Chapter 2 - Sam

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Previously — Lilith, uma rapariga de 19 anos, fugiu para Londres e mora agora com os seus melhores amigos Jake e Emma porque se cortou e tentou suicidar. Depois de uma briga com Jake e se cortar, Lilith corre para um jardim desconhecido onde se atira para o chão de joelhos a chorar e alguém lhe põe a mão no ombro a tentar levantá-la.

NOW:



— Estás bem? – automaticamente olho para a pessoa, mas nada mais conseguia ver para além de uma figura masculina devido às lágrimas nos meus olhos.

Rapidamente me levanto e abraço o estranho chorando mais. Com a cabeça contra o peito dele, senti-me confortável a sentir um cheiro familiar.

— Está tudo bem. – Tenta me confortar com essas palavras – Anda, vamos levar-te para casa.

— Não! Por favor, não consigo! – a minha calma desaparece subitamente e abraço-o com mais força começando a chorar outra vez.

— Está bem. Está bem. Tem calma. Podemos ir para a minha? Não pareces bem...

Aceno que sim deixando-o me levar até ao carro dele.

— Como te chamas? – Pergunta a ligar o carro.

— Lilith – Respondo com voz rouca.

— O meu nome é Sam, de Samuel. Queres falar sobre o que te pôs nesse estado? – olha de relance para mim enquanto conduz.

Normalmente teria tanta vergonha do que fiz e mentiria, mas hoje não. Desci muitos níveis já hoje. Estava num carro com um desconhecido a ir para casa dele! Ao menos vou ser sincera, não é?

— Tentei me suicidar – digo com uma certa frieza não intencional.

Depois da minha resposta, nada falámos até chegarmos a casa dele. Ele abre-me a porta do carro e leva-me até ao sofá onde me diz para deitar e põe me um cobertor por cima. Ele senta-se no sofá perto da minha barriga e pela primeira vez olho para ele. Sam devia ter uns 20 anos e era tão ou mais bonito que o meu melhor amigo. Tinha feições vincadas, olhos azuis, cabelo loiro e um corpo bem constituído.

— Desculpa – sussurro.

— É sem problemas, não te ia deixar no meio do parque naquele estado claro – Sorri levemente.

— Obrigada, a sério. Agora mais que nunca sinto que não haveria ninguém que faria isso por mim. Significa muito para mim que o tenhas feito – Sorrio de volta.

— Gosto mais do teu sorriso do que das tuas lágrimas sabias? – Os sorrisos ficam maiores e ele pega na minha mão – Sabias? O que quer que te fez levar a essa situação, não merece. Tenho a certeza que até os teus defeitos te fazem perfeita.

— Isso é muito querido da tua parte, obrigada. – Um silencio instala-se entre os nossos olhos – Bem é melhor eu ir para casa... – quebro o 'momento'

— Sabes que mais? Devias ficar aqui uns dias – interrompe-me – Sinto me sozinho. Já te ajudei, tua vez de retribuíres – ri-se.

— Não sei, não te quero incomodar, nem tenho roupa.

— Primeiro, ajudar não é incomodar e segundo, eu trato disso da roupa.

— Bem, então acho que posso tirar umas férias da minha vida contigo – os dois rimo-nos quando o meu telemóvel toca.

— Vou te deixar atender – sai da sala.

É o Jake. Deveria atender? O que digo? Respiro fundo e atendo.

Onde estás Lilith? – ouço-o em pânico.

— Está tudo bem. Estou em casa de um amigo e vou cá passar uns dias. Não se preocupem por favor. Só quero umas férias da minha vida.

Que amigo? – fala preocupado

— Não te preocupes Jake, não conheces – respiro fundo – Ligo te mais tarde sim? Beijinhos – desligo sem lhe dar hipótese de se manifestar.

Levo as mãos ao cabelo merda, pensei, que merda de vida. Pela primeira vez, olhei à minha volta, a casa parecia espaçosa demais para morar apenas uma pessoa. Quem seria Samuel? De uma coisa eu estava certa, eu queria conhece-lo. Algo nele me inspirava confiança e conforto.

— Tens fome? – ele volta da cozinha com um tabuleiro com uma sandes mista e um copo alto com sumo de laranja.

Há 3 anos que sou vegetariana, o que significa que aquela sandes com fiambre seria um pecado. Mas algo dentro de mim gritou por comer.

— Obrigada – digo a pegar no tabuleiro.

Peguei na sandes e parei para respirar fundo com ela ao pé da minha boca.

— Estás bem? – Sam pergunta intrigado com a minha atitude.

Fui procurar no meu fundo a resposta e na verdade...

— Sim, estou – sorri e trinquei a sandes.

De certa maneira, senti-me livre pela primeira vez. Estava a quebrar todas as quebras que havia criado há uns anos atrás.

Acabo de comer e ponho o tabuleiro na mesinha à minha frente.

Sam sorri-me, aproxima-se de mim e lentamente estende a mão para me limpar a bochecha, eu sorrio de volta.

— Anda, vou te mostrar a casa – estende-me a mão, eu rio-me e dou-lhe a mão.

Cada divisão mais linda que a outra eu achei. A confirmação que ele morava sozinho ficou quando vi que todos os quartos para além do dele eram de hóspedes tal como o meu próximo pelos próximos tempos que é a suite ao lado da dele.

— Grande casa para morares sozinho – afirmo.

— Estou plenamente de acordo. Foi prenda dos meus pais o ano passado, eles gostam de tudo grande e esplêndido. Quer dizer, é uma casa realmente bonita, mas sinto-me só aqui.

— Eu entendo. Também estava a morar sozinha antes de... tu sabes... depois da minha internação os meus melhores amigos mudaram-se para aqui.

— Posso te perguntar o motivo?



Next: O que Lilith irá contar? Será que revelerá um enorme segredo dela? COMENTEM!!!


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