O pior guarda-costas (DEGUSTAÇÃO)

Capítulo 3

-Branco engorda.

Não sei onde eu estava com a cabeça quando eu topei ir a essa festa. Descobri que as mulheres iriam de branco, como as noivas.

Reclamei me olhando no espelho em cada ângulo possível.

-Que gorda, Melie? Não sei porque se importa com isso, uma roupa não vai mudar o formato do seu corpo, que por sinal é muito bonito.

Encarei minha amiga. Ela parecia um anjo com aquele vestido branco, Camile, ao lado, estava como uma boneca e eu parecia uma maçã dentro de um saco de supermercado.

Ta bom, exagerei, mas de qualquer forma, essa merda não me favorece em nada.

-Você está linda. Pare de ser insegura.

Carry falou me segurando pelos ombros.

-Insegura não, amor, realista. Você sempre foi magra, não me entende.

A palavras foram meio amargas, por isso usei um tom mais ameno pra não ofende-la. Mas não deixava de ser verdade.

-Tudo bem, tudo bem, vamos lá!

Tivemos um pequeno impasse antes de finalmente sair do quarto. Carry insistiu em por um batom vermelho em Camile que por outro lado batia o pé dizendo que não.

Segundo ela, com a sorte que tem, ia manchar os dentes de vermelho e pagaria mico quando fosse sorrir. Contra isso não tivemos argumento, realmente não dava para por batom vermelho em alguém que nem usava gloss.

Ela saiu de batom rosa claro, pelo menos.

A tal festa era fora do hotel, em uma praça perto da praia. Realmente, era aberto a toda a cidade, estava cheio de gente, um monte de mulheres vestindo branco e os homens de preto. Ninguém vestia realmente como noivos, até porque com esse calor infernal, boa parcela de gente , me incluindo nessa porcentagem, desmaiaria.

Tinha um palco no centro com DJ tocando músicas que ecoavam pela rua através de caixas de som espalhadas em pontos estratégicos.

-Isso aqui é incrível! Tanta gente junta!

Carry comentou com sua costumeira alegria. Eu só conseguia pensar em como andar sem enfiar o salto do sapato na areia e tomar cuidado para não quebrar meu pé. Seria uma tragédia total.

-Eu to me sentindo em um forno a lenha, gente, vamos procurar alguma coisa para beber.

Elas me seguiram. Desviar das pessoas foi uma tarefa chata. Enfim chegamos em um quiosque, eu pedi um refri, elas duas tomaram um drinque bem cheio de frescura.

-Será que Bradley vem?

Camile comentou indiferente. Olhei pra ela surpresa com a pergunta.

-Nem me olhe assim....ele me prometeu alguns jogos, só isso!

Minhas esperanças morreram. Ainda não foi dessa vez que Camile notou algum homem.

-Eu vou dançar, viu!

Carry saiu já fazendo alguns passos e se enfiou no meio de toda aquela gente. Taí algo que eu não vou fazer.

Em pouco tempo ela estava rodeada de homens, apenas um monopolizou sua atenção, o rapaz era de uma beleza incrível, cabelo bem preto, olhos azuis e cara de menino.

Eles dançaram umas três músicas e eu fiquei observando. Era interessante assistir o ritual de acasalamento dos seres humanos, porque era exatamente isso que aqueles dois estavam fazendo.