chuva na hora errada...ou será certa?

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Jack vai chegar a qualquer momento e eu ainda não decidi o que vestir. Blusas, saias, vestidos? O que se deve usar pra ir a cidade? Eu nem mesmo sei onde vamos.

Escolho jeans e um casaco - está um pouco frio - serve pra quase todos os lugares que ele pode escolher.

Vou para o banheiro, escovo os dentes e passo um pouco de maquiagem. Alguém bate à porta.

- quem é? -pergunto

- Coba! - ele responde

Eu abro a porta, ele está apoiado no batente com um sorriso torto nos lábios.

- Jack está lá embaixo procurando por você - sorri ainda mais.

Pego a minha bolsa e saio correndo escada abaixo. Jack está escorado em uma parede da cozinha conversando em um tom sério com a mãe.

- Aconteceu alguma coisa? - pergunto

Karen olha para mim em silêncio, então se vira e continua a lavar a louça.

- Não, nada. - Jack sorri fraco - podemos ir, Aby?

- Claro.

Ele segura minha mão e me puxa para fora da casa. Só então percebo o pequeno buquê de flores do campo em sua mão. Ele percebe o meu olhar.

- Quase ia me esquecendo, são para você! - ele me entrega.

- é muita gentileza sua, Jack. - eu lhe dou um abraço - são muito bonitas...

- assim como você! - ele solta meio que sem perceber.

- É melhor eu levar essas flores la pra dentro - fico sem jeito - volto em um minuto.

E um minuto depois eu estava no seu carro seguindo a estrada em direção a cidade.

- então, Aby - ele me olhou de relance - me fala um pouco de você.

- o que você quer saber?  - pergunto

- eu pergunto e você responde, depois é a sua vez. O que acha? - Jack me encara com aquele sorriso melancolicamente malicioso e perfeito.

- Claro. - respondo.

Por que não? Não tem por que ter medo, Jack é um cara legal. E ao menos me parece decente.

- Certo. Só perguntas. Só respostas. Nada de interrupções. Eu começo. - ele ficou sério - me diga Abalyn, quantos namorados você já teve?

Fiquei nervosa. Eu nunca tinha namorado ninguém, já beijei alguns garotos em festas mas nunca passou disso.

- nenhum. - o encarei

Ele continuou olhando para a estrada.  Olhos fixos, lábios entreabertos, cabelo bagunçado. Meus lábios secaram e eu tive uma vontade quase mórbida de ter os seus lábios colados aos meus.

Ele permaneceu em silêncio e eu percebi que era a minha hora de perguntar.

- E quantas namoradas você já teve, Jack?

- algumas... - respondeu

Eu corei e ele me olhou.

- Não muitas - tentou me confortar.

- Ah...

- já estamos chegando. - ele colocou sua mão na minha coxa.

- Certo, é a sua vez de perguntar. - eu digo.

Achei que ele tiraria sua mão da minha perna, mas não, ela permaneceu ali.

- Você quer me beijar, não é? - ele pôs seus olhos azuis nos meus.

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