Sacerdotes (Livro 4)

Capítulo 3

Fallow pov.

Eu e Lindsey caminhávamos pela rua que levava diretamente ao seu prédio. Estávamos caminhando há meia hora porque ela me obrigou a vir acompanhando, andando, e eu não tive escolha.

- Então, Andrew me chamou para sair e... – ela começou a tagarelar sobre o amigo não tão amigo assim pela centésima vez. Apenas revirei os olhos e passei a prestar atenção na rua pela qual passávamos, estava bem deserta, coisa que raramente acontecia já que o povo que morava aqui era festeiro.

- Acho melhor andarmos mais rápido. – opinei e ela me olhou, confusa. Então eu vi um vulto se movimentar perto de nós e o pânico me atingiu.

Segurei a mão dela e comecei a puxa-la para andar mais rápido. Ela continuou com a cara confusa, mas cedeu e começou a acelerar o passo.

Então o vulto passou entre nós duas e Lindsey caiu de joelhos no chão, o pescoço dela adquiriu uma mordida e o sangue passou a jorrar dali, sujando todo o seu corpo. O olhar dela pedia socorro, mas eu não podia fazer nada. Não havia hospital por perto e eu não tinha o dom de cura-la.

Ajoelhei-me ao seu lado e rasguei um pedaço de sua camisa e coloquei na mordida, tentando estancar o sangue. Ela abria a boa várias vezes, tentando formular uma palavra, mas era quase impossível.

- Pobre garota. – uma voz feminina disse, se ajoelhando ao meu lado. Stephanie sorria como se fosse a coisa mais divertida do mundo.

Então Stephanie colocou as duas mãos ao redor do pescoço de Lindsey e o quebrou no mesmo instante.

Funguei quando vi que agora mesmo não existia mais chance para ela. Lágrimas já escorriam pelo meu rosto.

- Por que fez isso? – perguntei arfando.  Ela tinha tirado a vida de uma pessoa que não tinha nada haver com a vida dela.

Ela sorriu e me mostrou o livro que ela segurava consigo. O livro que Leonard a deu.

- O que eu tenho haver com isso? – perguntei e ela revirou os olhos, se levantando.

- Esse livro está em uma língua estranha que eu não consigo entender, como você é uma bruxa e deve saber dessas coisas muito mais, então você sabe o que está escrito aqui. – ela falou.

- Por que uma bruxa saberia o que está escrito em um livro para Descendentes? – perguntei e ela bufou, me jogando o livro, que por sorte, eu consegui agarrar.

Por curiosidade, eu abri o livro. Ele realmente estava escrito em uma língua que não era inglês e eu sabia que língua era.

Era uma língua bem antiga, meu pai havia me ensinado sobre ela. Folheei algumas páginas do livro e facilmente consegui traduzir para o inglês.

- Então...? – uma Stephanie impaciente disse na minha frente.

- Eu não sei que língua é. – eu não iria ajudá-la. Ela que se vire para achar uma outra pessoa para traduzir antes de matar a sua melhor amiga temporária.

- Sabia que iria dizer isso. – ela sorriu e então Lindsey acordou ao nosso lado, tossindo e tentando respirar.

Arregalei os olhos e me aproximei dela, a abraçando.

- Meu Deus, você está viva! – exclamei a abraçando com mais força que o normal.

- Não por muito tempo. – Stephanie comentou. – Sua amiguinha aí está em fase de transição. Eu mesma me dei o trabalho de colocar sangue de vampiro em seu organismo e a fazendo esquecer em seguida, depois mandando ela te obrigar a vir te deixar até em casa andando, já que eu já tinha providenciado que essa rua ficasse bem deserta para hoje. – então ela se aproximou de nós duas e ficou de cócoras. – Agora ou ela morre, ou vira vampira, mas ela não tem nenhum direito de escolha. Eu lancei nela um feitiço para que ela não conseguisse ingerir sangue humano caso a decisão dela seja se tornar vampira, ou eu mesma acabo com o feitiço e a forço a beber sangue humano caso a decisão for morrer.