Gone Too Soon

Chapter 3 - The Truth

Previously — Lilith conheçe no parque Sam que a leva para casa dele decidindo ambos tirando férias das suas vidas juntos em casa dele. Lilith conta que se tentou suicidar e quando Sam pergunta-lhe o motivo, eu crio um capitulo cheio de verdade

NOW:

— Hmm... – olho para o chão.

— Não precisas de dizer – põe a mão no meu ombro.

— Toda a gente reage de maneiras diferentes a situações. Desde os meus 13 anos que vou ao psicólogo devido às discussões em casa. Quando eu vi a minha relação a ir pelo mesmo caminho que a dos meus pais eu colapsei. Eu estava muito mal e o meu melhor amigo, Jake, disse-me que me amava – Eu amo-te Lilith lembrei-me mais uma vez – Eu assustei-me com os meus sentimentos e fugi dele. Quando voltei a casa dele para falar o que sentia por ele, no mesmo dia, vi-o a beijar outra rapariga. Ele nunca soube que o vi. Aí eu fui embora de Portugal na manhã seguinte. Eu estava tão mal, de rastos e uma mensagem piorou tudo – começo a chorar e Sam dá-me a mão dando me força – Houve um dia em que me desequilibrei e bati contra um espelho que ainda estava apenas encostado à parede do meu quarto. O espelho caiu e partiu-se no chão. Havia pedaços dele por todo o quarto. Fui para apanhá-los, mas ao agachar-me vi um pedaço um pouco maior que a palma de uma mão. Olhei-me ao espelho, comecei a chorar e... – Não aguentei mais, comecei a chorar mais – eu fui fraca. Eu queria morrer. Eu odiava-me – Sam puxa-me contra ele abraçando-me.

— Shhh, está tudo bem Lilith, está tudo bem – vai me dando beijos na cabeça enquanto me acaricia as costas na tentativa de me fazer sentir melhor. Olho para ele nos olhos – Estou feliz que estejas aqui – aproxima-se de mim e beija-me abraçando-me novamente de seguida.

Nós conhecemo-nos naquele dia, mas eu não me senti desconfortável com o beijo, senti-me bem, segura.

— Então, pelo que posso calcular, não conheces muito da cidade, certo? – eu aceno que sim com a cabeça – o que achas de passear?

— Compras E jantar incluídos? – solto um risinho.

— Hmm... – faço beicinho – Claro! – ri-se – Aliás, tive uma excelente ideia! O que achas de teres um quarto personalizado à tua maneira aqui e um novo closet?

— Acho que é muito dinheiro que eu não tenho.

— Não te preocupes com isso, é na minha conta.

— Sam, tu conheceste me hoje... – olho para o chão.

— Hmm... – ele visivelmente hesita antes de falar – Todas as segundas e quartas e por vezes sábados cantas num bar das 19h às 21h. Por vezes a tua melhor amiga vai te assistir, mas eu estou sempre lá para te ver atuar.

— Eu... não fazia ideia... – sorrio – bem, não posso contrariar o destino... – rio-me.

Sam mandou-me escolher o design do quarto e mandou pessoas lá a casa para "concretizar os meus sonhos", como ele diz, enquanto iriamos sair para comprar roupa e jantar.

Após 12 lojas de roupa e 4 sapatarias Sam aparece ao meu lado com uma caixa de um macbook.

— Sam, não...

— Mas tu não tens!

— Eu não preciso. Já estás a gastar comigo num só dia!

— Se não gastar contigo gasto em quê? Eu tenho tudo!

— Posso te perguntar uma coisa? – ele acena-me que sim – Como tens essa fortuna toda?

— Laços familiares, a herança da minha avó que foi toda para o seu único neto, eu. Por muitas gerações a minha família trabalha no ramo de investimentos em pequenas empresas com futuro e mais recentemente o meu pai criou a sua rede de hotéis de luxo.

— Tens sorte. Eu nunca tive a possibilidade de ter uma vida como a tua.

— Agora tens – Sam sorri-me

— Por apenas uns tempos não te esqueças!

— Eu sei Lilith. Mas é até quando quiseres...

— Isso é muito generoso da tua parte – faço um sorriso agradecido e ele faz beicinho – E está bem, eu aceito o raio do computador!

— Yayyyy! – Ambos nos rimos.

Sabem aquele momento que parece que estás a sonhar de tão bem que estás a sentir? Eu sentia-me num sonho daqueles de conto de fada.

Sam chamou um carro pegar as nossas compras e levou-me a jantar ao Mc.

— Para quem possui tal fortuna nunca pensei que leva se uma rapariga no primeiro encontro ao Mc – rio-me e mordo suavemente o lábio a sorrir

— Para quem sofreu tanto nunca pensei que tivesses tal sentido de humor – sorri – podemos ir onde quiseres sabes? – hesita – Espera! Quer dizer que isto é um encontro? – Sorri ainda mais e eu rio-me.

— Significa que eu estou a ter um bom dia hoje – ambos sorrimos e eu bebi um pouco da minha coca-cola.

O Mc estava tão cheio que decidimos levar os gelados para comer em casa se bem que ele me informou da existência de muito gelado no congelador. Gulosa como sou comi o gelado no carro para comer mais em casa. Quando chegamos em casa fomos diretos para a cozinha, grande, espaçosa, mas aparentemente ninguém trabalhava lá.

— Sério que pensei que terias um cozinheiro ou assim – digo enquanto procuro pelo gelado no congelador.

— Por vezes tenho. Gosto também de fazer as coisas por mim próprio, sentir me útil. – Vai me ajudar tirando o gelado e servindo-me.

— Obrigada – meto logo uma colher na boca – Mhh este frozen yougurt é muito bom! – lembro-me da minha mãe – A minha mãe costumava fazer me isto sempre que eu estava em baixo e tinha sempre o congelador cheio dele – sorrio com uma lágrima no olho.

— O que se passou a ela?

— Morreu naquele dia, era o que a mensagem dizia... – olho para o chão.

— E o teu pai? – Hesito em responder.

— Podemos não falar dele? – digo um pouco rude.

— Desculpa...

— Desculpa eu – olho o nos olhos.

Os olhos dele sorriam-me nem sei explicar como. Aproximamo-nos um do outro e eu pego na minha colher e ponho gelado no nariz dele de surpresa. Ambos começamos a rir e a brincar. Ele pegou em mim de costas a fazer cocegas e quando virei-me de frente colada a ele a atração foi tanta que o beijei, sim eu, a 'tímida' eu.

Fez me questionar se eu realmente me tornei naquela mulher ou se sempre tive dentro de mim aquela chama pequenina à espera que alguém, como o Sam, viesse fazê-la crescer.

Sentia-me realmente bem com ele e não era por dinheiro e prendas. Ele é carinhoso, divertido, simpático, tem um sorriso com covinhas e olhos lindos.

A intensidade do beijo aumenta, mas eu paro quando a frase: eu amo-te Lilith vem me novamente à cabeça.

— Desculpa eu não posso Sam – subo a correr para o meu novo quarto.