Mas é tempo de tornar àquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa
casa e o trecho da rua em que morávamos. Verdadeiramente foi o princípio da minha vida; tudo o
que sucedera antes foi como o pintar e vestir das pessoas que tinham de entrar em cena, o acender
das luzes, o preparo das rabecas, a sinfonia... Agora é que eu ia começar a minha ópera. "A vida é
uma ópera", dizia-me um velho tenor italiano que aqui viveu e morreu... E explicou-me um dia a
definição, em tal maneira que me fez crer nela. Talvez valha a pena dá-la; é só um Capítulo.