Opposite Lives.

Capítulo 1.

Marjorie on:

Desde pequena tive o sonho de fazer medicina, eu sei que muitas crianças pensam assim, mas minha vontade nunca foi abalada por outros pensamentos. Sou Marjorie Ferraz, tenho 19 anos. Meu pai é um dos melhores advogados da cidade, sempre ganha as causas que defende, e o sonho dele é que eu assim como ele ganhe destaque na profissão. Minha mãe sumiu da cidade sem ao menos dizer o motivo, deixando eu e o meu irmão com meu pai ainda pequenos. Para satisfazer a vontade do meu progenitor, fiz o vestibular para advocacia, deixando de lado o meu sonho. Meu irmão Dillon, tem 15 anos, e é um dos meus melhores amigo e confidente... Estava arrumando minhas malas para a mudança de cidade. Agora vou morar sozinha em um apartamento na capital... A contra gosto do meu pai, queria que eu ficasse na casa de uma tia... Depois de tudo pronto desci as escadas quase sem poder com o peso da mala. Meu pai estava na sala junto com o meu irmão.
-Dillon me ajuda aqui preguiçoso. - falei pondo a mala no chão.
- Estou indo, calma. - falou rindo.
Meu pai não falava se quer uma palavra, eu sempre fui a princesa dele, somos muito apegados e saber que não ia me ter por perto causava um misto de tristeza e irritação da parte dele. Eu me sentia triste e ao mesmo tempo sabia que eu teria que dar meus próprios passos e seguir o meu caminho... Com tudo pronto, resolvemos ir os três de carro próprio. Com mais ou menos 6 horas de viagem chegamos a capital. Fomos para o apartamento que havia comprado, que é bem próximo a faculdade.
- É um lugar aconchegante, senhor Roberto Ferraz. - falei divertida analisando o local.
- Marjorie, Me chama de pai. - falou irritado.
- Mana sabe que ele não gosta disso. - Dillon riu.
- Eu sei, mas gosto disso.
- Bom, amanhã a noite será o seu primeiro dia de aula. Então temos a tarde toda livre hoje, e amanhã cedo vou embora com seu irmão. - pai falou sentado na poltrona que tinha no canto da sala... Passamos o dia em passeios e conhecendo a maravilhosa capital.

James On :

Merda cara, só de pensar em voltar para aquela cidade, aquela faculdade, turma idiota, já me dá náuseas; as férias voaram e já tenho que retornar para aquela "selva de pedras", não suporto tantos barulhos, carros, motos, o vai e vem das pessoas. Bom, pelo menos durante as aulas do meu curso de administração, posso 'mergulhar' nos números, isso quando não tenho meu skate, é... Que venha o quinto período!
Assim posso preencher esse vazio, essa falta que algo me faz.
Costumo ouvir vários insultos diariamente, do tipo: " filhinho de papai, playbozinho de merda, etc... " não tenho culpa de ser James Walker, filho do poderoso e magnata Jhon Walker, dono de uma das maiores construtoras do país. Detesto essa pressão de um dia ter que assumir a 'Construtora Walker', o grande império da família, cara eu só tenho 20 anos e já me sinto esmagado pelo capitalismo, eu quero mais é curtir o meu skate, curtir o POP, a vibe. Sinceramente não me vejo nesse meio de pessoas cegas por poder, dinheiro, lucros...
Eu fico aqui falando e falando sozinho, geralmente é assim que sempre me encontro, se ao menos eu tivesse alguém em que pudesse de verdade confiar, contar os meus medos, minhas vontades, os meus sonhos...
Ah mãe, como me faz falta o teu sorriso ou a tua forma exagerada de me abraçar, porque partiu e me deixou aqui ? Somente o seu abraço me trazia tamanho conforto. Espero que daí, junto das estrelas possa ver o seu garotinho, o qual já tem 20 anos, é mãe, queria ter te Abraçado mais vezes....
-James, sai desse quarto ou vai perder o seu vôo garoto.
Esse é o meu pai, como sempre apressado, acho que se tornou tão rude assim depois da morte da mamãe, ele não fala muito, raramente sorrir e sempre cabisbaixo...
Bom, tá na minha hora, até as próximas férias meu quarto de infância, e capital ai vou eu novamente...