Capítulo 1

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Jenna pov.

Rolei na cama em busca de uma posição melhor, mas o corpo ao meu lado me impediu. Bufei e me sentei, olhando para o lado e dando de cara com um James adormecido.

Suspirei e me levantei da cama, pegando a blusa no chão e vestindo (eu já tinha dormido de calça). Saí do quarto e fui até a cozinha, abrindo o frizzer e pegando uma bolsa de sangue, tomando em seguida. Me sentei na bancada, perdida em meus devaneios enquanto bebia o sangue.

- Bom dia. – a voz grogue de Rick se instalou no local enquanto ele entrava na cozinha em busca de comida na geladeira. – Aqui não tem nada para comer?

- Tem sangue. – falei e ele deu uma risada sarcástica, fechando a geladeira com algum alimento em mãos. – Que ir no mercado fazer compras, dona de casa?

Ele revirou os olhos e abriu a embalagem da barra de chocolate, partindo um pedaço com os dentes e mastigando.

- Jenna. – ele chamou engolindo o chocolate.

- Sim?

- Ontem chegou mais um daqueles envelopes da polícia civil de New York, eu estava vendo enquanto todos vocês estavam fora e tem mais 20 relatos de assassinato. – ele falou e eu assenti. – 14 provavelmente feitos por Stephanie. Você sabe, pescoços e falta de sangue, essas coisas.

Suspirei e desci da bancada, jogando o plástico na lixeira mais próxima.

- Quando é que você vai contar para os outros que sabe onde ela está? – ele perguntou. – Você sabe, quando ela ligar novamente vai provavelmente passar todo o resto da vida imortal dela carregando essa culpa nas costas.

- Eu acho que ela aguenta. – comentei me encostando na bancada. Ele me olhou confuso. – Diana me disse que ela já tinha desligado as emoções antes de conhecê-la e também disse que ela não passou muito tempo remoendo o que ela fez enquanto vivia sem preocupações. Acho que ela aguenta uns 6 meses sem humanidade...

- 6 MESES? – ele gritou e eu o repreendi com o olhar pelo seu tom. – Ela já está fazendo coisas absurdas apenas com três meses e você ainda quer que ela passe mais 3?

- Ela nunca aproveitou a imortalidade dela como deveria. – respondi. – Acho que eu deveria deixar ela aproveitar por um tempo, depois nós ligamos a humanidade dela de novo fazendo ela ter memórias de nossos pais e toda essa história, então ela fica se culpando, mas depois passa e então todos vivemos felizes para sempre.

Ele revirou os olhos e terminou de comer o chocolate e jogou a embalagem no lixo:

- Então, enquanto ela aproveita a sua vida sem humanidade, aprenda a esconder que você e James estão dormindo juntos. – ele disse apontando para a blusa que eu vestia.

Eu sabia que você não ia nem perceber que estava vestindo a blusa dele, do jeito que você anda lesada...

Cale essa sua boca, mãe.

Diana pov.

Terminei de comer o meu cheeseburguer enquanto andava pelos corredores lotados da universidade. Dylan marcou de nos encontrarmos no restaurante perto do prédio do dormitório dele, mas eu acabei fazendo um lanchinho antes da hora.

Ultimamente eu ando com muita fome, acho que é esse negócio da minha adaptação como humana e tudo mais. Pena que eu tive que pagar pelo lanche e não levá-lo de graça, como eu fazia quando ainda podia controlar a mente dos humanos... Certo, chega de pensar no passado.

Tive que andar pelo campus todo até finalmente encontrar o restaurante que ele tinha falado, entrei no local e vi Dylan no canto em uma mesa para dois. Me aproximei dele sem ele me ver e coloquei as mãos em seus olhos.

- Diana. – ele disse. – Senti o cheiro de seu perfume assim que entrou aqui.

Bufei e me sentei na cadeira à sua frente:

- Chato. – falei e ele riu, me mandando um beijo depois. – Você já pediu alguma coisa? Eu estou morta de fome!

- Eu pedi aquele bife que você ama. – ele disse e eu sorri para ele. Ele já havia me trago um desses bifes quando eu peguei um resfriado e não queria sair do meu dormitório. – Jenna já ligou?

- Já, ainda não descobriram onde Stephanie está. – falei suspirando e Dylan pegou a minha mão, acariciando a mesma com o polegar. – Eu me sinto tão mal por não poder estar lá e ajudar...

- Não sinta. – Dylan disse. – Você é humana agora, Diana. Tem que aproveitar e não se meter nos problemas que eles têm.

- Eu sinto saudade de me meter nesses problemas. – falei sorrindo e ele revirou os olhos:

- Morre para você ver essa saudade. – ele comentou sarcástico, me arrancando uma gargalhada.

A comida finalmente chegou e eu comi aquilo como se o mundo fosse acabar a qualquer minuto. Depois que terminei, Dylan ainda estava terminando de comer o seu primeiro prato.

- De onde vem toda essa fome? – ele perguntou enquanto tomava um gole do suco.

- Acho que é esse negócio de voltar a ser humana. – respondi e logo senti um embrulho em meu estômago, depois uma náusea. – Eu preciso ir no banheiro.

Corri até o local e vomitei no primeiro sanitário que eu vi. Uma mulher perguntou se eu estava bem (querida, eu estou vomitando, não tem nada bem aqui) e eu apenas concordei, fechando a porta da cabine e vomitando de novo.

Depois que eu botei para fora tudo o que eu comi no almoço, lavei as mãos e o rosto e saí do banheiro, dando de cara com Dylan me esperando na porta com uma feição preocupada.

- Diana, olha...

- Eu só comi de mais. – o cortei, suspirando. – Nada de mais, eu já estou bem.

Ele suspirou, pegando as minhas duas mãos e fechando os olhos. Eu franzi o cenho, confusa, mas logo depois ele abriu os olhos e adquiriu uma feição séria.

- Diana... – ele ficou em silêncio e isso começou a me irritar:

- Fala logo, o que foi?!

Ele suspirou:

- Eu estou ouvindo outro coração bater dentro de você.

Segurei a respiração, não era verdade, ele deveria estar de brincadeira comigo.

- Pare de brincar. – adverti.

- Mas é sério, Diana. – ele disse soltando as minhas mãos e segurado a minha barriga. – Eu estou ouvindo um coração bater bem aqui, eu nunca brincaria com uma coisa dessas.

Eu fiquei sem reação. Eu nunca esquecia de tomar a pílula do dia seguinte quando precisava, a não ser... No dia do teste de Cálculo.

Merda.

- Eu estou grávida?

Sacerdotes (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora