Capítulo 1

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Fui vendida para uma constituição que faz experimentos humanos com apenas 3 anos de idade, não sei se posso culpar meus pais por terem me vendido, não sei qual foi a razão deles. 

Faz 19 anos que eu estou sendo cobaia de uns cientistas malucos que só pensam neles mesmo. Levo litros de mutagenicos por dia, cada um com uma substancia diferente, mas todos com o mesmo objetivo, transformar humanos mais evoluídos, como eles falam.

Nos primeiros anos ocorria tudo bem, mas logo depois eu tive reações por causa das substancias injetadas no meu sangue, as primeiras não eram muitos fortes, mas com o passar do tempo fiquei mais agressiva, menos forte, mais louca, precisava de anestesias para me acalmar, pois os calmantes não faziam mais efeitos no meu corpo. Tenho medo o que isso possa fazer comigo, quando menos esperar não responderei mais por mim, vou ser uma maníaca solta num hospital psiquiátrico.

Com o tempo a constituição foi virando um hospício, mas nunca deixando o laboratório e as experiências. Para os criadores, a constituição é a unica salvação que a humanidade ira ter.

Agora estou trancada no meu quarto, esperando a reação passar por completo. Olho para meu braços cheios de sangue, eu os mordia, os arranhava, os cortava quando tinha uma faca comigo, tentava tirar a mutação do meu sangue toda vez que tinha uma reação, mas a dor depois era grande, não me arrependia, a dor do mutagenico é a pior.

Ouso a tranca da minha porta destrancando, levanto de imediato do canto que estou sentada, a porta abre e lá está o homem que me trouxe pra esse inferno.

-Esta tudo bem? –Ele pergunta.

-Já posso sair?

-Pode, mas não apronte nada Stefan.

Sai do meu manicômio particular. Na saída logo era uma sala, de experiência, com macas, e até sofás. Olho para o lado e enxergo um garoto, com tubos nos braços que tinha cortes enormes, o garoto estava desacordado, aposto que teve uma reação ao mutagenico. Não conseguia ver aquela cena, então sai para o corredor que dava para as outras salas e quartos. Não foi uma boa ideia, em um lado tinha uma garotinha, de mais ou menos 11 anos, parecia irritada, o rosto com enormes veias, ela me olha e sua expressão muda, parecia que estava pedindo ajuda, mas antes que eu pudesse ir até ela, dois homens pegam-na.

Me afasto e sigo para a outra direção, mas paro imediatamente, os cientistas estavam conseguindo fazer o que queriam, mutantes, um garoto, estava com a pele num tom de azul, já não tinha mais cabelo, estava tão magro que aparecia todas suas costelas, sua cabeça era enorme, ele olhou para mim e começa a gritar. Logo alguns homens chegam e pegam ele pelo braço, ele olha para os homens e depois para mim de novo. Não para de gritar até injetarem um anestésico nele, apagando-o. Ele é arrastado pelos corredores, fico olhando até entrarem em uma sala.

Todos que se exaltavam eram levados para seu quarto, não podíamos gritar, nem mesmo falar muito alto, isso já podia ser um sinal que estávamos exaltados., não podíamos fazer nada, a não ser obedecer, podíamos até caminhar pelo corredor dos quartos se fossemos comportados.

Volto para a sala de experiência do meu quarto, eu era sozinha na sala, não tinha ninguém no outro quarto. Olho para aquele garoto deitado na maca, vou até ele e sento numa cadeira que estava perto, começo a observa-lo, estava magro e tinha as mesmas marcas no braço por se cortar.

-Preciso fugir daqui. –Falei baixo.

-Eu também.

MutagenicoOnde histórias criam vida. Descubra agora