Capítulo 27

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Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas e juro que estou apoiada em alguém que com toda a certeza é Dick.

"Estou indo, agora." Desligo rapidamente o telefone e vou até o meu guarda roupa procurando algo para vestir.

"O que houve Estela?"

"Aquele idiota do Giovanni! Imbecil! Ai que ódio, eu não acredito que ele veio até aqui para traficar arma em boate!"

"O quê? Você só pode estar fazendo uma piada. Eu sabia que esse seu primo, tinha alguma coisa errada."

"O que eu vou dizer para os meus pais? Eles vão cair duros e vão correndo até lá, não sei o que fazer."

Dick me abraça e me conforta em seu peito, enquanto eu engulo choro que está querendo vir. Minha vontade é sentar ali e não ir fazer nada por ele, nem ir visitar ou saber o que houve. Eu jamais desconfiaria de algo assim, será que não pode ter sido um mal entendido? Foi muita coincidência ele ter ido justo à balada que mais ocorre este tipo de tráfico?

"Estela, escuta o que eu vou te dizer, tudo bem? Vá até a delegacia, eu iria fazer de tudo para ir com você, mas, sei que de alguém me ver lá junto com você seria um desastre e todos saberiam quem eu sou. Principalmente agora que seu primo sabe que sou um herói. Você vai ser forte e não vai acreditar em uma só palavra que ele disser, Gordon vai estar lá, é o policial mais honesto que conheço. Vou te esperar na sala."

Dick sai e encosta a porta enquanto me arrumo para ir até lá, vejo que o sol está nascendo e não sei como irei resolver isso sozinha. Pego as chaves do meu carro e Dick está falando com alguém pelo aparelho auditivo que todos eles possuem. Ele me dá um beijo muito mais rápido do que eu gostaria e diz que vai manter contato. Entro no carro e dirijo até a delegacia, as pessoas estão saindo das baladas e bares, outras indo trabalhar, vejo que o sol já está no céu e que hoje será um dia daqueles. Chego à delegacia e vejo o mesmo policial que estava no aeroporto conversando com outro policial.

"Você por aqui, Senhorita?"

"Sim, Oficial. Meu primo, Giovanni acabou de ser preso por tráfico de armas."

"Não acredito que... puxa, qual o seu nome?"

"Estela, Estela Leão. O que houve Oficial Gordon?"

"Pode me chamar de Gordon, nós o vimos negociando com um rapaz atrás do edifício, foi pego no flagra. Não tem como pagar fiança e o documento dele não é do nosso país."

"Ele é da Itália, não faz nem 24 horas que ele chegou."

"Não sei como ele passou pela alfândega, mas vai perder o visto e nunca mais poderá vir para cá novamente. Amanhã ele será mandado de volta para o país dele e pegará de quatro a oito anos de cadeia... Se quiser, posso lhe dar alguns minutos para falar com ele."

"Por favor, eu gostaria muito."

Eu só iria falar com ele para saber a merda que está acontecendo e nada mais. Giovanni conseguiu me deixar com mais raiva do que eu esperava sentir. Gordon me guiou até uma salinha onde era separada por cabines e os telefones ao lado. Aquilo me parecia os filmes que Dick amava assistir. Sentei-me a frente do patife que estava com olheiras e já estava com o telefone no ouvido. Respirei fundo e coloquei o telefone no ouvido.

"Não me pergunte por que e não diz nada aos meus tios."

"Por que eu não diria que o primo deles é um traficante de merda e que não veio por saudades e sim para dar armas para os outros?"

"Eu só fiz o que me pediram, sabia dos riscos e fui treinado para isso. Estou dizendo por que pode colocar a vida deles em perigo se souberem de algo."

"Então minha vida está em perigo a partir de agora?" Só pode ser brincadeira, que sorte Estela!

"Eu diria que sim, acho melhor você sumir por um tempo. A arma foi entregue então eles podem usar."

"Eles quem? Diga-me com quem você está envolvido!"

"Para a polícia eu sou um mero traficante, mas na verdade eu sou muito mais que isso. Eles estão atrás do seu namoradinho e do morcego, você é só mais um peão."

"Você não me assusta seu..." Ele tira o telefone do ouvido e me dá as costas. Cretino do inferno.

Volto para casa e abro a porta. Vejo o celular e retorno para Dick, pretendendo contar tudo. O celular dele toca algumas vezes e ninguém atende. Ele nunca atende. Vou até meu quarto e há uma linda caixa grande em cima da cama com um bilhete.

Para minha Estela, aproveite a explosão de sabores.

Dick

Abro a caixa e está cheia de comidas gostosas todas em cima de vários papéis picados, começo a ver os chocolates e ouço um barulho estranho. Jogo tudo na cama e lá está ela. Uma bomba piscando. 20 segundos.

Saio correndo até a porta e está trancada. Procuro a maldita bolsa por toda parte e não a encontro. Eu deixei em cima do sofá, alguém tirou. Vou até o quarto de hóspedes e tranco a porta, me jogo embaixo da cama e vejo o clarão e o barulho. Sinto algo desabar sobre mim, meus ouvidos começam a apitar, minha cabeça dói e a escuridão chega rápido.

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Nightwing: O conflito decisivo ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora