1° Afinal, quem são os Exus?

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Exus são um dos grandes pontos de conflito na Umbanda de acordo com outras religiões, basicamente pela falta de informação e preconceito.

É necessário entender que, no sincretismo afro-católico, os Orixás foram associados aos santos católicos, inclusive Exu, que é representado por Santo Antônio.

Mas porque este Orixá, irmão de Ogum, animado, alegre, extrovertido, sincero e amigo, foi comparado ao Diabo, das profundezas? Para conhecer esta história, temos que voltar 6.000 anos.

Na Mesopotâmia, os males da vida e as catástrofes naturais eram atribuídas aos demônios, fato este que vale até os dias atuais.

Os demônios do mal (conhecidos como Utukku) tinham formato meio humano e meio animal. Com sede de sangue, eles frequentavam cemitérios e encruzas, principalmente à noite.

Nem todos os demônios eram maus, esses eram evocados para combater os maus. Demônios benignos eram considerados gênios guardiões (ao todo sete), que guardavam as porteiras, templos, cemitérios, casas e palácios.

Alguns negros africanos em suas senzalas, com suas danças, incorporavam o Orixá Bara/Esù. Com seu jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos, que se afastavam e diziam que estavam possuídos pelo demônio.

Como Exu não é bobo, assumiu esse estereótipo colocado pelo branco.

As cores de Exu também colaboraram para reafirmar esse medo (preto/vermelho).
Assim, foi criada uma associação indevida entre Demônios e os Exus.

Exus também eram pessoas que em vida fizeram o mal e depois da morte foram para o Umbral (muitos associam ao inferno cristão), e de lá suas almas foram resgatadas para servir a lei do Criador para assim alcançar um grau maior, no caso, evoluir espiritualmente.

Exu combate o mal, ele devolve o que mandam de ruim, é justo e observa critérios de igualdade e justiça em suas decisões e seus trabalhos.

Ele não é, e nunca foi o Demônio.

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