Capítulo 2: FBI

738 89 25
                                    

- Percebo que sua filha não está tão a par da situação como eu suponhava que estivesse, Robert.

- De fato, Albert. Me desculpe. Mas, eu achei melhor contar para Kyara hoje. - Meu pai se justificou.

Limpei a garganta, ligeiramente incomodada por estar tão por fora.

- Hum... Contar o quê, papai?

- Bem, minha querida... - O tal de Albert, se intrometeu. - Seu pai me disse que você é uma garota muito esperta. E que também, faz amizades com facilidade. Correto?

- Bom, se o Rei está falando, não tenho como discordar. - Digo com sarcasmo.

- Estou vendo que é bem-humorada, também.

- Algumas pessoas nascem com vários dons, Albert...

Ele soltou uma risadinha.

- Sabe Robert, gostei de sua filha.

- Eu sei, ela é um amor... - Papai irônizou.

- Bem, afinal, por qual motivo vocês desejam tanto falar comigo?

As risadinhas se desmancharam na mesma hora e deram lugar ao um clima tenso.

- Alteza, esse assunto é bem delicado, e tenho que te pedir total sigilo da sua parte.

Olho desconfiada para meu pai.

- Sem problemas, Albert. Tem a minha palavra.

Por um estante os dois homens trocaram olhares sérios.

Isso não está me cheirando nada bem...

- Minha cara, como disse, sou do FBI, e recentemente pegamos um trabalho, vamos dizer, um pouco complicado.

Albert parou, provavelmente para confirmar se realmente eu estava prestando atenção, acenti no mesmo instante, pedindo para que continuase. Foi o que ele fez.

- Richard, o chefe da Máfia, está de volta ao país, e minhas fontes disseram que ele está com um plano digamos que, perigoso. E nós, do FBI, precisamos impedir que isso se concretize, porém, não sabemos onde ele está localizado e nem onde é sua base principal. Bem, isso era um problema... Mas, és que descobrimos que esse pilantra, tem um filho, um jovem de sua idade, totalmente normal, que não faz idéia de quem seu pai realmente é. O garoto vive sozinho e estuda em um colégio afastado daqui.

- Sabe - O interronpo. - Ainda não entendi o que eu tenho haver com essa história toda.

- É ai que você entra! - Exclamou, e teatralmente, logo após estralar os dedos, apontou para mim. - Nós estávamos pensando: como não temos a menor idéia de onde Richard está, podemos mandar um de nossos agentes para se aproximar de seu filho e com isso, finalmente pegar-lo de surpresa. Eu o conheço muito bem, creio ele nunca desconfiaria que um simples amigo de seu amado e ingênuo filho é um agente secreto do FBI.

Ainda continuava sem entender nada. O que eu tenho haver com tudo isso?

Albert, percebendo minha cara de confusa, enfim concluiu:

- Ontem fiz uma visita ao castelo e expliquei toda a nossa situação ao seu pai, e, bem, como não temos agentes da idade do rapaz... ele sugeriu você.

Oh.

Simplesmente fiquei parada. Olhando para o nada. Minha boca estava aberta e sinceramente, eu não conseguia fecha-la.

Meu pai deve ter fumado alguma substância ilegal ontem, não é possível, ele não me deixa nem sequer dar dois passos para fora do castelo.

Analisei a situação por alguns segundos: por um lado, ir para cidade grande significaria deixar todos os meus problemas para trás, principalmente as responsabilidades da realeza. Porém, olhando o outro lado, significa também deixar meu pai e... Leony.

O Rei, me vendo em estado de choque, adicionou preocupado:

- Olha, filha, se não quiser aceitar, entenderemos perfeitamente...

Sacudi a cabeça me lembrando de onde estava. Eu não conseguiria dar uma resposta certa tão cedo, precisava pensar.

- Escute, Abert - Finalmente digo alguma coisa. - Sua proposta é...interessante. Muito interessante... Entretanto, precisarei de um tempo para cogitar tal situação.

Albert me lança um sorriso torto.

- Claro, Kyara. Mas, te peço que seja o mais breve possível, por favor. Gostaria muito de te dizer que temos todo tempo do mundo, porém, infelizmente, estaria mentindo. Pense com carinho, Alteza. É para o bem de todos nós.

Acenti, avisando que iria me retirar. Mas, antes de sair do escritório, meu pai me puxou delicadamente pelo braço e sussurrou:

- Filha, caso não quiser aceitar pode ficar tranquila. Não iremos te obrigar a nada, está bem?

Então, me deu uma piscadela, porém, seus olhos estavam tristes. Ele sabia de algo mais e estava escondendo de mim, tenho certeza disso.

- Sim, pai. - Digo antes de me retirar.

 - Digo antes de me retirar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Agente PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora