Niall Horan

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- Olha que fofo! - Minha filha praticamente gritou ao ver um cão através da cabine de vidro. - Eu quero!

- Não é assim, Megan. - Respondi tentando puxá-la para longe do local de adoção de cães.

- Eu quero mamãe, eu preciso. Muito.

- Ah, é? E pra quê você precisa de um cachorro? - Cruzei os braços.

- Pra fazer carinho, pra dar banho e dar comida.

- Eu te compro uma boneca. - Falei tornando a fazer pressão em seu braço

- Não! - Chacoalhou-se tentando se soltar.

- Cachorro faz cocô, faz xixi, bagunça a casa toda, rasga os sapatos, espalha papel pela casa, come o que não deve, tem pulgas, espalham pelos... Nossa, uma infinidade de coisas! Não quero e pronto.

- O que houve? - Niall perguntou ao se aproximar repleto de sacolas das nossas compras no shopping.

- Eu quero aquele cachorrinho, papai. Mas a mamãe não quer. - Fez careta. - Podemos ter um? - Niall me olhou cogitando a possibilidade, mas ao ver minha expressão logo se pronunciou.

- Melhor não, filha. - Abaixou-se para ficar da sua altura. - Podemos comprar uma boneca? - Sorriu torto.

- Não, a mamãe disse a mesma coisa. Por que vocês acham que os cachorros são como as bonecas? - Questionou. Megan era uma menina de 4 anos muito esperta.

- Porque... Cuidamos? - Niall tentava convencê-la.

- Mas a boneca não se mexe, não late, não abana o rabinho. Ela nem tem rabinho, papai! - Segurou o rosto do pai. - Por favor.

- (s/n), resolve aqui. - Ele disse ainda olhando os olhos azuis pidões da garotinha. Ele se derretia facilmente por ela.

- Megan, é melhor irmos. Depois falamos sobre isso, ouviu bem?

- Mas mãe...

- Ouviu bem?

- Sim. - Soltou-se de Niall recusando ir no colo dele, apenas pegou em sua mão e caminhou olhando para trás. Niall fazia a mesma ação e aquilo me comoveu. Ele também queria?

(...)

Chegamos em casa e Megan logo correu para o seu quarto e ficou trancada lá com suas bonecas até a hora do jantar. Minha filha e meu marido assistiram alguns desenhos antes de Niall colocá-la para dormir.

- Papai, eu não estou me sentindo bem. - Ouvi-a falar enquanto me acomodava melhor atrás da porta.

- O que houve? É dor de barriga? Dor de cabeça? - Ele perguntou rapidamente.

- Não, papai. Eu estou triste. Aquele cachorrinho precisa de mim. - Falou e pude notar a manha em seu tom de voz. Niall suspirou.

- Eu sei, entendo que você gostou, mas...

- Mas a mamãe não deixa.

- Eu prometo falar com ela, sim? - Eu não via, mas podia jurar que ele estava acariciando os cabelos castanhos da filha.

- Sério?

- Sim.

- Promete mesmo?

- Prometo.

- De mindinho? - Ela parecia surpresa. Eu ri com a pergunta, Niall havia ensinado a Megan que quando uma promessa é feita ela deve ser firmada com um aperto de mindinho.

- De mindinho. Aperta aqui. - Ouvi a gargalhada dos dois depois. - O papai queria muito trazer esse cachorrinho hoje pra você, até porque eu gostei muito dele, já tinha o visto antes e...

- Você já tinha visto ele? - Interrompeu o pai.

- Sim e planejava trazê-lo, mas diante da reação da sua mãe hoje eu... Eu fiquei de mãos atadas, mas prometo falar com ela e tentar fazer com que adotemos ele.

- Eu te amo, papai.

- Eu também, minha pequena princesa. - Um estalo de beijo foi ouvido por mim e eu rapidamente entrei no quarto. Logo Niall me fez companhia no lugar.

- Olá. - Falei encarando minhas mãos.

- Oi.

- Eu aceito.

- O quê?

- Quero o cachorro aqui.

- Sério?

- Vocês são importantes pra mim e se essa pequena bola de pelos vai fazer vocês felizes eu aceito, por mim tudo ótimo. - Levantei o olhar para ver o grande sorriso do meu marido.

- Você é incrível. - Subiu na cama e me puxou para um abraço apertado. - Não vai se arrepender.

- Eu espero, Horan. - Suspirei ao receber um beijo no pescoço.

- Obrigado.

- Não me agradeça com palavras, sabe o que eu prefiro. - Falei sugestiva e após rir ele finalmente fez o que eu esperava há semanas.

(...)

- Mamãe, o que é isso no seu pescoço? - Megan subiu no banquinho da mesa e tocou meu pescoço. Senti a dor instantaneamente. Niall ria alto.

- Nada.

- Mas está roxo e é feio. - Fez careta.

- Megan, vai para a escola.

- Quem fez isso, mamãe?

- Fui eu. - Niall respondeu me fazendo olhá-lo com cara feia. - Mas não se preocupe, sua mãe gostou.

- Gostou? - Riu. - Não entendo vocês. - Mordeu mais uma vez o sanduíche.

- E não é pra entender. Vai para a escola! Niall para de falar besteiras e vai levar sua filha. - Falei nervosa.

- Calma. - Meu marido beijou minha bochecha e em seguida a minha boca.

- Andem! - Bati palmas pra incentivar os dois molengas e bati na bunda de Megan em seguida. - Tenha um bom dia, querida. - Recebi um beijo na bochecha da minha filha e um beijo no ar de Niall.

Passei o dia arrumando a casa e preparando tudo para a chegada do mais novo membro da família. Niall iria levar a Megan no colégio, depois passar no estúdio e voltaria para casa antes do horário de buscar a Megan para que pudéssemos adotar o cãozinho.

- Vamos? - Falou da porta principal com a cabeça para dentro de casa.

- Vamos. - Peguei a casinha de passeio que eu havia comprado na mesma tarde e saí de casa recebendo um beijo de Niall.

- Você não tem ideia do quanto ela ficará feliz.

- Eu tenho ideia sim. - Sorri.

- Parabéns senhores, espero que esse cão seja bem cuidado e muito feliz com sua família. - Um funcionário disse após nos entregar os "documentos" do cachorro.

- Obrigada.

- Ele será feliz sim. - Niall disse beijando a cabeça do cachorro e fazendo uma espécie de cócegas nele. O cachorro tentava lamber seu rosto.

Saímos do shopping com o pequeno Hambo feliz em nossa frente com a coleira flexível que Niall havia comprado numa loja ao lado. Partimos direto para a escola de Megan e não demorou muito para vermos a menininha de cabelos castanhos e olhos azuis correr com sua mochila rosa até o carro. Eu abri a porta pra ela enquanto Niall sorria cúmplice.

- Cuidado pra não machucar o seu amigo. - Falei ao vê-la pular no banco do carro ainda não notando o Hambo, mas isso durou pouco tempo.

- Que ami... - Parou de falar ao receber uma lambida do pequeno cão no braço.

- Não acredito, mamãe! - Gritou estérica ao ver o cãozinho. - Ele é muito lindo! - Olhava para o animal como se fosse a coisa mais importante do mundo e aquele brilho no olhar de minha filha foi o suficiente para mim. - Eu amo vocês. Muito. Os três!


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