Welcome to the other side

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Upper East Side; 03:45 AM

Acompanhado de um copo de wisky, o empresário admirava a paisagem, não que ele já não tenha a visto milhares de vezes, mas ali, ao completar-se da escuridão noturna e das luzes artificiais, refletia orgulhoso sobre tudo o que conquistou e, mais importante, sozinho. Havia herdado o faro para negócios como o falecido pai - "que deus não o tenha " - falava a si quando pensava no maldito homem que o abandonara no mundo a mão de babás. Levantou-se de sua poltrona em direção a porta de vidro que separava a cobertura do apartamento. Desceu as escadas caminhando até quarto, abriu a porta silenciosamente e observou a moça de seios fartos e cabelos longos que pousava nua em sua cama, ela lhe custara caro, mas ao deliciar-se com a curvatura de seu corpo admitiu que valera cada centavo. Com pena de acordar a pobre mulher aninhou-se ao seu lado como fizera diversas vezes com a própria e outras.

Runway; 10:00 AM

- Quem a trouxe aqui? Parece que esta garota tem aversão a câmeras. - observou o fotógrafo - De fato ela é uma graça e possui o tão aclamado rosto em formato de coração, mas não serve, é dura demais, elas não a refletem como a pobrezinha é.

- Eu avisei ao Josh que a menina era modelo de passarela, para as fotos é tão comum como qualquer outra. - a maquiadora analisava a moça do outro lado da sala - Mas é a única que temos disponível em tão pouco tempo, não podemos mais atrasar essas fotos, a campanha já está prestes a sair.

- Amor, está achando que ganhamos o prêmio Pulitzer atoa? Nenhuma campanha feita por nós sairá meia boca, é lei, lembre-se disso.

- Ganhamos? Deixe de ser modesto, não existe "nós" no meio, o mérito é todo seu.- a mulher tentou esconder o sorriso em vão - O que irá fazer então o-grande-mestre-das-luzes? - desta vez não conseguiu ocultar o deboche em seu tom de voz.

- Oh mulher-mais-doce-do-mundo, eu darei meu jeito, ok? - O jovem deu um beijo na bochecha da moça - Já volto!

- Espere! - Gritou a mulher mas de nada adiantou, o menino já havia saído em direção ao elevador.

Wall Street; 10:35

O jovem corria, ou melhor, tentava correr contra o tempo para chegar ao centro comercial e encontrar a sua nova deusa - "ela tem que aceitar, não, ela vai aceitar" - repetia as palavras em sua mente enquanto entrava no taxi. Como sempre a cidade estava engarrafada, mas não tinha tempo a perder e pegar um metrô talvez demorasse mais. Ele tinha que chegar a tempo, olhava pro seu relógio de pulso e implorava para que os minutos passassem mais devagar, mas de nada adiantava, quando desviava o olhar do objeto para o tráfego suspeitava que os minutos haviam passado de dois em dois, ou talvez de quatro em quatro.
Ao chegar na rua desejada saltou do carro e pagou ao motorista, a passos largos foi em direção a um arranha-céu espelhado de uns trinta e quatro andares, supôs. Identificou-se na recepção e subiu ao décimo sétimo andar, como havia imaginado, o grandalhão possuía de fato a tamanha quantidade de andares. O jovem sorriu na expectativa de como as fotos com aquela musa ficariam. Sorriu esperando que ela aceitasse, seria o começo de uma linda e fabulosa carreira.

TWW; 11:00

- Nós teremos que fechar a translação de negócios amanhã, peço que o senhor dê uma lida no acordo da corretagem antes de apresentá-lo. - o pequeno irlandês levantou-se da poltrona em frente a mesa do seu chefe - Se permite-me dizer, estou o achando um pouco abatido, o senhor dorme a noite?

- Não se faça de gentil e educado, pequenez. Sabemos que mesmo se eu não permitisse falaria o que lhe der na telha. - o homem a sua frente sorriu - Sim, tenho dormido muito pouco ultimamente, já tentei de chá de camomila a dopantes mas o primeiro é fraco demais e o segundo traz um efeitos colaterais consigo tenebrosos.

- Eu adoraria saber que efeitos são esses - O irlandês deu-lhe um sorriso travesso.

- Uma pena que agora não posso lista-los, como você disse anteriormente, tenho trabalho a ser feito. - apontou para a pasta a cima de sua mesa.

- Se pensa que vai se livrar de mim tão fácil assim está enganado, chefinho.

- Eu nem sonharia nisso.
Observou o amigo atravessar a porta. Relaxou-se na cadeira e pôs os pés a cima da mesa como tinha direito, não dera nem o horário do almoço e o dia ja começara puxado, ele havia corrigido dois relatórios e ainda tinha que analisar algumas contas do mês passado mau resolvidas. Fora o deputado que lhe enchia o saco ao máximo para que apoiasse sua candidatura. Não estava nem um pouco afim de se envolver em novos escândalos, principalmente apoiando um político desonesto. A pontada que sentia na cabeça voltara o incomodar. Levantou-se em direção a estante e tirou uma chave do seu esconderijo, entre o emaranhado de livros. Apesar de possuir um cofre em sua sala, ela não era dela e, sim de uma gaveta escondida dentro de outra que continha o material mais apreciado pelo homem: drogas. Pegou seus qualuudes e os levou diretamente a boca, em poucos minutos já sentia o alívio penetrar seu corpo.

Notas finais: A intenção da fic é confundir sua mente, então se acalme que logo entenderá tudo (ou quase tudo) ao decorrer dos capítulos. Ela é inspirada nos personagens Chuck e Blair da série televisiva norte-americana Gossip Girl e na biografia da vida de Jordan Belfort.

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