1º Capítulo

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Olar meus amore. Vou postar só o primeiro capítulo agora, pois tenho que terminar minha primeira história - Deixe ir - se não fico enrolada. Conto com vocês =)

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Am I wrong for thinking out the box from where I stay?

Am I wrong for saying that I choose another way?

 Desligo o rádio com força. Música boa pra se pensar não é? Eu poderia dizer que estou feliz por ter meu primeiro trabalho aos 24 anos, mas não. Bem, estou um pouco feliz até porque vai ser mais tempo fora de casa, mas vai ser mais trabalho a fazer. Aparentemente minha família me considera a Isaura porque eu faço tudo aqui. 

 Me olho no espelho e até que pra o primeiro dia de trabalho eu estou bem: calça jeans azul clara, sapatilha preta e uma blusa branca de manga, sem maquiagem alguma e meus óculos velho. Vou ser ajudante de dentista, não é o que eu quero pra minha vida, mas alguém tem que trabalhar. Na minha casa vivem três pessoas e três cachorros: minha mãe Sam, meu padrasto Jack e eu. Minha mãe não trabalha, pois diz que está cansada, mas pra ir pra casa do meu irmão que mora longe ela está ótima. Meu padrasto é taxista e a renda não é lá essas coisas. Nossos cachorros se chamam Rex que é um pastor alemão muito maluco, o Iggy que é um poodle pequeno e chato e o Akira que é um vira-lata muito dócil. Eu amo meus cachorros de paixão, mas adoraria ter ajuda pra cuidar deles. Não é fácil dar comida, trocar água e limpar o quintal trocentas vezes ao dia sozinha. Como minha mãe diz que está cansada, eu sempre faço tudo. Eu sei que ela sofreu um pouco quando nova e sinto pena dela, por isso acabo fazendo tudo sozinha.

Me olho no espelho a última vez antes de descer pra tomar café da manhã. Acho que estou bem. Não sou o tipo de garota de parar o trânsito: meus cabelos são castanhos escuros meio encaracolados que quase chegam a minha bunda, sou muito branca, bem magrinha, mas tenho uma barriga saliente, pois como o tempo todo; 1,62 de altura e olhos castanhos médios. Vejo meus olhos cansados e sem vida. Respiro fundo. Às vezes sinto falta de companhia, não posso conversar com a ''minha família'' porque ou ninguém me dá atenção ou dizem que sou burra demais pra entender as coisas. Eu tenho ''amigos'', mas nada de super amigos, ninguém se importa. Só converso com meu diário, me poupe de julgamentos. Tenho 24 anos, sou solitária e preciso desabafar.

Desço as escadas e Rex vem trotando cheirar minha bunda. Ele sempre faz isso, como eu disse: ele é maluco. Dou um carinho gostoso nele e os outros dois vem correndo pra mim. Sou obrigada a me abaixar pra dar carinho nesses bichinhos fofos. Posso dizer que Rex é o meu favorito, eu tenho um amor doido por ele. Lavo minhas mãos na pia e me sento pra tomar café. Antes do primeiro gole, Sam entra na cozinha falando:

- Já trocou a água dos bichinhos? Já deu comida? - Meu Deus! Nem tomar café eu posso.

- Acabei de sentar pra tomar café da manhã e ir para o meu primeiro dia de trabalho, Sam. Não troquei nada. - Ela abaixa a cabeça em decepção.

- Mãe, eu sou sua mãe. - Reviro os olhos. - Assim fica difícil, Mia. Preciso de ajuda.

- É meu primeiro dia de trabalho, eu não posso me atrasar. - Ela sempre diz que precisa de ajuda. - Porque não chama o Jack?

- Ele está trabalhando pra nos sustentar.

- Porque a Camille não ajuda em casa? Ela ganha bem pra caramba. - Camille é minha irmã mais velha. Ela é bióloga e faz mestrado. O tipo de irmã que ninguém quer pra sua vida: ela sempre diz que sou inútil, imprestável e que vou virar empregada doméstica por que não estudo. Nada contra empregadas domésticas, mas não é isso o que quero pra minha vida.

- Sua irmã tem a vida dela pra se preocupar garota. Ela não pode jogar dinheiro fora.

- E Finn? A senhora sempre ajuda eles e quando eu peço algo a senhora diz que não tem dinheiro. Porque eles não ajudam aqui também? - Nunca falei isso pra ela. Mas todas as vezes que acabo soltando algo assim, ela diz coisas das quais machuca.

- Você é muito ingrata sabia? Seus irmãos tem a vida deles e enquanto eu que sou a mãe puder ajudar, eu vou ajudar. Agradece a Deus por ter um teto sobre sua cabeça e deixa de ser burra menina. Sua irmã tem razão quando diz que você precisa estudar quem sabe assim não fica mais esperta. - Automaticamente meus olhos se enchem d'água. Termino minha xícara de café e vou arrumar os bichinhos. A essa altura eu já estou chorando baixo pra que ela não ouça.

Escovo meus dentes e passo um batom simples. Saio de casa sem falar com ninguém e com um uma coisa na mente: eu preciso de uma mudança de vida.

Pra ir para o consultório do dentista, eu preciso pegar o metrô e um ônibus. Não é longe, só é chato pra ir por causa das duas conduções. Quarenta minutos depois eu salto na estação e caminho pra pegar o ônibus, o sinal está fechado então eu atravesso a rua. Estou tão dispersa hoje, que não ouço quando o carro vem pra cima de mim cantando pneu. Ele bate em mim e eu voo. Sinto uma dor lacerante na perna e na minha boca. Caio no chão sem conseguir abrir os olhos. Meu corpo inteiro dói e sinto que vou desmaiar. Alguém me chama, mas meus até meus olhos doem. Ele levanta minhas pálpebras e vejo um anjo de cabelos negros e olhos azuis profundos. Quando ele tenta me mexer, eu solto um grunhido e tudo fica escuro.



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