Prisional Guard || H.S || Terminada

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Em qualquer outra circunstância, eu não me importaria de ser acordada pelo irritante do despertador. Mas quando se trabalha numa prisão, com um certo prisioneiro, a vontade de levantar da cama torna-se mínima.

Mesmo assim, o meu cérebro é guiado pela razão e levanto-me da cama. Esfrego os olhos, caminhando até à cortina. Abro a mesma, deixando o pouco sol da manhã entrar. Digo pouco, uma vez que ainda é tão cedo que ainda não há muita claridade. Olho lá para baixo, vendo a empregada do prédio a limpar. Ela também limpa apartamentos mas apenas quando lhe pagam e eu posso perfeitamente limpar em vez de gastar dinheiro desnecessariamente.

Já na casa de banho, retiro o meu pijama largo oferecido pela minha mãe, pousando-o em cima do pequeno armário do lavatório/pia. Solto o meu cabelo que continuava amarrado num coque desajeitado. Entro no chuveiro, deixando a água cair sobre os meus ombros. O meu corpo tenso é rapidamente aliviado e a minha boa disposição aparece. Infelizmente, não vem com vontade de ir trabalhar. 

Coloco uma quantidade razoável de champô na mão, esfregando-a no meu cabelo. Faço o mesmo com o gel de banho no meu corpo enquanto canto uma música do meu artista preferido, Ed Sheeran. Eu já o conheci, tenho uma fotografia com ele e uma capa de telemóvel assinada. Esse é o lado bom de ter pais ricos. Mesmo que eles tenham a sua própria empresa de arquitetura, visto que ambos são arquitetos e têm centenas de funcionários, e possam simplesmente pagar-me a faculdade de uma só vez, eu não quis que eles continuassem a gastar dinheiro comigo e decidi que o iria fazer por minha conta.

Enrolo-me numa toalha, esfregando o cabelo noutra. Paro em frente ao espelho, usando o secador para deixar o meu cabelo como quero. Decido deixa-lo dividido ao meio, não fazendo nenhum penteado. Não quero leva-lo amarrado então deixo-o assim mesmo. Faço uma sombra castanha quase sem cor nos olhos, colocando bastante rimel e um pouco de lápis branco em baixo pois faz os meus olhos parecerem maiores e, consequentemente, mais azuis. Um batom pouco mais escuro que o tom da minha pele e estou pronta.

Visto a habitual roupa do trabalho, arrumando as minhas coisas numa carteira bem pequena. Não, eu não ando sempre com a mesma farda, eu tenho cinco e vou colocando para lavar e trocando. 

Agarro na tal carteira e no meu iPhone, caminhando até à cozinha. Decido comer apenas fruta então corto pedaços de maçã, pêra, banana pêssego para dentro de uma tigela, levando à boca. Atualizo o meu instagram que é uma das poucas maneiras que tenho de continuar a comunicar com a minha família e a amigos que ficaram na minha terra natal, New Castle.

Depois de terminar o meu pequeno almoço, deixo a taça no lava-loiça para arrumar quando regressar do trabalho e volto à casa de banho, lavando os meus dentes e retocando novamente o batom que foi estragado. Pronta, saio de casa levando a minha carteira com as minhas identificações, dinheiro, telemóvel e chaves.

Desço as escadas do prédio, dirigindo-me calmamente até à paragem de camionetas. Sento-me, apertando o casaco contra o meu corpo. O frio de Londres é horrível. O ar que expiro sai em forma de fumo e em pouco tempo estou quase a tremer. Esfrego as minhas mãos livres de anéis, coisa que eu adoro usar mas não posso trazer para o trabalho, numa tentativa de me aquecer. Começo a ouvir o motor do enorme automóvel e fico nos meus pés, colocando o meu dedo para a frente. Peço um bilhete, pagando. Quando recebo o troco, sento-me num dos primeiros bancos.

Encosto a minha cabeça na janela fria, ignorando a sensação na minha pele. Encaro a rua, vendo-a praticamente deserta. Algumas lojas a começarem a ser abertas, padarias com alguns clientes a tomar o seu pequeno almoço calmamente e quando todos os edifícios comerciais acabam e começa a ser apenas estrada e algumas árvores, entendo que já estamos próximos do local onde sairei.