My fault

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Acordo no hospital, bati a cabeça quando cai e fiquei um bom tempo inconsciente. Eu abusei da minha capacidade de suportar o frio, tudo por causa de bobeira minha.

Me viro e Oliver está segurando minha mão, enquanto cochila um pouco. Deve ter passado a noite em claro. Me movo um pouco e dou um beijo nele:

-Bom dia, como passou a noite ?

-Me acorde assim mais vezes, meio desconfortável, mas vale a pena por você.

Porque eu não desconfiei dessas palavras? Sempre desconfio dessas "fofurites", pois sei que no final é história para boi dormir. Talvez eu esteja apaixonada! Eu precisava de tudo menos disso.

-Mas então, o que você veio fazer aqui  em NY, tão longe da sua nova casa?-eu falo dando um sorriso meio torto, porque de verdade eu não queria ele morando longe.

-Hey! Não fique assim vai, em vim para o "enterro" da Juh, além do mais não existe mais corpo, só pó e muitos destroços do avião...Vai ser aqui mesmo, cidade que ela sempre foi apaixonada.

-Meu pêsames, tinha tanta coisa para resolver com ela. Eu acabei ficando brigada. Estou triste por isso, gostaria de mudar de assunto.

-Me explica como você foi para na neve aquela hora, te encontrei por sorte. Estava passando de carro perto da sua casa de família.

-Como você...

-Me responde primeiro, que depois serei todo ouvidos. Me deixou preocupado. Teve muita sorte mocinha, vou ter que virar sua babá agora?

-Talvez... Então eu recusei a comida daquele povo estranho.

-Que errado você...

-Me ouve e não julga, ouviu babá? Não responde, nem respira, só eu falo agora. Eles serviram hambúrguer e batata, sou vegetariana e odeio fritura. Eu não fui nem grossa, disse que não poderia jantar com eles e eles ficaram meio bolados.

-Uou, que feio. Então você saiu putinha de lá, vermelha que nem um pimentão e eu apareci lá para te salvar como um maravilhoso super herói?

-Herói bem bosta você hein, estou na cama de um hospital e você canta vitória...

-A culpa não é minha se o...

Nessa momento Rafa entra no quarto, meio sério e desconfortável com a situação

-O.. Pode terminar de falar mal da minha pessoa, o cruel Rafael que só pensa nele mesmo.Pode se lamentar por me aturado nos últimos dias já que sou uma pessoa péssima...Trouxe a merda do seu capuccino com essência de abóbora, que embora não tenha pedido, sei que gosta. Agora pode continuar falando com seu amor -disse o Rafael fazendo cara de nojo

-Obrigada eu acho, e não estávamos falando mal de você, estava contando uma história engraçada de como fui parar na neve.Enfim, eu fui expulsa, eles berraram e mandaram eu sair daquela casa, que eu magoei a mãe dele. Aí você é o rafa apareceram...

-E você caiu nos braços do seu amorzinho?

-Não foi bem isso, tu tá todo convencido, vou nem tentar entender. O leite é de amêndoas?

-Claro, não quero vê-la passando mal, além do mais - e os dois falam juntos-
Sei que você é intolerante a lactose...

Eles começaram a se encarar e achei aquilo bem estranho, será que o Rafa realmente estava gostando de mim? Estou confusa demais para pensar e ainda não tive minha pergunta respondida, além do mais não tive oportunidade de fazer...

-Mas como me encontrou Rafa?

-Simples, meu pai está viajando a negócios. Acabei acompanhado ele, estava na empresa dele e fui dar uma passeada pela cidade. Vi a Carol entrando em um restaurante e fui cumprimenta-la, ela me disse que casa você estava e eu fui a seu encontro.

-Aí estava chegando a casa no carro do seu papai e viu ela entretida no MEU ABRAÇO

-Não provoca Oliver, por sinal, faço a mesma pergunta, como sabia que era a casa de família, logo a minha?

-A Carol mandou uma mensagem e disse para eu te encontrar 21:30, e lá estava eu e vejo uma figura tremendo saindo da casa

-Pera, ela me disse para que fosse lá ontem as 21:30- disse o Rafa na maior normalidade do mundo

-Ela armou isso, quem mais seria! Que ódio. Desculpa pelo mal entendido meninos, gostaria de descansar, poderiam dar licença.

-Ouviu? Ela me quer ! Vaza mauricinho

Quando vejo aquilo já é uma mistura de café e sangue, eles estão se enfrentando com vontade. O Rafa joga o café dele no Oliver- o meu está seguro comigo- e eles vão para o chão se socando. O nariz de Rafa começa a sangrar faz com que Oliver manche a camiseta dele, um galo está bem aparente na testa de Oliver que está no chão quase inconsciente. Entro em desespero, estou fraca e meus batimentos aumentam, só vejo uma enfermeira me dando um pouco de sonífero e dois outros médicos tentado apartar a briga.

O sonífero não tem efeito instantâneo e presencio algumas cenas daquela idiotice deles. O que eles pensam conseguir com isso, eles trocam mais alguns socos até que fossem dopados, sim dopados, pois a briga estava tão feia que se uma costela tivesse sido quebrada seria lucro deles. Não reconhecia nenhum dos dois, vermelhos, pingando a sangue, esbravejando de dor e partindo um para cima do outro, em prol de que? Oliver mora em Portugal, eu fui filha da puta com o Rafa e nem que eu queira eu voltaria para ele, seria muito escroto e isso iria me atormentar por um bom tempo.

Estou chateada comigo mesmo,tenho, de certo modo 100% da culpa dessa briga, não deixei as coisas claras para ambos e isso fez com que eles se espancassem no chão do meu quarto do hospital sem que eu pudesse interferir em nada.

Meus batimentos cardíacos acabam aumentando, o que não era para acontecer, minha cabeça está a mil, essa cena me deixou agitada, pois quero fazer algo e não posso, me deixando estressada e tensa.Esse dia já começou cheio de emoções, estou com medo do que essa cidade irá me proporcionar nas próximas semanas...

Antes de concluir meu pensamento um médico vai e injeta um "líquido" transparente na minha veia, o calmante finalmente faz efeito.O café cai da minha mão e apago novamente...

Summer loveOnde histórias criam vida. Descubra agora