A queda do Alfa

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1 ano depois...

–Fico feliz que todos estejam aqui...- Sorriu Robert ao ver toda a sua alcateia ali reunida na sala da casa, lá fora os flocos de neve começavam a cair, pareciam iluminar o entardecer, de alguma forma a luz pareciam se refletir em cada floco e gerava um efeito místico –Tenho um comunicado a fazer...

Trevis parecia incomodado com aquilo, não gostava quando o pai reunia a todos, era algo raro, desta forma significava que algo importante iria acontecer. Cezar, por outro lado, estava curioso, imaginava mil coisas... Talvez uma festa! Ou mesmo presentes! Estavam próximos do natal, algo que os humanos comemoravam e que o pequeno lobo adoraria participar das festividades, sempre pedira ao seu pai que implantassem o natal na alcateia mas ele sempre o ignorava.

–Eu estive escondendo algo de vocês... –Sorriu tristonho o Alfa, seu olhar se direcionou a Gabriel e depois passou para Amélia que devolveu um sorriso triste ao companheiro – Eu estou morrendo...

Um silêncio se fez na sala, aquelas palavras pareciam ter sido ditas em outra língua desconhecida, pelo menos para Trevis.

–Como é? –Perguntou o rapaz.

–Eu estou morrendo... Descobri a 4 anos atrás que estava com câncer.

–AH? –Trevis rosnou – 4 anos?! E agora que contas isso?! Por que!?

–Mas somos lobisomens...-Choramingou Cezar que tentava em vão segurar o choro –Devíamos...Ser... Resistentes a maioria das doenças... –Pelo menos era isso que fora ensinado, por isso quase nunca ficavam doentes.

–Filhotes...-Novamente o sorriso triste se fez nas feições do Alfa –De fato somos resistentes a maioria das doenças humanas, mas esse tipo de câncer é comum a nossa raça, ou seja, nossos poderes regenerativos não irão me proteger contra o avanço da doença... Nestes 4 anos estive me tratando, por isso vivia viajando para ao centro médicos do conselho dos lobisomens próximo a nossa alcateia. Depois que Gabriel foi adicionado a nossa família o tratamento ficou sobre a responsabilidade dele...

–Você sabia? –Rosnou Trevis atacando o curandeiro, o levantando pela a gola da camisa, o loiro não fez nada para impedi-lo.

–Eu não podia contar... Seria anti-ético...-Murmurou.

–Vai a merda a ética! –Bradou Trevis –Você devia ter nós informado!

–Eu pedi para ele guardar segredo! –Disse o Alfa segurando braço do filho – Eu ainda sou o Alfa, a doença não tirou a minha lucidez...

–Por que? –Perguntou Marcely com lágrimas vertendo dos olhos azuis sendo abraçado por Adriano – Todos esses anos...Você...

–Eu escolhi esconder porque não queria que os últimos anos da minha vida fossem tristes, com vocês se preocupado comigo, tendo esperanças que eu melhoraria por milagre... Não, eu queria vê-los alegres! São essas imagens que quero levar comigo quando eu for me unir a alcateia dos nossos ancestrais...

–Você devia ter nos contado...-Falou Trevis soltando Gabriel, tentava não encarar o pai, de certa forma se sentia traído.

–Alguns de vocês já sabia... Gabriel, obviamente, Amélia, eu contei primeiro a ela, não podia mentir para a minha companheira... E...Pablo...

–AH? –Trevis olhou para o amigo que abaixou os olhos.

–Eu...Só suspeitei...De fato eu não sabia! –Tentou se defender.

–Você sempre foi muito inteligente... O suficiente para não se deter unicamente a suspeitas. –Riu baixo o Alfa o que fez Pablo corar um pouco.

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