06.

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Acordo com um forte aperto no peito.

Não é forma de falar, é um aperto mesmo... Algo cutuca minha bunda e apesar do cansaço abro os olhos pra ver o que está acontecendo ao meu redor.

Braços tatuados me cercam e apesar de eu saber a quem eles pertencem me viro só pra confirmar. E sim, dou de cara com o Thor. Ele faz uma pequena careta fofa e abre os olhos que agora vejo que são de um verde muito bonito.

- Bom dia, baby - eu quero vomitar.

Mas uma vez não é no sentido figurado. Eu realmente preciso vomitar. Corro pro banheiro do meu quarto e só tenho tempo de chegar ao vaso. Um momento depois sinto o meu cabelo sendo tirado do meu rosto e uma mão alisando minhas costas.

- Eu sei que eu não sou sua pessoa favorita no momento mas vomitar só por olhar minha cara é um pouco ofensivo - ele fala com falsa magoa.

Eu me ergo e depois de dar descarga lavo o rosto na pia e escovo os dentes.

- Nem tudo tem relação com você - digo seca - O bebê é que me faz vomitar todas as manhãs.

- Bom, como eu que coloquei o dito bebê em você eu acho que estou sim relacionado - ele fala com esse sorriso que eu achava charmoso mas que passei a odiar.

Ignoro. Nem vou perguntar porque ele dormiu aqui porque só me sentirei forte o suficiente pra uma discussão depois de um café. Quando entro na cozinha a Malu já está sentada e me oferece uma xícara quente que não podia vir em melhor hora.

- Conseguiu dormir mesmo com o garotão? - a Malu me pergunta.

- Malu, o bebê ainda é muito pequeno. Acho que vai demorar uns meses pra ele atrapalhar meu sono...

- Nanda, eu to falando do Thor! - Não tenho tempo de responder porque o dito cujo entra na cozinha só de cueca.

- Você poderia pelo menos se vestir? - pergunto.

- Vestir pra quê? Minha mãe sempre disse que nós devemos ficar confortáveis em casa - ele sorri mostrando suas covinhas e tira a xícara de café da minha mão e começa a beber. Cara de pau!

- Pois é, na SUA casa. E você não está na sua casa - falo já ficando irritada.

- Enquanto nós não comprarmos outra casa maior essa é a nossa casa baby, acostume-se a me ver com pouca roupa - ele pisca e eu me odeio por sentir uma pequena felicidade com o pensamento de o ver com pouca roupa. Estou pronta pra começar uma guerra quando escuto a porta da frente abrir e fechar.

A Karol entra na cozinha como se fosse dona do lugar. Ela sempre se sentiu super a vontade aqui e eu gosto muito disso.

- Hey família! - ela para quando vê o Thor que não fica nem um pouco constrangido de estar só de cueca - O que ele ta fazendo aqui?

- Ele já sabe - digo simplesmente.

- Oh... isso é maravilhoso - ela me olha parecendo realmente feliz - Você desistiu da consulta?

- Com tudo que aconteceu eu nem lembrei disso.. Me dê 10 minutos e eu desço pronta - não espero resposta e corro pro banheiro.

Essa consulta não pode mais ser adiada. Tenho que saber se ta tudo certo com o bebê. Me arrumo em tempo recorde e desço chamando a Karol mas ela não parece estar em canto nenhum.

- Ela já foi - escuto o Thor falar atras de mim - Vamos logo, temos que chegar lé em 20 minutos.

- Ela foi pra onde?

- Pra casa - ela coloca os óculos escuros e só agora vejo que ele colocou uma roupa - Eu disse que ela não precisava ir já que eu vou com você.

Eu realmente queria brigar com ele agora mas nós estamos muito atrasados pra isso. Entramos no seu carro, que na verdade é dele e de todos os irmãos e seguimos pra clinica onde marquei a consulta.

- Você pode pegar o meu celular no meu bolso e ligar pro DJ? - ele me pergunta depois de um tempo.

Prefiro fazer o que ele pede e ligo pro DJ.

- Coloca no viva-voz. - olho pra ele com cara feia e ele parece entender - Por favor.

- Hey paizão - o Dj atende depois de dois toques.

- Você pode segurar as pontas do estúdio agora de manhã? - o Thor pergunta - To levando a Fernanda no médico mas apareço lá a tarde.

- Sem problema irmão - o DJ responde - Aproveita e diz a ela que o bebê fez muito bem pros peitos dela - ele diz rindo.

- Você acabou de dizer cara, ta no viva-voz e ela ta comigo aqui no carro - o riso do DJ para.

- Eu falei com todo o respeito Fernanda, sério - agora quem tem vontade de rir sou eu.

- Acho melhor você parar de prestar atenção no corpo da mãe do meu filho seu otário - o Thor responde irritado - Primeiro e único aviso.

O Thor estaciona o carro e toma o celular da minha mão desligando na cara do amigo. Eu não posso negar que senti um frio na barriga quando ele disse 'meu filho'.

Quando saímos do carro vejo uma pessoa se aproximando e só quando ele chega bem perto percebo que é o doutor Josué.

- Fê, não vi você ultimamente - ele fala me abraçando - Você está melhor? - ele pergunta mas não me solta completamente dos seus braços.

- Eu vim aqui justamente fazer uma consulta.

- Eu vim falar com um colega mas posso te esperar e podemos tomar um café ou...

Sinto uma mão na minha cintura me puxar pra trás e colido com uma parede, que na verdade eu já sei que é o Thor. Ele dá um aceno de cabeça pro doutor Josué e me coloca mais próxima ainda dele. Daqui a pouco vai me guardar no bolso.

- Oh, você é o cunhado da Malu certo? - o doutor fala sorrindo e coloca as mãos no bolso - Prazer em conhece-lo.

- Thor, o cunhado da Malu sim - ele fala sorrindo - Baby, temos que entrar agora, estamos quase atrasados.

- Podemos deixar o café pra um outro dia? - pergunto.

- Claro quando você puder.

O Thor não me dá nem tempo pra me despedir do Josué, sai me puxando pra entrada da clinica como se as portas do inferno tivesse se aberto atras de nós. 

O que acabou de acontecer?









THOROnde histórias criam vida. Descubra agora