Após toda aquela onda de nostalgia e sentimentalismo, Meg desceu do telhado, acompanhada por Laura e Nathan. Por incrível que pareça, a família parecia curtir o seu fim de tarde tranquilamente, como se Meg não tivesse basicamente desaparecido. Quando os três se aproximaram de onde as pessoas que restaram na casa estavam, Julia correu para abraçar a mãe, dizendo:
-Que bom que a senhora está bem!
-Agradeça à namorada do seu filho, Julia.
-Eu vi parte da cena e achei melhor não me intrometer, vocês pareciam tão bem, tão entrosados e... felizes lá em cima. - Ah. Então era por isso que a família estava tão tranquila, Laura pensou, Julia havia encontrado-os só não havia se manifestado naquele momento. - Agora vamos, mamãe! A senhora precisa de um banho, está cheirando a álcool! - Julia falou, entrando em casa com Meg.
Quase uma hora depois, Julia voltou, ela viu que Nathan e Laura estavam distantes um do outro e aproveitou para falar com a menina:
-Prontinho! Ela já está dormindo! Laura, eu não tenho palavras para agradecer o que você fez hoje...
-Não precisa agradecer, eu...
-Você gosta dele, como eu já disse. - Julia falou e percebeu que a garotou corou instantaneamente, além de arregalar os olhos e apertar os dedos das mãos, a mãe de Nathan percebeu que havia algo errado, afinal, Laura não havia tido aquela reação nem quando ela comentara aquilo pela primeira vez. Então perguntou: - O que houve?
-Nada... Não houve nada. Por que a senhora acha que houve alguma coisa?! Não houve nada, nada mesmo. - Laura respondeu tropeçando nas próprias palavras.
-Vocês se beijaram?
-O QUÊ?! - Laura parecia engasgar com a própria saliva quando Nathan e a irmã chegaram rindo. Nathan percebeu a expressão de desespero no rosto de Laura, ele imaginou que a mãe devia estar jogando alguma verdade na cara da menina, ela sempre fazia isso com todo mundo.
-Tudo bem por aqui? - Ele perguntou.
-Sim. Por que não? - Laura falou, tossindo.
-Eu e Laura estávamos tendo uma conversa de mulher pra mulher. - Julia falou piscando para a menina.
-Mamãe, a senhora está deixando a coitada nervosa e ela a única menina que Nathan já trouxe aqui pra casa, pare de assustá-la! - Jess se manifestou.
-Tá tudo bem, eu estou bem. - Laura falou, já recuperada exteriormente; internamente ela continuava atordoadíssima.
-Filho, por que vocês não passam a noite aqui? Já está tarde para dirigir.
-Por mim pode ser, mas depende da Laura. - Ele falou, olhando nos olhos dela.
-Bem... Acho que pode ser. - Ela respondeu, duvidosa.
-Ótimo! Então vamos nos sentar! - Julia falou, animada.
Eles sentaram de modo que Nathan e Laura ficaram de frente um para o outro, eles trocavam olhares significativos a todo momento, aparentemente a bochecha de Laura nunca voltaria à cor normal, ela estaria sempre corada, pelo menos enquanto Nathan estivesse tão próximo a ela.
-Aqui está! - Jess sentou-se ao lado de Laura, com um álbum em mãos.
-Isso não é o que estou pensando, é? - Nathan falou, soando desesperado.
-Tá com vergonha da sua namorada, maninho? - Jess provocou, enquanto abria o álbum.
-Esse é o Nathan? - Laura perguntou curiosa enquanto observava uma foto em que o bebê Nathan vestia roupas femininas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coincidências e escolhas
Ficção AdolescenteELA era uma garota comum que vivia no interior do Brasil; ELE era o vocalista de uma famosa banda que vivia em Los Angeles; ELA implorava aos pais para fazer intercâmbio nos Estados Unidos há anos e finalmente havia recebido um sinal verde, iria par...