7 capitulo

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UM POUCO SOBRE MINHA PAIXONITE...

Quando eu tinha 12 anos, estava na 5ª. série tive umas das minha paixonite. Já tinha tido paixonites mas tudo mudou quando vi J. O curioso é que ele não era o mais bonito, nem o mais inteligente e muito menos popular entre os meninos. Ele era dez anos mais velho, cabelo escuro como seus olhos verdes, sobrancelha grossa e certo ar de timidez que sumia na medida em que eu me aproximava.Sentia borboletinhas na barriga, sensação de tremores, formigueiro no corpo. Do meu coração brotou algo tão intenso e puro que não podia conter. Descobri mais tarde numa revista CAPRICHO isso se chamava amor platônico.

Pois agente passou quase um ano e pouco sem se toca, sem ao menos dar um beijo, e eu boubinha não sabia nem o que era isso , mais o que eu sentia por ele era tão intenso, que eu não sabia ao menos implica o que eu realmente sentia, sentimento forte puro e verdadeiro, amor de uma menina.

Quase todo mundo passa ou já passou pela experiência do amor platônico. Isso geralmente acontece na adolescência, onde a timidez ainda é latente e as experiências apenas começaram a serem desbravadas.Sem entrar nas questões filosóficas que abarcam o tema, afinal este conceito foi distorcido desde a idéia original de Platão, descrevo o sentido do "censo comum" dado ao tema. Neste sentido amor platonico é a falta, a insuficiência e a necessidade; é o desejo de adquirir e possuir o que não se possui, é o interesse incorporado à alma. Um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve, um sentimento revestido de fantasias e de idealização.

Mudei do dia pra noite, não faltava aula por nada,pois ele sempre ia deixa a sombrinha na escola, viajava nos pensamentos criando cenas. Um dia fiz a grande bobagem de contar isso a uma "amiga" sob sigilo e como bem funciona a rede de fofocas, no dia seguinte todos sabiam. As meninas caçoavam dele sumariamente e, muito mais, do que eu sentia. Descobri que o melhor amor platônico devia ser mudo, mas já era tarde.

"Menins são meninas, parece óbvio, mas não é. A pressão das amigas é clara e objetiva. Imagino o peso que meu sentimento causou na vida dele naquele período, afinal ele deveria cumprir "sua função" e ficar comigo. Mas ele era, e acredito que ainda seja dono de suas idéias e não cedeu. Isso sem falar que isso diminuía em 90% as chances de ele conseguir se aproximar de qualquer outra menina na rua tadinha..."

O universo feminina pressiona muito as meninas nesta fase do desenvolvimento, elas são compelidas a serem o "alfa" e serem ativas a qualquer sinal de interesse masculino. Agir significa provar feminilidade e competitividade. Muitas vezes isso leva as adolescentes em formação a agirem contra seus próprios sentimentos apenas para satisfazer os pares e aliviar a tensão social. Os meninos, obviamente, também vivem dentro deste modelo cultural e também esperam uma atitude, e se ela age de outra forma em geral torna-se motivo de chacota.

Amor PlatônicoOnde histórias criam vida. Descubra agora