O ENCONTRO

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Acordei atrasado, pulei da cama com muita pressa .
- Droga, de novo não!
Passei uma ducha rápida no corpo, coloquei minha roupa de serviço.
Decidi  não tomar café, na verdade não era uma opção. Peguei minhas chaves, entrei no carro e acelerei, para uma reunião com alguns acionistas. Estávamos discutindo orçamentos, para um novo investimento.
Assim que sai do elevador Vanessa a recepcionista, veio em minha direção. E, nossa ela tava muito gostosa naquele vestido justo, vermelho acho, e com os seus peitos praticamente jogando na minha cara.

- Bom dia , senhor Rodrigo - Disse ela toda assanhada, mordendo os lábios. Óbvio que já havia dado uns pegas nela em alguns das reuniões.

- Bom dia, Vanessa. Como está? - Perguntei educadamente, como sempre faço.

- Melhor agora. - Ela disse, com o olhar travesso. 

- Vanessa o de sempre, obrigada!! - Falei retirando os olhos dela, e com a cara séria. Detesto cantadas baratas e fácies.

- Sim senhor. E Desculpe! - Ela disse , se retirando de minha frente e pisando firme. Acho que ela não gostou nenhum pouco, de eu até ignorado.

Tomei meu café em paz, enquanto eu e os acionistas discutíamos algumas ideias, para o orçamento.
A reunião foi longa e estressante. Sai dali a caminho para o Hotel, que também era minha casa. Antes  resolvi passar em uma cafeteria de um amigo, para saber como as coisas estavam e jogar conversa fora. Maison, era um amigo de faculdade, ele sempre sabia onde acontecia as melhores festas e também para esfriar a cabeça antes de voltar para a minha rotina, de homem sério e competente. Que as revistas faziam questão de lembrar.

- E aí Maison, a quanto tempo? - Maison estava atrás do balcão, com a cara de poucos amigos.
- E aí Rodrigo. - Disse ele.
- O que foi que você está com essa cara? - Perguntei. Ele tava estranho.
- Que nada cara, to de boa. Mas e aí, o que manda? O de sempre? - Pergunta Maison, enquanto eu tava me engraçando, com uma de suas clientes.
- Sim, o de sempre! - Responde.

Conversei um pouco com ele, mais Maison não tava muito a fim de papo hoje. Ao sair da cafeteria me esbarrei em uma moça baixinha, de cabelo comprido, da pele morena.

- Ei cara, não dá para prestar atenção não? Olhe o que você fez! AFS, viu.   - Disse ela com os olhos arregalados, e parecia muito furiosa comigo.

- Me desculpe moça! Mas quem não estava olhando era você.   - Falei saindo dali, há deixando com seu mau humor. Entrei dentro do meu carro e quando estava prestes a partir a ouvi gritar.

- Mais é um idiota mesmo! Seu imbecil. Sujou minha roupa e sai assim? - Ela gritou, mostrando o dedo do meio. Não darei esse gosto para ela! - Pensei

Voltei lá, agarrei seu braço, olhei dentro daqueles grandes olhos castanhos, senti o braço dela tremer em minhas mãos e sua respiração acelerar, que por alguns segundos, pudi ver medo em seu olhar.

- Preste atenção aqui garota, você não me conhece e não sabe nada sobre mim. - Disse há ela com os dentes cerrados, dei de costa e sai andando, deixando - a sozinha na calçada.

Cheguei no Hotel atrasado e mau humorado, devido ao ocorrido que houve com aquela desconhecida. - Por causa daquela mulherzinha, barraqueira. - Disse a mim mesmo enquanto retirava a gravata.

O resto da manhã foi tranquilo, cheio de reuniões, com o pessoal de telemarketing e da produção de vinhos. Foi exaustivo, apesar de tranquilo e calmo.
Voltando ao meu quarto, depois de um longo dia... Por mais que eu quisesse esquecer, aquela mulher não sai da minha cabeça!  Seu cabelo, seus olhos, sua boca e o seu perfume, me dominavam. Mais, aquela arrogância, aquele mau humor, me irritavam. Mulher doida, parece que veio de outro planeta, o que tinha de linda e atraente, tinha de complicada.

As horas haviam voado. Me coloquei de pé na frente da janela e paredes de vidros, do meu quarto. Contemplei cada detalhe daquele por do sol, as quebradas suaves do mar. A quantidades de casais passeando, se amando. E isso para mim era algo detestável, por que no fundo era tudo que eu sempre quis ter, uma família.
Já haviam se passado 4 anos, do meu ultimo relacionamento. - Beatrys !!
Vim para Miami, para me estruturar ter algo de melhor e de útil. Planejei tudo, e para que ? O que ela me deu?
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NASCIDOS PARA SOFRER (2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora