine grita para um policial que por lá passava.
- Aconteceu alguma coisa por aqui?
- Sim! Esse mendigo favelado tentou me abusar!
- Que mentira, Christine! - Carla ficou enojada com a atitude de Christine, ela sabe que o policial vai favorecer Christine.
- É verdade! Vamos! Prenda esse favelado.
- É pra já! Vamos logo, favelado.
- Eu vou. - Elvis abraçou Carla e sussurrou em seu ouvido. - Cuide dos trigêmeos, não precisa me tirar da cela, só faça o que eu peço: Cuide dos trigêmeos.
- Sim, eu cuidarei.
- Carla, esses cachorros são seus? - Christine pergunta com nojo vendo o estado deles.
- Sim, eles são. Eles só caíram em... no esgoto!
- E por que não levou eles para tomar banho?
- Eu que cuido dos meus cachorros aqui!
- Até mais, Tommy. Até mais, Marvie. Até mais, Presly. - Os trigêmeos até ficaram tristes pelo o que viram, se não fosse Carla, os trigêmeos iriam atacar o policial.

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