Saímos da consulta e o Kevin diz que vai me levar para almoçar, aceito sem hesitar, estou morrendo de fome e já passa dá uma da tarde, meu estômago está quase colando nas costas por ficar mais de oito horas em jejum. Maldito exame. Seguimos para o restaurante do Bernard, o sócio do Kevin, no caminho tento puxar assunto com o ele.
— Sei que deveria ter ido para casa descansar, mas obrigado por me trazer para almoçar. Mesmo com o estomago revirado, estou faminto — digo quase débil.
— Não se preocupa. Depois de almoçar você descansa, eu garanto.
"Garante? Mais olha só!"
Arrumando-me na cadeira lembro do episódio desconcertante com a recepcionista do consultório.
— Precisava ficar tão irritado com a recepcionista? — Pergunto ainda meio grogue, por conta do anestésico que me deram.
— Ela não foi profissional, estava desatenta ao trabalho que tinha que exercer naquele momento. — Sério, ele diz com um tom de irritação.
— Não precisava Kevin, ela pediu desculpas e nos atendeu bem — sou interrompido.
— E você disse que eu estava "estressado." — Seu tom é uma mistura de ironia e irritação.
— E não está? — indago.
— Não Pablo, eu não estou estressado como você acha. Só não suporto pessoas lentas e incompetentes.
"Que mal humor do cão esse cara tem."
— Ainda bem que não trabalho para você ou com você diretamente, acho que nos mataríamos. — Me viro para janela e fico olhando o transito.
Depois da minha afirmação o Kevin fica calado e assim foi por todo trajeto até o restaurante.
Quando chegamos, o Bernard já está nos esperando e prontamente indica a mesa onde ficaremos. Após os cumprimentos, respondo a uma rodada de perguntas sobre minha saúde e se estou bem e tudo mais, coisas que se perguntam quando alguém sai do hospital.
Sentamos e pedimos a entrada. Peço uma salada com atum e uma taça de água. O Kevin regula meu almoço, me diz que seguirá todas as recomendações que o Pedro passou para ele a respeito da minha alimentação.
"Dupla dinâmica esses dois. Affe!"
— Cara, acho que como prato principal vou pedir um creme de camarão com batata. Humm! Deve ser uma delícia! — digo empolgado olhando o cardápio.
— Não, nada disso. — Ele retruca. — Você vai ficar só na salada e depois vou pensar em liberar uma sobremesa light que o Bernard preparou especialmente para você.
"Sobremesa exclusiva! Tá podendo, hein Pablo! O que vai ser depois? Uma sessão de massagem erótica?"
— Porra, você tá pior que o meu irmão! — bufo de raiva.
— Pode xingar rapaz, não estou nem aí. Agora vamos comer que estou com fome e quanto a você — me encara e aponta o indicador. — Vai se alimentar corretamente. Sem exageros ou aquelas porcarias que você gostava de comer. E tenho dito. — Fecha a cara.
Eu reviro os olhos de ódio por causa dessa proteção toda. Não sou mais criança posso muito bem pedir o que gosto, mas como estou doente, e parecendo um débil mental por conta do maldito anestésico, não quero discutir. Deixarei passar dessa vez, mas só dessa vez.
Olhar o Kevin tomar conta de mim é até bonitinho, chega até ser fofo se ele não fosse tão chato. Primeiro foi o estresse com a recepcionista do consultório e agora quer regular o que eu como. Poupe-me!
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Manhã de Domingo (DEGUSTAÇÃO)
Romansa*PLÁGIO É CRIME CONFORME A LEI DE Nº 9.610/98 Segunda edição, nova, repaginada. "Manhã de Domingo" foi o primeiro livro que postei aqui no wattpad, a mais de 1 ano atrás e agora essa história está de volta, com muitas surpresas, para emocionar você...