Capítulo 3 O convite

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A dúvida chega ao fim, com certeza é a moto dele. É o capacete dele, posso ver pelo retrovisor, e está acelerando me ultrapassando. O quê? É impressão minha ou ele está ao meu lado pedindo pra eu encostar o carro? Será que eu estou delirando? Mas, o que ele quer comigo? Será que ele é um bandido? Não, acho que tive a impressão de que o recepcionista o conhecia! Sim e que garantia isso me dá? Será que ele quer perguntar por que eu fui tão boba ontem por não falar com ele? Ah! Não! Eu estou sendo idiota agora! Já estou ultrapassando todos os limites imaginando mil coisas. E não é delírio, ele continua apontando pedindo pra eu encostar o carro. É, agora que estou em uma rua mais movimentada eu paro o carro e baixo o vidro.

Ele encosta a moto ao meu lado, e nem preciso dizer que o capacete sai de sua cabeça com uma lentidão digna de suspense de Hollywood, ou é minha imaginação.

- Desculpa te assustei? –Pergunta ele.

- Um pouco. - Respondo sem pensar.

- Desculpa! É que eu fui à farmácia e achei seu celular.

Como pode eu sai tão apressada com medo de ter que falar com ele que esqueci o celular e agora vou ter que falar de um jeito ou de outro.

- Obrigado. Saí um pouco apressada. - Falo como quem procura uma explicação.

-Olhe meu nome é Eduardo, mais pode me chamar de Dudu, e desculpe mais uma vez se assustei você.

Ele me entrega o celular e fica me olhando como quem espera uma resposta. Depois de alguns segundos me recupero e crio coragem para falar, na verdade quase gaguejando.

- Adalgisa, mais pode chamar de Isa.

Ele ri. E agora eu fico sem entender o que tornou o meu nome tão engraçado. E por alguns segundos, ou frações de segundo, não sei por que, desde a primeira vez que o vi tenho a sensação de que está tudo em câmera lenta, nos olhamos sem pronunciar palavra alguma.

- Estou desculpado? – Pergunta com um leve sorriso no canto da boca.

Ai que alivio, o silêncio foi quebrado! Estou apavorada, com medo de ficar com aquela cara de boba que eu fiquei ontem à noite. Junto forças, muitas forças e tento parecer descontraída. Afinal, eu sempre fui mesmo.

- Está. Se me disser o que achou tão engraçado. – Respondo.

- Desculpe, é que quando eu cheguei você estava rindo.

Ele está rindo de mim, ele notou que desde ontem eu estou sendo muito boba, e agora ele está rindo de mim. –Falo a mim mesma.

- Imaginei mil e uma coisas quando você fez gestos pra eu parar. Você podia ser um bandido, um maníaco. – Disse.

Agora é a minha vez de rir. Mas, do contrário ele ri muito mais! É uma risada tão linda, ele é lindo, e a risada, me parece uma risada tão sincera, daquelas que há muito tempo eu não dou.

- Maníaco. - Repete ele, e ri ainda mais.

- Sei lá. Não está escrito na testa não é? – Disse eu, sorrindo.

Rimos um pouco e ele completa:

- Você tem razão. Mas, pensando assim você não deveria ter encostado.

- A rua não estava movimentada, por isso não parei antes. Estava esperando mais movimentação.

- Bem, eu estou hospedado no mesmo hotel que você, então, acho que vou acompanhando seu carro, caso algum maníaco resolva lhe abordar. – Brincou comigo.

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⏰ Last updated: Jan 19, 2016 ⏰

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Paixão à primeira vistaWhere stories live. Discover now