Disposable.

Just business

Runway; 1:39 PM

- Você é completamente louco e eu sou mais ainda por ter aceitado este trabalho. - comentou a amiga - Eu tenho certeza que as fotos com a modelo designada a cumprir seu papel ficariam bem melhores que as minhas, e...

- Lou, já está tudo pronto aí? - Interrompeu o fotógrafo.

A moça não deixou de perceber que o homem a havia interrompido e o pior, a ignorado. A mulher que ajeitava seu cabelo também não e por isso, soltou um risinho.

- Estou nos retoques finais - Informou a mulher.

- Só mais cinco minutos, ok? Não temos tempo a perder e domar essa ferinha será um trabalho quase impossível. - Os dois riram.

- Adoro quando falam sobre mim como se eu não estive aqui. - Resmungou a jovem.

- Continuando, Lou... - os três riram.

- Você é um imbecil - a menina socou levemente o braço do homem a sua direita enquanto tentava prender o riso entre os dentes. A garota buscava não transparecer seu nervosismo, mas sabia que falhara nesta missão. Quando não estava com os punhos fechados fazendo os nós dos dedos embranquecerem, levava as unhas a bocas tentando roê-las mas, sempre hesitava e as afastava dos lábios ao lembrar que estavam recém pintadas. Apesar das insistências anteriores do amigo nunca havia pousado, principalmente para uma campanha da famosa marca de roupas 7 diamonds. A jovem queria mais ajudar o amigo e não decepciona-lo do que realmente pousar e isso a deixava inquieta, pois tinha receio que falhasse.

- A modelo está pronta. - avisou Lou - como se sente, querida? Estaremos aqui o tempo todo e não precisa se sentir pressionada e sim, relaxada - a mais velha compartilhou um olhar dócil e amigável com a menina.

- Um pouco nervosa - confessou a jovem.

- Vamos gemma, é sua hora de brilhar - o fotógrafo a chamou e ela seguiu o som de sua voz.

Upper East Side; 6:15 PM

- Alô, Niall? - perguntou o homem à linha.

- Sim?

- Você está no trabalho? Se estiver não fale nenhuma palavra sobre os contratos suíços, desconfio que tenham grampeado nossa empresa de novo.

- Sim.

- O celular no qual estou te ligando agora será descartado, o meu deve estar grampeado também, e acho melhor você comprar um novo, mas não deixe de usar esse para não desconfiarem. Tenho que desligar, mais tarde conversamos em minha casa, ok? Avise aos outros, só que não aí dentro.

- Ah, sim. Avisarei a empregada para preparar um delicioso jantar para nós. Há quanto tempo nós não nos vemos? Três, quatro meses? Vamos pôr o assunto em dia á noite, agora tenho que voltar ao trabalho, Robert.

O amigo finalizou a chamada com um famoso golpe antigo. Em seguida, o homem de cabelos castanhos submergiu em seus pensamentos. Estava tentado entender como aquilo havia acontecido, eles tinham sido bastante cautelosos e o plano fora bem arquitetado. Afinal, já fizeram translações e contratos ilegais inúmeras vezes sendo que nunca foram pegos e nem se quer deixaram rastros. Haviam queimado todos os possíveis papeis deixando bem claro aos aliados que eram como peças de dominó aglomeradas uma atrás da outra: se uma cair todas desabam. Não haviam furos nas translações. Não haviam cometido erros, tinha certeza. Alguém o havia entregado? Não, impossível; se fosse o caso já saberia.

A não ser que...

- James - referiu-se ao motorista.

- Sim, senhor?