Inseguranças invadem a minha mente. Medos encontram-se reunidos na minha cabeça. Filmes estão criados e um vazio instaura-se em mim a cada segundo que passa. A cada segundo que estás longe, a cada segundo que não estás aqui. Percorres os meus pensamentos, escorres nos meus sentimentos. Encontro-te em tantos sítios, sítios que pertencem-me a mim. No meu corpo, o teu cheiro. Na minha cabeça, as tuas palavras. Na minha pele, as tuas pegadas. Na minha alma, tu. És tu, e sempre foste tu.Reúno-me constantemente com a ansiedade de um dia poder ficar sem ti, de um dia o mundo poder ficar sem nós. Tremo só de pensar que poderá chegar um dia em que escapas pelos meus dedos, em que poderás fugir de mim, em que poderás querer outra pessoa. Uma pessoa que não eu. Os ciúmes têm dado conta de mim e tu, tu dás cabo de mim. É uma dependência que tenho por ti que jamais pensei ter. Digo que não, mas tens-me na palma na mão. Controlas-me e o teu poder sobre mim é evidenciado nestas situações. Por vezes gosto, por vezes odeio. Neste momento, odeio. Odeio que me tenhas na palma na mão, pois esse sentimento misturado com um montão de inseguranças formam ainda mais inseguranças. Será que tens medo de me perder? Será que quando olhas profundamente para mim e pensas 'sou sortudo, não a posso perder'? Será que quando encosto o meu rosto ao teu peito são transmitidas sensações que sabes que só eu posso causar? Porque sim, sim eu tenho medo de te perder. Sim, eu sinto-me sortuda por te ter e não te posso perder. Sim, sim tu transmites-me sensações que só tu sabes transmitir. Sim, só tu me consegues ter. Só tu me podes ter. É só a ti que me quero dar, é só contigo que quero estar. Vivo num mundo totalmente paralelo ao teu, e traços paralelos nunca se cruzam. Mas nós cruzámos. Nós cruzámo-nos no maior acaso de todos. E separamo-nos. E julguei que nunca mais te iria ver. Mas, quando te vi à porta do cinema, eu sabia que os nossos traços paralelos teriam tido, pela segunda vez, um encontro. Dois traços não se cruzam à toa, e se cruzam, não é por duas vezes. Pode ter sido acaso, e se foi, devo-te dizer que és o melhor acaso da minha vida. Que és o melhor da vida.Se és um erro, vou-te cometer as vezes que forem precisas. Mas tu não és um erro. Tu nunca foste um erro. Tu foste a causa das maiores confusões que se passaram na minha cabeça, o maior transtorno que se passa no meu interior. Mas também foste a mão que agarrei quando estava a cair, a fonte cheia de água quando tinha sede. Foste a cura que eu nunca pensei encontrar. E és o constante medicamento para a minha eloquência, os meus momentos menos bons. Porque, por mais coisas más que tenhamos, és o meu melhor momento.