capitulo 7- O Sangue e A Raposa

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Ele desferiu um golpe com muita força, foi tudo tão rápido que eu mal pude desviar, ele cortou minha perna de raspão. Senti um frio terrível subindo pela minha perna.
Um golpe daqueles, mesmo vindo daquele homem, não deveria me ferir-disse para mim mesmo. -Os símbolos e a minha pele resistente não serviram de nada?
Não tinha tempo para pensar, Satoru já estava desferindo outro golpe, novamente quase fui morto.
Ele cortou o meu pescoço, mesmo sem atingir a artéria eu sangrei muito, e aquele frio novamente se espalhou pelo meu corpo.
Pela primeira vez quem avançou fui eu, desviei da lâmina e lancei meu punho na direção do rosto dele. Mas Satoru foi mais rápido, ele chutou meu peito e eu fui atirado contra o chão.
Rolei por uns dez metros, arrastando a grama e respirando o pó do solo. Mas dessa vez os danos foram menores. As marcas estavam funcionando finalmente.
Eu me levantei e corri na direção de Satoru novamente, dessa vez eu agarrei seu braço, o que segurava a espada.

Puchei-o para baixo e desferir um golpe certeiro em seu queixo. Ele se inclinou atordoado e foi quando eu chutei seu rosto.
Satoru caiu para trás e a espada escorregou de sua mão. Eu desferir vários golpes em seu rosto enquanto ele estava caido, peguei sua espada e o olhei nos olhos. Não ia matá-lo.
-Eu venci.- falei meio trêmulo, estava começando a ficar tonto pela perca de sangue.
Antes que eu percebesse Satoru tomou a espada de mim e a atravessou por completo em meu peito. O frio estava pior do que nunca, eu estava morrendo.
- Seu...desgraçado-. Disse eu aguardando a morte, queria dizer mais, mas não tinha forças nem para isso.
- Você perdeu sua determinação garoto, você não queria me derrotar, não queria me ferir ou me matar. Você não quis resistir aos meus ataques e por isso te furei como manteiga. Sem força de vontade as marcas ou o corpo modificado não valem de nada. Você morreu garoto, essa espada não fere apenas o corpo, ela é feita para destruir a alma.
Eu senti uma dor horrível, era como se o meu próprio corpo estivesse me expulsando aos pontapés e socos.
- Dor...-. Foi tudo o que eu consegui dizer.
- Deixe-me ajudá-lo garoto-. Satoru estava erguendo a espada novamente, ele ia me decapitar.
Quando Satoru desceu a espada eu sabia que era meu fim, mas um raio luminoso atingiu ele nas mãos. Ele caiu no chão imóvel.
Eu olhei para a direção de onde tinha vindo o raio, e lá estava o meu salvador.
Era um homem de aparência esbelta, devia ter pelo menos um metro e oitenta (será que todos nesse livro são mais altos que eu?). Ele possuía orelhas semelhantes as de um gato ou cão, eu diria que era um cosplayer, mas depois de tudo o que tinha acontecido eu não duvidaria se fosse real.
Ele segurava um arco-e-flecha dourado, com pinturas de losangos verdes sobre ele. Ele usava roupas calças brancas, tênis all star branco e adivinhe só, uma blusa moletom com gorro totalmente branca. E o mais chamativo, ele possuía três caudas.
- Já faz mais de um ano Satoru-. Disse o homem misterioso.
-Maldita raposa, eu só ia ajudar o menino, ele vai morrer de qualquer jeito, não há cura para um ferimento causado por essa espada.
Eu ainda estava sentindo aquela dor, e ainda estava sangrando, fiquei surpreso por conseguir ver alguma coisa além do chão ensopado com meu próprio sangue.
Eu pensei:
- Não vou morrer aqui, depois de tudo, não vou morrer aqui. Ele quer ver minha força de vontade? Eu vou mostrar, não vou morrer, não vou morrer ,não vou!
Com um esforço extremo eu comecei a me mover, tentando me levantar para não me afogar em meu próprio sangue. Repetindo na minha cabeça a mesma frase,- não vou morrer, não vou morrer. Chega de me entregar assim, chega de pensar que eu vou morrer porque eu não vou.
A dor ficava cada vez mais forte. Eu fiquei de pé e pude ver o arqueiro de branco sorrindo. Eu olhei para Satoru e tentei falar algo mas tudo o que consegui foi soltar um grunhido fraco.
De repente eu fui jogado para fora do meu corpo. Eu o vi cair no chão ensanguentado.
Foi quando eu me agarrei a ele e me esforcei para voltar para dentro dele. Quando achei que tinha conseguido tudo ficou escuro.

Os Verdadeiros MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora