Capítulo 3

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Por Kevin.

A minha intenção, minha decisão e meus planos de vingar a morte da minha mãe não podem ser afetados por um, digamos assim, certo interesse em quem considero meu inimigo. Aliás, o pai dele é meu inimigo. Pablo parece ser inocente de tudo. Será? – Meu pensamento volta a casa. – Ele deitado naquele sofá, indefeso, vulnerável e bastante nervoso e assustado. – Tenho que parar de vê-lo dessa forma se quiser seguir meus planos.

Dúvidas e pensamentos confusos e sem explicação ainda irão me deixar louco!

O que me deixou intrigado foi aquele carro parado na rua onde ele mora. Preciso saber quem está querendo assustá-lo e por quê. Meus planos não serão atrapalhados por ninguém. Talvez seja algum ex-namorado do Pablo ou alguém de fato querendo assustá-lo. Tenho que descobrir. Quem quer que seja naquele carro e o esteja espreitando, vai acabar cruzando meu caminho, pois não sairei da cola do Pablo. Essa família é o meu alvo, a mãe, o irmão e ele, o Pablo.

Eu tenho que odiá-lo, eu preciso odiá-lo. Aquela "família" destruiu a minha. Eu deveria odiá-lo, eu necessito.

— Ah que droga!

Isso não está ajudando Kevin.

Entro no estacionamento do meu prédio, paro o carro na minha vaga e entro no elevador. Moro na cobertura de um prédio em um bairro nobre aqui em São Paulo. No meu país tenho a minha mansão nos Hamptons – Nova York e um apartamento, na verdade, uma cobertura em Chicago, cidade onde fica também a sede da minha empresa, e ainda tem a mansão da minha família que fica na mesma cidade.

Apesar de ser milionário e herdeiro de algumas empresas que eram da família, trabalhei muito para chegar aonde cheguei. Dentro das empresas do meu pai, eu comecei do zero igual a todos, nunca tive regalias. Isso me fez aprender a dar valor as pequenas coisas, para conservar as maiores. E vi minha família ser destruída pelo pai filho da puta, e idiota, do Pablo.

Pablo. Será a pedra no meu sapato? Meu calcanhar de Aquiles?

Nada pode mudar meu foco neste momento, tenho que seguir com o meu plano: "aproximar, conquistar e depois destruir".

Sento no meu sofá de couro negro e tento relaxar um pouco. Pablo não notou minhas "intenções" com ele, mas a amiga dele foi bem rápida. Essa garota vai me ajudar, mesmo sem saber.

Levanto e vou até o bar, coloco uma dose de uísque escocês. Preciso beber algo forte. Tiro o terno e desabotoo a camisa. Volto a sentar no sofá. Afastar os pensamentos românticos é fundamental para que meus planos sigam perfeitamente como arquitetei. Não posso pensar e nem sentir nada, além de desprezo, por toda essa família, sem exceção.

— Mas será que vou conseguir pensar com a frieza necessária na presença dele. Com ele?

"Segue a porra do plano e deixa essa frescura para lá!"

Meu celular começa a tocar, o nome do Bernard aparece na tela. Não estou a fim de conversa, mas o francês é meu melhor amigo, tenho que atendê-lo.

— Olá meu amigo, já estou em meu apartamento e deixei o garoto na casa dele — digo ao telefone.

— Cara, você acha que isso tudo será necessário? Vingança nunca leva a nada, e pelo que percebi hoje, esse garoto não é indiferente para você.

— Percebeu errado! Eu vou seguir meu plano Bernard. Sei que você não vai fazer parte disso, afinal de contas você sempre levanta a bandeira do faça amor, não faça guerra — faço uma pausa. — Não estou tendo pensamentos que você imagina que eu esteja tendo por ele.

Manhã de Domingo (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora