Capítulo 12 - O Garoto na Estrada (Jake)

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***Leia a descrição, Boa leitura***

Eu não sabia o que pensar sobre a suposta gravidez e sobre a veracidade das palavras de Lovan, só precisava sumir dali quando o empurrei e segui rumando à entrada do carro, deixando um Lovan frustrado sentado ao chão com as mãos no rosto.
Durante toda a viagem lágrimas corriam por sobre meu rosto, socos ao volante, por que tudo aquilo tinha de acabar assim? Eu soube desde o primeiro momento que me arrependeria ao seguir os desejos daquele corpo hipnotizante, enquanto lamentava ter me deixado levar por algo tão incerto, quando vejo uma figura na pista, não há tempo de parar passo direto por ela, olho ao retrovisor e uma massa de névoa se formou onde havia uma pessoa, tenho certeza de ter visto o brilho dos olhos de alguém antes de seguir em frente.
O rádio dispara fazendo sons esquisitos, meu celular hora desligado produz sons de interferência, os faróis piscam, o medo toma conta de meu ser, nem lembro mais de onde vinha, para onde ia, só queria chegar a um lugar iluminado, quando a figura volta a surgir, desembaço os vidros, meus olhos, a figura corre floresta a dentro, sinto um desejo inexplicável de segui-la, paro o carro no acostamento, mas por que eu estou fazendo isso? Preciso sair daqui.
Quando acordo de meu transe estou no lago dos meus sonhos avisto a figura do outro lado do lago me convidando sugestivamente, quando finalmente o identifico. É Beyron o rapaz causador de meus delírios noturnos, aqueles olhos verdes mesmo tão distantes, sugestivos, quando ganho forças pra segui-lo, sinto o baque de cair, rodeado por folhas e substrato, sinto o cheiro da floresta, e não vejo mais nada.
Quando acordo estou no quarto de hóspedes da casa de passeio de Elli, tento entender tudo que aconteceu mas só encontro lacunas em minha mente, espaços vazios no tempo, meu corpo anuncia a fome que sinto, sigo em direção ao carro, percebo o quão sujo minhas roupas estão e percebo que meus "sonhos" foram mais reais do que eu queria, tomo um banho rápido, minha cabeça um tanto perdida, um sentimento de desespero e aflição arde em meu peito.
No mercado minha mente se perde nas prateleiras, não consigo me concentrar o suor escorre por meu rosto, minha respiração acelerada, quando sou interrompido por um toque gélido em braço, dou um pulo ao ver uma moça de cabelos escuros, olhos castanhos olhando para onde meus olhos fitavam minutos atrás.
- O que há de tão interessante num pote de azeitonas?
- Perdão? - digo desembaçando os olhos com as costas das mãos para ver melhor o rosto da garota.
- Você, está há horas olhando fixamente para esse pote. - diz ela segurando agora o pote de azeitonas.
- Ah! Não sei acho que me perdi em meus pensamentos.- Falo sem olhar para seu rosto, por estar vendo um incrível colar q pousa entre seus seios, uma forma curiosa de um corvo, tentando me lembrar onde tinha visto tal figura.
- Você está olhando para meus seios? - Diz a garota parecendo não se importar muito.
- Não, não, o colar.
- Ah isso? Interessante não é? De onde você veio? Você não é daqui.
- Não, São Francisco.
- Então pensando em fazer algo específico? - Disse pegando algumas coisas que estava em meu carrinho
- Uma receita da minha mãe, nada demais.
- Ah sim, bom tenho que ir, boa sorte, você vai precisar.
- Nada! Já fiz essa receita várias vezes.- Ela apenas sorriu como se eu tivesse dito algo bobo, por um momento pensei que ela talvez não estivesse se referindo a meu almoço quando me desejou boa sorte.

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