- A família Beaumont está na cidade
- disse Malcolm, assim que desci do helicóptero.Por um motivo em particular, me senti desconfortável ao receber a notícia. Fiz um olhar de descaso, mas engoli a informação no seco.
- A família González e a família Beaumont farão alianças e... - Malcolm continuava torturando meus ouvidos - Fontes seguras afirmaram que o intuito de estarem em Madri é para casar a filha deles com Diogo Gonzales.
- Porque Henrique insiste com isso? - indaguei, indo em direção a entrada da cobertura. - Ela é uma menina que acabou de sair da escola.
- Penso que Henrique se sente seguro com a família González -disse Malcolm. Entramos no elevador. - Diante dessa situação, fizemos como o senhor havia pedido. Depois de vinte anos, uspendemos a vigilância e segurança da garota... - completou, aproximando-se do meu ombro.
- Minha família não torrara um único centavo para proteger a família de Henrique. - Estava decidido a quebrar um desejo do meu pai.
Por muitos anos, a família Beaumont teve homens os protegendo contra assuntos perigosos desde quando eu ainda era um pivete. Um acordo que Vicente Monteiro, meu pai, fez com Marian e Henrique.
O motivo? Proteger a filha de sua amante.
Assim que o elevador chegou ao andar do escritório, encontrei minha secretaria, Marlene, com sua agenda eletrônica na mão, um bloco de notas e uma caneta pronta para começar a destrinchar mais trabalhos.
Com seus óculos de grau, cabelos castanhos em um penteado formal e sua roupa social, formada em mestrado na área de economia e administração, Marlene compunha uma secretária de alto nível de responsabilidade e comprometimento com a empresa, ocupando o cargo de secretária executiva.
- Sr. Monteiro. - Marlene me cumprimenta com um leve meneio na cabeça.
- Quais as novidades para hoje? - indaguei, passando por ela e indo em direção a minha sala.
Não tinha habito de ser cordial. Muito menos depois de quase dois meses de viagens e milhares de problemas pessoais.
- A Sra. Monteiro ligou cinco vezes pela manhã e três agora a tarde -- informou Marlene, lendo seu bloquinho de notas, com passos rápidos para me acompanhar.
Quando parei no meio do corredor, ela fez o mesmo assim como Malcolm e mais dois seguranças que estavam posicionados a um passo atrás.
O telefone de Malcolm tocou e consequentemente se afastou um pouco do grupo.
Olhei diretamente para Marlene com desgosto, encarando-a fixamente. Marlene, que já me conhecia, engoliu em seco com os olhos levemente apreensivos.
- Pensei em ter lhe perguntado sobre novidades - disse calmo.
- Claro, senhor - Arrumou os óculos, abriu sua agenda eletrônica, vasculhou algo importante e disse: - Reunião com os geólogos da África do Sul, as 13:00.
Todos voltamos a caminhar.
- Assinaturas para liberar alguns protocolos de orçamento.... - Continuou ela.
- Sr. Monteiro... - Malcolm chama, aproximando-se com um celular na mão. - Durval. Disse que tem novidades para aquele caso.
Investigando meu próprio irmão, Deniel Monteiro. Um homem com pouco mais de vinte cinco anos, mas que já estava metido até o pescoço com pessoas do tráfico. Eu concentrava minhas energias em buscar saber com quem Deniel fazia negócios, uma vez que o vagabundo não trabalhava, recebia uma pensão para não me aborrecer, mas seu estilo de vida ia além daquilo que ele ganhava mensalmente.