1- Tens mesmo que ir?

245 6 0
                                    


AMY POV

Primeiro dia de aulas, pelo menos nesta escola. Estava cansada, mais uma vez mudamos de casa por causa do trabalho do meu pai. Não podia fazer amigos, as despedidas eram demasiado tristes. Por isso já tinha abdicado de certas coisas por causa da minha situação. Não que eu me queixasse muito, eu amava os meus pais e viajar pelo mundo era um sonho, mas às vezes era um pouco triste, quando não tinha ninguém para falar com a excepção dos meus pais.

-Amy despacha-te, estás atrasada! - Gritou a minha mãe do corredor. Saí da cama assustada, quase que dei um pincho, escolhi o que vestir bastante rápido. Desci para tomar o pequeno-almoço, o meu pai já não se encontrava em casa.

-Bom dia mãe.

-Querida, tens uns cinco minutos para estar na paragem, tens no armário do corredor uns dez euros para esta semana. Achas que chega?

-Sim mãe, obrigada. - Beijei-lhe o rosto e fui para a paragem. Claro que levei a mochila comigo, precisa dela sem dúvida.

Andei um pouco, até chegar ao lugar onde ia apanhar a camioneta. Já sabia onde era porque o meu pai na noite passada veio comigo aqui. Ele era o melhor pai do mundo. Pus-me a observar para quem também estava aqui. Muitas pessoas, muitas raças, muitos movimentos. Olhei para uma morena, bastante bela, sorriso mesmo brilhante. Entretanto vi-a a entrar para um carro. Não consegui ver quem conduzia, mas tive o pressentimento de que tão cedo não a voltaria a ver. Vi toda a gente a entrar para o autocarro por isso também fui, chegamos uns sete minutos depois. Hoje a escola parecia deveras assustadora, tanto movimento, todos apressados, para uma única coisa, aulas.

Fui á secretaria buscar uns papéis, para ver a minha turma, 12º K, apressei-me a ir para a minha sala, piso 5. Já tinha tocado, espero não levar raspanete da stora. Respirei fundo antes de entrar, estava mais nervosa do que o costume, não sei porquê. Esta era a quarta escola secundário para que eu ia.

-Sim!? - Ouvi a professora a dar-me licença para entrar por isso abri a porta, todos começaram a olhar para mim. Mas quem me chamou mais atenção foi a rapariga da paragem.

-Bom dia, sou a aluna transferida. - Falei para a professora, entregando uns papeis.

-Podes te apresentar á turma.

-Ah. Eu sou a Amy Raudenfeld. - Disse um pouco nervosa.

-Não queres dizer um pouco mais sobre ti? - Perfeito, agora estavam todos a olhar para mim com cara de parvos, a gozar. Já estava envergonhada e esta professora queria que eu falasse mais.

-Posso ir á casa de banho? - Meu deus. Minha salvadora, esta miúda, era mesmo boa. Quem é que era?

-Acabaste de entrar Karma. - Karma, que bonito nome.

-Amy, vai para ali e senta-te.

-Onde?

-Á beira da Karma, vê se consegues acompanhar a matéria.

Sentei-me á beira da Karma, ela era ainda mais bonita ao perto, olhava detalhadamente para cada parte do seu corpo, sem que ela percebesse. Não sei porquê, mas eu queria tocar-lhe, não importa em que lado fosse.

-Estás a gostar? - Sussurrou-me.

-Ah. Quê? Não, ah. - Disse atrapalhada.

-Eu sei o que estás a fazer! - Será que ela tinha percebido o que estava a fazer? A admira-la, a sentir atracção pelo seu corpo.

-O que estou a fazer?

-Estás distraída! - Arcou-me a sobrancelha e sorriu. Ela estava a marrar comigo. God.

Não respondi mais nada, ela até que era simpática, sim era. Mas que mais? Havia algo nela que me fazia querer mais. No fim da aula, fui sozinha para os cacifos e cruzei-me mais uma vez com a Karma. Ficamos a olhar uma para a outra, até que ela decidiu falar.

-Andas-me a perseguir?

-Não! Juro que não. - Disse toda atrapalhada.

-Estava a brincar. - Sorriu-me, era tão bonita. Corei quando vi que ela ainda me olhava. - Não te lembras de (...) !?

-Lembrar de quê?

-De nada, deixa lá. Eu tenho de ir.

-Não temos aulas?

-Sim, mas eu vou ao médico.

-Mas estás bem?

-Sim, estou. - Virou-se para um rapaz do outro lado do corredor. - Shane!

-Sim, Karma!? Precisas de alguma coisa?

-Sim, quero que fiques com a Amy. Não quero que ela ande sozinha por ai e como eu tenho que ir.

-Hum. Quanto é que me pagas?

-E que tal um jantar por minha conta?

-Pode ser miúda. - Sorriu-lhe, entretanto ela foi embora. Fiquei sozinha, um pouco desamparada, queria passar mais um pouco de tempo com ela.


More Than friends - Karmy, Karma e AmyWhere stories live. Discover now