Me encontrava deitada em minha cama, o sol já havia se posto, dando lugar á uma noite deslumbrante.
Já estava quase a hora de ver Leony, e eu cogitava a idéia de contar-lhe tudo o que ocorreu.
Porém, meus pensamentos foram interrompidos quando escutei duas leves batidas na porta.
- Pode entrar.
A porta se abriu, revelando o rosto de Joana. Nunca havia ficado tantas horas sem vê-la. Onde será que ela tinha se metido por tanto tempo?
- Alteza. - Joana curvou-se diante de mim. - O jantar está servido.
- Ah, que ótimo. Estou faminta!
Era verdade que os morangos de Leony eram bons, mas eles realmente tiravam minha fome.
- Vou me retirar agora, tudo bem? Com licença.
Então Joana fechou a porta e se foi.
Minutos depois, sai do meu quarto, com a intenção de ir á sala de jantar, mas enquanto passava pelo escritório do rei, escutei sussurros suspeitos e não muito discretos, que provavelmente, estavam sendo obtidos de lá.
- Já lhe disse Albert, ela não pode saber de nada.
Era a voz do meu meu pai. Ele falava baixo, como se o assunto fosse um segredo, no qual ninguém poderia ficar sabendo.
Pelo jeito, Albert ainda não tinha ido embora.
- Robert, escute, não seria mais fácil se sua filha soubesse dos reais planos de Richard?! Lembre-se: ele pretende matá-lo! E isso pode acontecer a qualquer momento! Nós precisamos dela urgentemente!
Gelei. Os meus olhos se esbugalharam e quase saíram das órbitas.
Como assim?! O chefe da máfia pretende fazer um complô contra o Rei?
Está pretendendo matar meu pai?
- Não quero força-la, Albert. - Papai deu um longo suspiro. - Eu queria tanto que Kyara seguisse os passos da mãe. Elara, adorava ser agente, se recorda? Eu conseguia enxergar o brilho em seu olhar quando recrutavam-na para alguma missão. Ela fazia aquilo por amor, não por obrigação. Quero que seja assim com minha filha também.
Espiei pela brecha da porta, Albert balançava a cabeça negativamente, certamente havias várias coisas á dizer para o Rei, mas preferiu calar-se.
Um incômodo silêncio reinou logo depois.
Albert arrumou o chapéu que usava e por fim, disse:
- Temos que rezar aos céus para que ela aceite. Kyara é nossa última e única esperança.
Corri e me escondi em uma sala aleatória, antes que percebessem minha presença.
Existiam muitas perguntas em minha cabeça que precisavam de respostas.
Quem é Richard?
Quem ele pensa que é?!
E... por que?
POR QUE ELE QUER FAZER ISSO?
Entretanto, dentre tantas perguntas, havia uma coisa na qual eu tinha absoluta certeza: eu iria aceitar o cargo, não importa o que aconteça.
E eu acabaria, acabaria com todas as forças, com esse tal chefe da máfia.
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Agente Princesa
Roman d'amourAo contrário de como sugerem as histórias infantis, ser uma princesa não é nenhum conto de fadas, segundo Kyara, o título é apenas um fardo que a prende em uma vida monótona e escondida por trás das torres de seu castelo. No entanto, a mesmice de su...