Coincidências e escolhas

Loving can heal

-Foi você, não foi?! - Nathan falava com um enorme sorriso no rosto, se dirigindo à Laura.

-O quê? - Ela perguntou, sem expressão. A verdade era que ela ainda tentava se recuperar da conversa que tivera com a mãe de Nathan; gostar dele... Mas que ideia! Eles mal se conheciam! Não que fizesse muito sentido estar na casa dos pais de um garoto que ela mal conhecia, mas isso era só um detalhe quase irrelevante...

-Minha mãe veio falar comigo e nós meio que nos acertamos.

-Ah, isso é ótimo! - Laura respondeu, sorrindo.

-Você não respondeu a minha pergunta, Laura.

-Bom, isso não importa, o que importa é que tá tudo bem.

-Claro que isso importa, Laura! Acho que além do Oliver, ninguém mais faria isso por mim. Obrigado, obrigado por estar aqui, por ter falado com ela, por ser você.

-Não precisa agradecer, Nathan. - Ela respondeu com as bochechas coradas e o coração estranhamente mais acelerado que o normal; não estava esperando por aquilo.

-Você tem todo esse jeito de durona, mas no fundo é uma das pessoas mais boas que já conheci.

-Você também não é tão mau... - Ela falou rindo.

Os dois foram para o quintal da casa e enquanto Nathan brincava com os primos, Laura conversava com as mulheres da família e estas trocavam risadas.

Já era tarde da noite quando Meg sumiu, todos sabiam que ela havia bebido, mas não tinham ideia de onde ela poderia estar, eles estavam extremamente preocupados, mas Laura não entendia o porquê de tanta preocupação, ela e Nathan saíram à procura da senhora e então o garoto lhe explicou tudo:

-É sempre assim desde que o vovô foi embora... Em todas as reuniões de família ela bebe e faz um escândalo, ela sente falta dele e, apesar de ter sido há anos, ela não consegue entender o motivo de ele tê-la deixado.

-Mas ele foi embora sem mais nem menos?

-Não exatamente... Eles estavam casados há trinta anos quando vovó pegou-o na cama com uma mulher mais jovem, pros padrões da época, aquilo era inadmissível, mas ela resolveu perdoá-lo, entretanto ele não havia pedido perdão, ele disse coisas horríveis a ela e simplesmente foi embora com outra mulher. - Nathan falava com um tom tenso em sua voz.

-Oh... Eu sinto muito. - Laura falou bem baixo, estava meio sem reação, podia imaginar o sofrimento de Meg e toda a família, dos filhos...

-É por isso que a vovó e minha mãe desprezam tanto esse meu comportamento com as mulheres...

-Entendi. Eu entendo o lado delas, mas é uma situação diferente.

-Sim, eu sei, mas... Mesmo assim. - Ele falou como se se culpasse de algo. Nesse momento, Laura aproximou-se e abraçou-o. Nathan não tinha dúvidas, ela era a melhor garota que ele já conhecera.

Eles caminhavam ao redor daquela casa enorme há alguns minutos quando Laura escutou uns resmungos, ao olhar na direção do som, ambos viram Meg sentada em uma parte um pouco escondida do telhado da casa.

-Vovó! O que a senhora está fazendo aí?! Como subiu?! - Nathan falava, aflito.

-Por que ele foi embora, Nathan? O que eu fiz de errado para ele me abandonar? Eu o amava tanto, tanto... - Meg falava aos prantos, sua embriaguez era visível.

-Precisamos tirá-la de lá antes que algo ruim aconteça. - Nathan sussurrou para Laura.

-Sim, mas como?! - Laura falou, olhando ao redor, pensando em como a senhora pudesse ter subido, mas aparentemente não havia nada.